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agosto 22, 2025


“VTNC É O RETRATO DO NÍVEL DA FAMÍLIA BOLSONARO ENTRE QUATRO PAREDES”

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Os deputados federais potiguares do PT, Fernando Mineiro e Natália Bonavides, se pronunciaram após a revelação das escutas da Polícia Federal que expuseram diálogos da família Bolsonaro e do pastor Silas Malafaia, em articulações para tentar escapar da Justiça. As falas captadas pela Polícia Federal mostram não apenas a tensão interna entre Jair Bolsonaro e seus filhos, mas também as articulações para tentar escapar da Justiça. Fernando Mineiro chamou atenção para o episódio mais simbólico da crise familiar revelada pela investigação: a discussão em que Eduardo Bolsonaro, deputado federal por São Paulo, dirige ao próprio pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, um xingamento explícito.

“O VTNC do filho para o pai é o retrato do nível da família Bolsonaro entre as quatro paredes”, afirmou Mineiro ao Diário do RN.

Na expressão usada por Eduardo Bolsonaro, “VTNC” é a abreviação do palavrão “vai tomar no c*”, agressão que, segundo as escutas da PF, foi dirigida ao ex-presidente em meio a uma conversa de bastidores. Para Mineiro, o episódio escancara a natureza da relação entre eles, marcada por desavenças e pela disputa por influência política, mesmo dentro do núcleo familiar.

“A novidade – para quem sabe do que essa família é capaz – é apenas o fato de ter sido dado publicidade ao esgoto onde essa turma habita”, completou o deputado.

Para além do aspecto pessoal, Mineiro ressalta que os áudios revelam algo mais grave: um padrão de conduta que ele classifica como “crime de lesa pátria”.

“Ficou escancarado que se preocupam apenas com seus interesses familiares. Cometem de forma contínua o crime de lesa pátria para tentar se livrar do julgamento. Tomara chegue logo o dia 2 de setembro e comece o julgamento dessa quadrilha. Quando condenados, paguem por seus crimes na forma da lei”, salientou.

A expressão “lesa pátria” é usada para caracterizar ações que atentam contra os interesses do país. No entendimento do petista, os diálogos mostram Jair Bolsonaro e seus aliados tentando negociar apoio político e até estrangeiro para evitar condenações, sem se importar com a instabilidade que isso poderia gerar no Brasil. Essa visão é reforçada pelas gravações em que aliados falam em criar caos no país caso o ex-presidente não fosse protegido, o que, segundo Mineiro, comprova que o grupo age em benefício próprio e em detrimento do interesse nacional.

Já a deputada Natália Bonavides também reforçou esse aspecto, mas associou, ainda, o comportamento da família Bolsonaro a práticas típicas de milicianos.

“Os áudios revelados pela investigação da Polícia Federal deixam evidente: a família Bolsonaro agiu como os milicianos que são e fez do Brasil refém para tentar se salvar. Ameaçam caos com apoio estrangeiro se Jair Bolsonaro não for protegido. Um absurdo”, avalia a parlamentar federal.

As declarações de Natália se referem aos trechos das escutas que revelam articulações do ex-presidente e de Malafaia para pressionar instituições brasileiras, chegando a cogitar recorrer a apoios externos. Para a deputada, essa lógica repete o método de grupos milicianos: usar a intimidação, a chantagem e o medo para assegurar os próprios interesses.

Outro ponto destacado pela deputada foi a participação do pastor Silas Malafaia nas articulações.

Para Natália, isso mostra que Malafaia não era apenas um apoiador, mas um ator central nas tentativas de Bolsonaro escapar da Justiça: “A investigação também mostrou a cumplicidade de Malafaia em todo esse esquema. Ele figura como parte importante da trama”, disse Natália.

As escutas revelaram que Malafaia aconselhava Jair Bolsonaro a descumprir ordens judiciais, a manter um discurso de enfrentamento e ainda atacava Eduardo Bolsonaro, chamando-o de “idiota” e “babaca”. Ao mesmo tempo, ele aparecia como conselheiro próximo do ex-presidente, atuando na estratégia de radicalização e se apresentando como articulador político.

Natália Bonavides também criticou a ideia de que Jair Bolsonaro possa ser alvo apenas de medidas cautelares brandas, como prisão domiciliar.

“Os traidores do Brasil não podem ficar impunes. Prisão domiciliar não basta”, acrescentou.

As escutas da PF trouxeram à tona diálogos em que Eduardo Bolsonaro discutia de forma ríspida com o pai, chegando ao xingamento, e mostraram a influência de Malafaia nos bastidores, orientando estratégias radicais e atacando até mesmo aliados internos. Além disso, as gravações sugerem que a família Bolsonaro buscava apoio político e internacional para evitar condenações, cogitando criar instabilidade caso não fossem protegidos.

General Girão questiona “seletividade” da Justiça brasileira

O deputado federal General Girão (PL) se manifestou sobre as escutas telefônicas envolvendo a família Bolsonaro, classificando a divulgação como um “vazamento esdrúxulo” e levantando questionamentos sobre a seletividade e a imparcialidade do Judiciário brasileiro.

Segundo Girão, o inquérito que resultou nas escutas “nem merecia comentários”, por não apresentar, em sua avaliação, materialidade suficiente para justificar a quebra de sigilo telefônico da família Bolsonaro. Ele ressaltou que, enquanto este tipo de investigação é amplamente divulgada, outras situações de grande gravidade não receberam o mesmo tratamento.

“Um inquérito como esse nem merecia comentários. Um vazamento esdrúxulo que não possui nenhuma materialidade para o caso em questão. Fico me perguntando por que não quebraram, por exemplo, o sigilo do Adélio Bispo durante as investigações da tentativa de assassinato de Bolsonaro em 2018. Ao mesmo tempo, por que não houve quebra de sigilo dos advogados caríssimos que foram contratados para defendê-lo?”, questiona.

Girão argumenta que a divulgação seletiva das conversas familiares contribui para uma percepção de injustiça e fragiliza a confiança nas instituições: “No Brasil, infelizmente, temos uma justiça atravessada e uma democracia nula. Mais um fato triste para a história do nosso país”, disse o parlamentar”.


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“APESAR DA TAXAÇÃO, CHEGAREMOS AO FINAL DO ANO COM RECORDE NAS EXPORTAÇÕES”

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Apesar da taxação de 50% imposta pelos Estados Unidos a alguns produtos brasileiros, o setor garante que a expectativa é de crescimento das exportações de frutas potiguares, ao final de 2025; ainda maior que o recorde alcançado em 2024. Jorge de Souza, diretor técnico da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), fez uma análise sobre o setor, em entrevista ao Diário do RN, durante participação na Feira Internacional da Fruticultura Tropical Irrigada – Expofruit 2025, nesta quinta-feira (21), em Mossoró. Segundo Jorge, “não tem nenhum container cancelado” dos pedidos dos Estados Unidos, porque o empresário brasileiro e o empresário americano estão sabendo usar a inteligência estratégica para não prejudicar os interesses da sociedade.

“Estamos mandando fruta lá com 50% de tarifa, porque os setores privados colocaram os interesses da sociedade em consumir um produto que ela não tem numa época do ano, e no caso da nossa, de gerar recursos, de gerar riqueza para o nosso país, e nos acertamos. Eu acho que esse tem que ser o espírito. Gostar do Brasil é gostar do Brasil como um todo. A urna de 2026 fica para depois. A urna, você trabalha no palanque, não trabalhe a urna na economia que não vai dar certo. Essa é a visão da Abrafrutas”, afirmou.

É nesse sentido que ele aborda a expectativa com os investimentos no Porto de Natal, anunciados pelo poder público na ordem de R$ 130 milhões, com as ações que visam modernizar o terminal, aumentar a segurança e expandir a capacidade operacional do porto.

“Seria fundamental o Porto do Natal ter uma estrutura melhorada e isso vale para o Brasil, não é só o Rio Grande do Norte. Os portos brasileiros estão muito defasados. Não é possível o celeiro do mundo, que é o Brasil, que tem um agrocompetitivo ao extremo, a gente exporta alimentos para o mundo inteiro e não tem uma infraestrutura logística que a gente merece. E isso não é só ação governamental. É ação do setor privado também, de buscar alternativas, buscar parcerias, trazer parceiros que queiram investir nos nossos portos. A gente perde competitividade. E os nossos concorrentes fazem isso muito bem”, alerta Jorge.

O diretor da Associação ressalta que é necessário, neste momento do país, manter a parceria entre setor privado e setor público sem interferência das preferências políticas.

“Tem que estar afinado, independentemente de ideologia política, independentemente se você está mais ou menos satisfeito com os governantes atuais, tem que sempre buscar esse foco no resultado. Qual é o resultado que o Estado quer? A exportação é boa para o Estado? É. Ela promove o desenvolvimento regional? Promove. Se o Rio Grande do Norte for eficiente na exportação, ele vai ser um Estado mais rico? Vai. Então, gente, vamos botar a mão na massa, todo mundo trabalhar junto, e lá na urna, lá cada um expressa a sua vontade política”, ressaltou.

Jorge de Souza utilizou um exemplo prático para descrever o raciocínio de convocação das classes produtivas: “A China é um país assumidamente comunista. Você olha os negócios da China, não tem nada de comunismo. É um capitalismo ferrenho, todo mundo trabalhando, todo mundo ganhando dinheiro, gerando emprego, é uma coisa… A China encontrou o seu modelo de governo. Nós temos que encontrar o nosso, independentemente de qual seja”.

O representante da Abrafrutas aponta os resultados positivos das exportações potiguares nos últimos anos para ressaltar a necessidade do empresariado utilizar inovação, tecnologia e inteligência estratégica para ampliar os negócios.

“Em 2024 o RN exportou U$ 1,3 bilhão, com volume de 1,7 milhão de toneladas de frutas. Nós batemos o nosso recorde, foi o número mais expressivo em todos os anos da exportação de frutas brasileiras. Esse ano, só no primeiro semestre, em comparação com o ano passado, nós crescemos 12% em valor e 27% em volume. Ou seja, estamos exportando muito mais. E apesar da questão da taxação, nós não temos dúvidas que chegaremos ao final do ano com um novo recorde nas exportações. Então o setor está indo bem”, comemorou.


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