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setembro 17, 2025


EXPOSIÇÃO FEITO POTIGUAR CELEBRA MESTRES DA ARTE DO RN E REVELA OBRAS INÉDITAS NA PINACOTECA

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Obras inéditas de mestres das artes visuais do Rio Grande do Norte, muitas nunca vistas pelo público, estarão reunidas a partir de 26 de setembro, às 18h na Pinacoteca do Estado (Palácio Potengi), na exposição “Feito Potiguar: Identidade e Memória das Artes Visuais do RN” – uma iniciativa do Sebrae-RN, em parceria com o Conselho Estadual de Cultura, para prestar tributo àqueles que ajudaram a construir o cenário artístico do estado desde o fim do século XIX.

Ao todo, a mostra vai reunir peças de 51 potiguares já falecidos, em sua maioria pinçadas do acervo da Pinacoteca. Além de homenagear os mestres in memoriam, a programação vai “revelar as diversas camadas que compõem o ser potiguar”, desde a representação da paisagem e do cotidiano até a exaltação da cultura popular, dos personagens que habitam a memória coletiva, da natureza exuberante e do legado feminino na arte.

Nomes como Erasmo Xavier, Moura Rabello, Newton Navarro, Dorian Gray, Xico Santeiro, Maria do Santíssimo, Leopoldo Nelson, Zaíra Caldas, e tantos outros, compõem a seleção da exposição.

Na ocasião, também serão homenageados dois grandes nomes que partiram recentemente – Célia Albuquerque e Vatenor, o “pintor dos cajus”.

Para Manoel Onofre, responsável pela curadoria, a exposição do Feito Potiguar vem em um momento que se torna urgente resgatar e tornar acessível ao público a obra de artistas potiguares que, com suas diferentes linguagens e perspectivas, contribuíram significativamente para a formação da identidade visual do Rio Grande do Norte. “É fundamental tornar acessível ao público esse legado, permitindo que novas gerações conheçam e se apropriem da arte potiguar”, observa.

“Cada núcleo é uma janela para diferentes facetas do nosso imaginário. A exuberância da flora local, com o caju como protagonista, e a exaltação da figura feminina na construção da arte potiguar completam este panorama, tecendo um fio condutor que une passado e presente, tradição e inovação”, complementa Onofre.

O diretor superintendente do Sebrae-RN, Zeca Melo, considera que a exposição ecoa os princípios do Feito Potiguar ao resgatar a autoestima e orgulho potiguar. “A valorização da arte potiguar é mais uma forma de reconhecer e apreciar o que é intrinsecamente nosso. Por esse motivo, surgiu a ideia de fazer uma exposição que traduz a poética visual do projeto; e isso não poderia começar de outra forma que não com uma exibição das obras de quem, de fato, construiu o percurso das artes no RN”, finaliza.

Obras potiguares inéditas
A exposição será dividida em quatro módulos temáticos, com obras que datam do fim do século XIX em diante e representam a singularidade do RN. São elas:

  • “Poética Fundante”, com paisagens que vão do litoral ao sertão, registros dos casarios históricos, dos trabalhadores do campo e da pesca, e das figuras populares;
  • “Cascudo, as Tradições e o Folclore”, com obras que celebram as festas populares e os ritos de fé, devoção e misticismo que permeiam o cotidiano do povo potiguar;
  • “Natureza Viva”, que tem como fio condutor a exuberância da flora e fauna potiguar, com destaque para o caju, símbolo maior do RN;
  • “Feito Feminino”, núcleo que faz um tributo às mulheres potiguares que ousaram romper barreiras e construir um caminho significativo no cenário das artes visuais.
    Dentre as obras que podem surpreender o público, o curador Manoel Onofre destaca o “Galo Branco”, de Antônio Soares e a sua releitura colorida feita pela artesã Dona Neném; uma tapeçaria de Dorian Gray nunca antes exposta, com 4 metros de extensão, e ainda obras de Joaquim Fabrício resgatada com apoio da Inteligência Artificial. O pintor é figura muito importante na história potiguar e estudou na Academia Imperial de Belas Artes, no RJ, com financiamento de D. Pedro II.
    O acesso à exposição é gratuito, de acordo com o funcionamento do Palácio Potengi, onde está instalada a Pinacoteca do Estado: de terça a sexta-feira, das 8h às 16h, e sábados e domingos, das 9h às 16h.

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COMISSÃO DA CÂMARA DE NATAL AVANÇA EM PROCESSO DE CASSAÇÃO CONTRA BRISA

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A Comissão Especial Processante da Câmara Municipal de Natal se prepara para dar mais um passo no processo que pode levar à cassação do mandato da vereadora Brisa Bracchi (PT). Após a entrega da defesa preliminar da parlamentar, o relator do caso, vereador Fúlvio Saulo (Solidariedade), apresentou parecer pela continuidade do processo, rejeitando as alegações iniciais da defesa e pela continuidade do processo. Agora, o colegiado se prepara para iniciar a fase de apuração, com a convocação de testemunhas e coleta de provas. A presidente da comissão, vereadora Anne Lagartixa (Solidariedade), confirmou que já está organizando o cronograma dos trabalhos.

“Estou organizando o cronograma para iniciarmos a apuração. Acredito que daqui para sexta será divulgado. Após a montagem do cronograma, daremos início à apuração, convocaremos e começaremos a ouvir as testemunhas que foram arroladas na defesa da vereadora denunciada. De acordo com o rito regimental, o processo precisa correr dentro do prazo de 120 dias”, explicou ao Diário do RN.

Já o relator Fúlvio Saulo detalhou os fundamentos da decisão de manter o processo em andamento. Ele rejeitou a defesa preliminar apresentada pela vereadora do PT. O relatório preliminar foi entregue no dia 12 de agosto.

“Em síntese, rejeitamos todas as preliminares apresentadas pela defesa, pois entendemos que os argumentos que dizem respeito ao mérito da denúncia serão analisados na fase de instrução. O parecer que apresentei recomenda a continuidade do processo, justamente para que as provas sejam colhidas e avaliadas apropriadamente. Minha linha é de não fazer juízo prévio, pois nessa nova fase serão apresentados argumentos definitivos”, afirmou à reportagem.

Ele acrescentou que a rejeição dos pedidos da defesa não foi uma questão de preferência política: “As argumentações apresentadas juridicamente não convenceram o nosso jurídico. Então, a gente preferiu que tivesse maior embasamento para tomar efetivamente as informações para o parecer final. Sou a favor de um processo justo, baseado na legalidade e formalidade processual”.

Outro membro da Comissão, o vereador Daniel Valença (PT), que é contra a cassação da colega de bancada, lembra que outro processo contra Brisa, sob o mesmo objeto, no Conselho de Ética deve andar mais rápido.

A reportagem entrou em contato com a vereadora Brisa para obter mais informações sobre a defesa, mas não obteve retorno até o fechamento da edição.

Entenda o caso
O processo de cassação foi aberto após denúncia do vereador Matheus Faustino (União Brasil), que acusa Brisa Bracchi de ter destinado R$ 18 mil em emendas parlamentares para financiar o evento cultural “Rolê Vermelho”, realizado em agosto na Casa Vermelha. Com emendas de Brisa Bracchi, foram destinados R$ 500 para o DJ Augusto; R$ 15 mil para a cantora Khrystal e banda; e R$ 2.500 para a banda Skarimbó. O evento teve cartaz com imagem de Bolsonaro e pulseira com dizeres relacionados à prisão do ex-presidente. Para os opositores, a festa teve caráter político-partidário, configurando desvio de finalidade e quebra de decoro.

Posteriormente, o vereador Subtenente Eliabe (PL) também protocolou pedido de cassação, reforçando as acusações. A Câmara aprovou a abertura do processo em plenário, com 23 votos favoráveis, e sorteou a comissão responsável: Anne Lagartixa (presidente), Fúlvio Saulo (relator) e Daniel Valença (PT), como membro.

Na defesa apresentada, Brisa negou irregularidades, afirmou que os recursos foram aplicados com “total transparência” e classificou o processo como perseguição política. Segundo ela, o “Rolê Vermelho” teve caráter cultural, com contratações regulares de artistas locais e incentivo à produção cultural de Natal.

Com o parecer do relator pela continuidade, a comissão deve agora divulgar o cronograma da fase instrutória, que inclui depoimentos, apresentação de documentos e análise das provas. O prazo total para conclusão do processo é de 120 dias.

Caso seja aprovado relatório final pela cassação, a decisão caberá ao plenário da Câmara, onde Brisa poderá perder o mandato por maioria qualificada dos votos dos vereadores. Se isso acontecer, assume a cadeira em seu lugar a suplente Júlia Arruda (PCdoB), que compõe federação com o PT e o PV.


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MARINHO AFIRMA QUE QUEBRA DE SIGILOS VAI SEGUIR CAMINHO DAS FRAUDES NO INSS

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“Já está muito claro que, enquanto o governo Bolsonaro foi o primeiro em 30 anos a reforçar os controles e coibir fraudes, o governo Lula e o PT trabalharam para afrouxar e até eliminar tais mecanismos. Agora, com a quebra dos sigilos fiscais de diversas entidades e dirigentes, vamos avançar para seguir o caminho do dinheiro e punir os responsáveis de forma exemplar”, afirmou Rogério Marinho (PL), em conversa com o Diário do RN, sobre a CPMI do INSS, em andamento no Congresso Nacional.

Marinho fala sobre o assunto após a divulgação de que ele recebeu, em 2018, uma doação de campanha de R$ 10 mil de Nelson Wilians, advogado investigado pela PF por fraudes nos descontos das aposentadorias. Líder da oposição no Senado, Rogério Marinho foi secretário especial da Previdência durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) e é um dos integrantes da CPMI do INSS, que investiga a farra dos descontos indevidos sobre aposentadorias, revelada pelo Metrópoles.

Rogério, que é o único membro da CPMI entre os que receberam doação de campanha de Wilians, admite que recebeu a doação, mas “foi realizada observando todos os procedimentos legais e representa 0,5% do total de recursos gastos na campanha a deputado federal, em 2018”.

“Por óbvio, por ocasião da campanha, não havia nenhuma expectativa de que o senador Rogério Marinho ocupasse cargo no governo do presidente Bolsonaro. Por fim, nenhuma doação eventualmente recebida tem condão de interferir em sua atuação como parlamentar ou em qualquer outro cargo público ocupado”, disse.

O advogado Nelson Wilians é alvo de investigação da Polícia Federal por suspeita de ter lavado dinheiro em benefício do empresário Maurício Camisotti, apontado como beneficiário final de três entidades acusadas de fraudar filiações de aposentados para realizar descontos indevidos. Na última sexta-feira (12), ele foi alvo de mandados de busca e apreensão cumpridos pela PF dentro da Operação Cambota, segunda fase da Operação Sem Desconto.

Levantamento divulgado pelo Metrópoles revelou que, entre 2019 e 2024, Wilians movimentou R$ 4,3 bilhões em operações consideradas suspeitas. Ele nega qualquer irregularidade. Entre as transações investigadas está o repasse de R$ 15 milhões a Maurício Camisotti — valor que os dois afirmam se referir à compra e venda de um terreno em São Paulo.

Desde 2014, Wilians já fez doações a sete políticos — entre eles, apenas Rogério Marinho integra, como suplente, a CPMI do INSS.

A comissão foi instalada para apurar esquemas bilionários de descontos irregulares em milhões de benefícios previdenciários. A participação de Rogério Marinho, que ocupou o cargo de secretário da Previdência em parte do período em que ocorreram as fraudes, tem sido contestada por parlamentares governistas. Ele atua como suplente pelo bloco do PL e do Novo.

Mineiro: “Rogério Marinho sabia das fraudes”

Entre os governistas que contestam a presença de Rogério Marinho como membro da Comissão Parlamentar Mista de Investigação, está o deputado potiguar Fernando Mineiro (PT).

“Acho que ele não deveria estar na Comissão, porque como ex-secretário Nacional da Previdência, foi parte ativa na mudança da legislação em 2019. E agora vem à tona a informação de que recebeu doação de campanha de um dos investigados”, ressaltou o deputado do PT ao Diário do RN.

O parlamentar relembra postagem que fez em suas redes sociais no mês de maio, quando já citava a participação de Marinho em mudanças na legislação feitas no Congresso, que viabilizou o esquema de descontos indevidos na folha de pagamento de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Relatada pelo então deputado Paulo Eduardo Martins (PR), a medida foi alvo de intensa negociação.

“Rogério Marinho sabia, era Secretário Nacional da Previdência e participou dos acordos que criaram as atuais regras de descontos no INSS. Nesse plenário ele acompanhou a discussão no dia 19 de maio de 2019. Ele sabia da existência das fraudes e ele foi secretário por mais de um ano”, afirmou Mineiro.

O deputado mostra trecho de vídeo de Rodrigo Pacheco, sobre presença de Marinho para um acordo da medida provisória. Além disso, exibe um senador do PL, em trecho de entrevista à CNN, afirmando que recebeu em seu gabinete os peritos do INSS de mais de mais R$ 70 bilhões com relação a aposentados, seguro defeso, consignados, e que o assunto teria sido levado ao presidente Bolsonaro durante a transição para seu governo.

“Desafio o senador, ex-secretário da Previdência do governo Bolsonaro, a apresentar uma medida concreta que ele e o governo passado tenham tomado para combater as conhecidas fraudes que prejudicaram milhões de brasileiros aposentados e pensionistas”, complementa.


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ROSALBA CIARLINI CONTESTA CONDENAÇÃO POR PROPINA: “NÃO TEM CABIMENTO”

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A defesa da ex-governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini Rosado, reagiu à condenação na ação civil de improbidade administrativa referente à construção da Arena das Dunas, em Natal. Em nota enviada ao Diário do RN, os advogados Alexandre Henrique Pereira, Ezequias Pegado Cortez Neto e Paulo de Tarso Fernandes enfatizaram que a decisão judicial “não reconheceu qualquer desvio de recursos e afirmou não ter havido sobrepreço na obra da Arena das Dunas”. Os defensores argumentam que, sem indícios de superfaturamento, “não há margem para a geração de ‘caixa 2’ vinculada a esse empreendimento exemplar”.

A ex-governadora Rosalba Ciarlini teve rápida conversa com o Diário do RN: “Nós vamos usar todos os recursos, porque a peça da sentença já afirma que não houve sobrepreço. Não tem cabimento”, enfatizou.

A nota da defesa de Rosalba ressalta ainda que a sentença estaria amparada em “relatos frágeis e delações contraditórias, já anuladas pelo Supremo Tribunal Federal, no âmbito da fracassada Operação Lava Jato”. Para a defesa, tais elementos apresentam “vícios que tornam suas conclusões insustentáveis”.

Na manifestação, os advogados informaram que já ingressaram com Embargos de Declaração, pedindo que a decisão seja anulada. O recurso aponta “omissões e contradições” no processo e requer o reconhecimento da incompetência da Justiça Federal, com a remessa do caso para a Justiça Estadual. “A defesa reafirma sua confiança na Justiça, que reconhecerá a fragilidade das acusações comprometedoras”, diz a nota.

Condenação e recurso do MPF
A sentença, proferida pela 1ª Vara da Justiça Federal no RN, atendeu a pedido do Ministério Público Federal (MPF) e condenou Rosalba Ciarlini, seu marido Carlos Augusto Rosado, então secretário chefe do Gabinete Civil, o ex-secretário extraordinário da Copa do Mundo, Demétrio Torres, o empresário Luciano Ribeiro da Silva e a construtora OAS (atual Coesa).

De acordo com o MPF, as investigações da Operação Mão na Bola comprovaram que, entre 2011 e 2014, houve pagamento de propina com recursos oriundos de financiamentos do BNDES. Os valores eram repassados a empresas subcontratadas para serviços fictícios ou superfaturados, com o objetivo de gerar dinheiro vivo em “caixa dois”, usado para assegurar a continuidade da obra e evitar greves de trabalhadores.

Além de provas documentais, a ação foi fundamentada em depoimentos de executivos da OAS, como Léo Pinheiro, e do doleiro Alberto Youssef. Para a Justiça, ficou demonstrado que os agentes públicos “solicitaram, aceitaram e receberam, de forma livre, consciente e voluntária, vantagens indevidas pagas pela Construtora OAS S/A, através de seu Presidente Léo Pinheiro, por questões relacionadas à obra do estádio Arena das Dunas em Natal/RN”.

A ex-governadora foi condenada por enriquecimento ilícito, devendo restituir R$ 123,3 mil aos cofres públicos e pagar multa no mesmo valor, além de ficar proibida de exercer função pública e de contratar com o poder público por 14 anos. Carlos Augusto Rosado foi condenado a devolver R$ 406,7 mil, também com multa equivalente, e teve os mesmos direitos suspensos. Já Demétrio Torres e Luciano Silva foram condenados sem a perda de função pública. A construtora Coesa foi condenada a multa de R$ 618,2 mil e ficou proibida de contratar com a administração pública pelo mesmo período.

Na última sexta-feira (12), o MPF recorreu da decisão, pedindo a majoração das multas e a extensão da pena de perda de função pública a todos os réus, inclusive com possibilidade de cassação de aposentadoria. O procurador da República Higor Pessoa afirmou que houve evolução patrimonial incompatível com as rendas declaradas. Segundo ele, “tais quantias não têm correspondência em fonte de renda lícita, pelo que são de proveniência provavelmente criminosa”.

O MPF solicita que os valores de ressarcimento sejam elevados para R$ 655,4 mil em relação a Rosalba, R$ 465,7 mil para Carlos Rosado e R$ 166,8 mil para Luciano Silva. Para Demétrio Torres e a OAS, o órgão requer a majoração das multas para R$ 1,1 milhão e R$ 1,28 milhão, respectivamente.


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