O deputado estadual Francisco do PT, líder do Governo na Assembleia Legislativa, defende com afinco a gestão da líder do seu partido, governadora Fátima Bezerra (PT), e o faz com um perfil moderado, conciliando embates com gentileza. Filiado ao Partido dos Trabalhadores desde 1990, um ano após se dedicar à primeira campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, Francisco Assis de Medeiros, mais conhecido como Francisco do PT, nasceu em Parelhas, na região do Seridó. Iniciou sua carreira como professor de Geografia. Na faculdade, participou do movimento estudantil.
Pelo PT, foi vereador por dois mandatos e prefeito de Parelhas por duas vezes. Atuou como chefe de gabinete da prefeitura de Currais Novos e, em 2018, foi eleito deputado estadual com mais de 23 mil votos. Reeleito em 2022, ampliou sua votação para 50.499 votos.
A votação de parlamentar do ano é organizada pelo Comitê de Imprensa da Assembleia Legislativa. Francisco foi escolhido por 26 votos como o parlamentar de atuação mais destacada ao longo do ano. A deputada Eudiane Macedo teve cinco votos, e os deputados Kleber Rodrigues, Tomba Farias, Cristiane Dantas, Neilton Diógenes e Galeno Torquato receberam um voto cada.
Chegando ao fim do ano parlamentar, Francisco reconhece o seu papel para a aprovação de matérias importantes para o Governo e afirma esperar maturidade e espírito público dos colegas, inclusive da oposição, para as votações finais.
Diário do RN – Como é que o senhor recebe essa escolha de parlamentar do ano?
Francisco do PT – Recebo com muita humildade, alegria. Para mim é uma notícia de muita honra, de gratidão ao comitê de imprensa da Assembleia, a todos e todas jornalistas que participaram dessa escolha. Quero dizer que não tenho nenhuma vaidade pessoal em relação a isso, mas me sinto muito gratificado porque na verdade termina sendo também um reconhecimento de todo o esforço que nós temos feito para fazer com que o nosso mandato cumpra o papel que mais de 50 mil potiguares confiaram quando nos reelegeram deputado estadual. É muito gratificante, especialmente levando isso em conta. Eu olho para toda a minha história de vida, não apenas para minha trajetória política. Primeiro, já é muito honroso para mim estar entre os 24 parlamentares que representa o povo do Rio Grande do Norte na Assembleia. E depois por toda a minha trajetória de vida.
Diário do RN – Dessa trajetória, o que o senhor destaca que contribuiu mais para o que o deputado Francisco do PT é hoje?
Francisco do PT – Primeiro, a minha convivência na infância com conjunto de pessoas simples, humildes. Desde as pessoas que me criaram, como minha avó materna, minha mãe, todos os meus vizinhos, meus familiares, pessoas muito simples, sem um grau de instrução elevado, porque muitos não tiveram sequer acesso à escola. Então isso para mim é algo que marcou muito a minha vida, graças a solidariedade de todos eles e elas e porque, mesmo sem ter frequentado a educação formal, todos eles sempre me incentivaram. Depois, toda a contribuição que a educação teve na minha vida, desde a minha época de estudante, a minha época de estudante universitário também, são muitos momentos marcantes. As oportunidades na política que o povo de Parelhas me deu quando eu fui vereador duas vezes, prefeito duas vezes. Então, são muitos os momentos e as passagens que marcam minha e que me trouxeram até aqui.
Diário do RN – Como o senhor está vivenciando essa experiência de ser líder do Governo, tendo que mediar relações com um perfil tão pacífico?
Francisco do PT – Primeiro, eu considero essa tarefa como uma missão, uma missão que me foi pela nossa governadora Fátima, uma missão que realmente é muito desafiadora, porque eu tenho que manter um nível de diálogo permanente com todos os parlamentares da Casa, fazer essa interlocução com a sociedade civil, que muitas vezes nos procura, a classe trabalhadora, o mundo empresarial, as instituições que me procuram, dialogar com meus colegas deputados e deputadas. Portanto, eu considero que é tarefa muito desafiante e que eu tenho buscado sempre procurar o equilíbrio necessário para cumprir, enquanto for do desejo da governadora, porque essa é uma missão que que é da escolha dela. Então, enquanto tiver essa oportunidade, conferida por ela, de ser o líder do seu Governo na Assembleia, eu vou me esforçar com o máximo possível para continuar atendendo essas expectativas.
Diário do RN – O senhor já ocupou cargo no Executivo e conhece o nível de cobrança da oposição e da sociedade. Como avalia esse momento da gestão de Fátima Bezerra?
Francisco do PT – Olha, tanto a oposição, quanto os governistas exercem o seu papel. A oposição cobra e faz as críticas que consideram pertinentes. A população do Rio Grande do Norte também faz as suas cobranças, porque quando o povo elege um governante tem essa expectativa de que esse governante possa responder às demandas da sociedade. A governadora Fátima é incansável.
Ela se dedica com exclusividade à missão de governar o Rio Grande do Norte. Eu digo que a governadora dorme para governar o Rio Grande do Norte e acorda para governar o Rio Grande do Norte, porque ela não vive outra coisa, outra tarefa. É a vida dela, ela se dedica com muita ênfase, e aí, é dentro dessa perspectiva que eu acredito que apesar dos problemas, que não são de hoje, porque o Rio Grande do Norte tem muitos problemas acumulados ao longo de muitos anos, mas a governadora tem um conjunto de avanços importantes do seu Governo e vai deixar um legado importante, tanto do ponto de vista social, como do ponto de vista da infraestrutura para o povo potiguar. É óbvio que eu sei que ela desejaria fazer muito mais, mas todo mundo lembra as condições fiscais e financeiras que a governadora herdou o Rio Grande do Norte para governar.
Então, não é uma tarefa fácil.
Diário do RN – Em relação as votações que vem aí para o encerramento do ano legislativo, o senhor vem trabalhando na questão do diálogo para a aprovação do ICMS. Qual a expectativa para esse final de sessão legislativa?
Francisco do PT – Eu espero que todos nós parlamentares, tanto do governo quanto da oposição, tenhamos toda a maturidade suficiente, todo o espírito público que o cargo exige de nós, respeitando o contraditório, respeitando a decisão de cada parlamentar naquilo que diz respeito ao seu voto, mas o que está em jogo quando a gente discute a situação da necessidade de readequar a alíquota do ICMS para 20%, quando a gente discute a necessidade da votação da lei orçamentária para o ano que vem, tudo isso é sempre pensando no bem do povo potiguar e eu espero que ao final prevaleça o espírito democrático da Casa e da sociedade, o espírito público. E eu sou muito confiante que nós vamos conseguir aprovar os projetos de interesse do povo potiguar.