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setembro 2, 2025


SUSPEITA DE SUPERFATURAMENTO NA GESTÃO ALLYSON SERÁ INVESTIGADA NO MPF

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O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) instaurou uma investigação preliminar para apurar suposto superfaturamento em obras realizadas pela Construtora Luiz Costa Ltda, no município de Mossoró, sob a gestão Allyson Bezerra (UB). O caso teve início a partir de uma Notícia de Fato, que evoluiu para Procedimento Preparatório. A apuração inicial, entretanto, foi finalizada no órgão estadual e encaminhada ao Ministério Público Federal.

A autuação da Notícia de Fato (nº 02.23.2027.0000115/2024-57) aconteceu no dia 11 de outubro de 2024, distribuída para a 7ª Promotoria da Comarca de Mossoró. No último dia 31 de março de 2025 a denúncia foi convertida em Procedimento Preparatório (nº 03.23.2027.0000035/2025-63), pelo promotor responsável, Fábio de Weimar Thé. O procedimento é uma espécie de investigação em fase inicial, preliminar à instauração de um inquérito civil, uma ação penal ou outro procedimento jurídico de investigação mais apurada.

O procedimento preparatório instaurado pelo MPRN é mais um processo aberto pelo orgão que investiga irregularidades da gestão Allyson – Foto: Reprodução

Os dados são da consulta pública do Ministério Público do RN, que não apresenta maiores detalhes e não permite acesso ao documento da denúncia que deu origem aos procedimentos.

A Construtora Luiz Costa Ltda, responsável por obras de pavimentação asfáltica em Mossoró, detém contrato com a Prefeitura de Mossoró desde o primeiro ano da gestão Allyson Bezerra e já apurou mais de R$ 120 milhões no período. A empresa recebeu, entre 1º de janeiro de 2021 até 31 de julho de 2025, R$ 126.271.282,74. Além disso, outros quase R$ 17 milhões de restos a pagar do exercício anterior. Este pagamento foi um dos primeiros compromissos do prefeito naquele ano.

A denúncia de superfaturamento e outras irregularidades chama a atenção para a disparidade de valores nos anos de vigência do contrato em relação ao ano eleitoral de 2024, quando a denúncia foi efetuada.

Em 2022, o valor pago pela gestão Allyson à CLC foi de R$ 21.891.471,42; em 2023, pagou R$ 16.897.269,46. Já em 2024, o valor subiu para R$ 74.965.324,68; em 2025, foi pago até julho R$ 7.703.341,55.

Com encaminhamento à Procuradoria da República no Município de Mossoró, em 17 de julho deste ano, a investigação segue agora sob competência federal, podendo resultar em medidas judiciais caso sejam confirmadas irregularidades nas obras da Construtora Luiz Costa Ltda.

O encaminhamento de matérias por parte do MP estadual para o Ministério Público Federal decorre quando a investigação envolve órgãos ou entidades federais, em caso de desvio ou mau uso de verbas federais, ou quando a apuração toca em matéria de competência do Ministério Público Eleitoral, que é um desdobramento do MPF.


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FÁTIMA BEZERRA GARANTE QUE CADU XAVIER ESTARÁ NO SEGUNDO TURNO

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A governadora Fátima Bezerra (PT) abriu exceção no silêncio eleitoral e falou sobre o tabuleiro da sucessão estadual em 2026. Em entrevista ao jornalista Thiago Rebolo, no programa Central Agora RN, a petista não apenas consolidou o nome do secretário estadual de Fazenda, Cadu Xavier (PT), no segundo turno, como também ressaltou a centralidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na política brasileira e reforçou a aliança com o MDB do vice-governador Walter Alves.

“A candidatura de Cadu Xavier a governador se consolida cada vez mais. Eu, particularmente, com pé no chão e sem arrogância, mas estou convencida de que Cadu estará no segundo turno das eleições”, disse Fátima. O movimento é visto como a principal aposta do PT para manter o controle do Executivo estadual após dois mandatos consecutivos.

A governadora relacionou diretamente a força de Cadu ao capital político de Lula, que segue como principal referência eleitoral no Nordeste. “O presidente Lula é o presidente Lula. Se enganou, se engana e se enganará sempre quem achar que Lula não é o grande eleitor do Brasil, e especialmente o grande eleitor do Nordeste”, afirmou, complementando que o presidente “está muito bem, animadíssimo, motivadíssimo, inspiradíssimo”.

Segundo a governadora, as pesquisas as quais o partido tem acesso mostram o presidente como “um foguete sem ré” e isso deverá influenciar nos estados, incluindo o RN.

A chefe do Executivo estadual se diz motivada para a disputa ao Senado e para o debate que deverá ocorrer durante a disputa eleitoral. “Quanto à minha disputa ao Senado, estou tranquila, graças a Deus recebendo apoio. Estou muito preparada para fazer o debate, a comparação de qual era o Rio Grande do Norte oito anos atrás, antes de eu chegar ao Governo. Nós vamos comparar esse ciclo de 2019 até agora, com os governos anteriores e eu não tenho absolutamente nenhuma dúvida de mostrar o quanto o RN avançou”, explicou. Para ela, é “neste contexto que a candidatura de Cadu Xavier se consolida cada vez mais”.

O papel do MDB
Ao mesmo tempo em que projeta o nome de Cadu, Fátima faz questão de garantir que não há fissuras na relação com o MDB. Rumores sobre uma participação limitada do partido na gestão e sobre uma transição antecipada de poder para o vice Walter Alves foram rechaçados pela governadora, que classificou os temas como “futrica” e “fofoca”.

“O dado concreto é que meu diálogo com Walter é excelente. Ele tem sido muito companheiro. Eu tenho pelo vice-governador o maior respeito e o maior carinho”, declarou. Fátima lembrou ainda que chegou a oferecer a Walter a possibilidade de disputar a reeleição em 2026, com apoio do PT, quando ela deixar o Governo para disputar o Senado.

“Eu disse: ‘Lula está me pedindo, eu vou sair para o Senado. A cadeira, portanto, é sua. A legislação, inclusive, assegura, a você, Walter a candidatura à reeleição. Portanto, eu quero, inclusive, dizer que, se você for para a reeleição, prego o batido ponta virada, o PT estará com você e nós vamos indicar o vice”, relatou Fátima.

A decisão, no entanto, foi do vice: “Ele analisou e tomou a decisão definitiva: não será candidato à reeleição, mas estará comigo, com o presidente Lula e com o nosso projeto, tanto no plano local como no nacional”.

Sobre a ampliação dos espaços do MDB, a governadora disse considerar natural a transição, mas frisou que o essencial é preservar a unidade. “O MDB tem bons quadros, por isso vem ampliando sua participação. Mas o que interessa é que o governo é um só. Tanto eu como Walter, em sintonia com o presidente Lula, estamos imbuídos para continuar trabalhando incansavelmente para melhorar a vida do povo do Rio Grande do Norte”, afirmou.


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“BOLSONARO TEM QUE PAGAR POR ESSES E POR TODOS OS CRIMES QUE COMETEU” CONTRA O POVO JULGAMENTO HISTÓRICO NO STF

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O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus por tentativa de golpe de Estado começa nesta terça-feira (2), no Supremo Tribunal Federal (STF), e é aguardado com expectativa por parlamentares potiguares do PT, que defendem a condenação do ex-chefe do Executivo. Para eles, o processo representa um marco histórico na defesa da democracia e uma oportunidade de pôr fim ao que classificam como a trajetória de impunidade de Bolsonaro.

O deputado federal Fernando Mineiro (PT-RN) lembra que Bolsonaro construiu sua carreira política e militar marcada por episódios de afronta às instituições, “tendo cometido diversos tipos de crimes ao longo dos anos, sem nunca ser julgado e punido”. Ele recorda ao Diário do RN que o ex-presidente chegou a ser expulso do Exército.

“Quando deputado federal, cometeu crimes ao defender torturadores e atacar parlamentares; quando o presidente da República, a sua criminosa irresponsabilidade levou milhares de pessoas à morte durante a pandemia; e sua carreira finda com diversos crimes que estamos acompanhando – desde as eleições de 2022, passando pelo 8 de janeiro até os dias de hoje. É sucessão de ataques criminosos contra a democracia e, ainda, com a ajuda do seu filho, trama um golpe contra a economia nacional e o povo brasileiro junto ao governo Trump”, afirmou.

O deputado complementa que o julgamento que começa amanhã é fundamental: “O julgamento que começa esta semana, além de histórico por ser o primeiro julgamento de crimes contra a democracia, é fundamental para dar um basta na impunidade desse criminoso contra o povo brasileiro e para que ele pague por seus crimes”, afirma.

A deputada federal Natália Bonavides (PT), além de reforçar as palavras do colega de bancada, relembra a atuação do ex-presidente durante a pandemia, como um dos fatos pelos quais ele deve ser punido.

“Bolsonaro tem que pagar por esses e por todos os crimes que cometeu contra o povo brasileiro, como é o caso também de sua negligência na condução das ações de enfrentamento à pandemia, sobre a qual a cada dia aparecem mais provas. A postura de desdém diante do vírus, enquanto presidente na época, é muito grave e contribuiu fortemente para que ocorressem tantas mortes de COVID-19 no Brasil”, afirmou Bonavides.

A parlamentar reafirma à reportagem que há um vasto conjunto de provas nos autos e que a sociedade espera uma resposta firme. Segundo ela, Bolsonaro e seu grupo mostraram disposição para qualquer ação que lhes permitisse se manter no poder, incluindo a tentativa de golpe e o planejamento de assassinato de autoridades.

“O processo mostra vasto acervo de provas que evidenciam a participação dele na tentativa de golpe. Bolsonaro e seu grupo estão dispostos a qualquer coisa para se safar, assim como tentaram de tudo para permanecer no poder. Não vamos esquecer do 8 de janeiro, do plano para matar o presidente, o vice e um ministro do STF. Precisamos dar uma resposta ao Brasil”, disse.

O Diário do RN entrou em contato com os deputados que compõem a bancada do PL potiguar. O deputado federal General Girão alegou que por orientação jurídica não deverá tratar do assunto. Já o deputado Sargento Gonçalves não respondeu até o fechamento desta edição.

O julgamento
Bolsonaro e outros sete acusados integram o chamado “núcleo central” da trama que tentou reverter o resultado das eleições de 2022 e culminou nos ataques de 8 de janeiro de 2023. Eles respondem por crimes como tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

As sessões ocorrerão entre 2 e 12 de setembro, conduzidas pela Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, presidente da Turma. A decisão será por maioria simples.

É a primeira vez, desde a redemocratização, que um ex-presidente da República é julgado no Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado.


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