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NATAL NAS RUAS: TRANSFORMANDO A CEIA DE NATAL EM SOLIDARIEDADE E ACOLHIMENTO

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A ceia de Natal é, para muitos, um dos momentos mais aguardados durante as festividades de final de ano. Em muitas casas ao redor do mundo, ela simboliza não apenas a celebração do nascimento de Jesus Cristo, mas também o reencontro com familiares e amigos, em torno de uma mesa farta.

Mas, afinal, como essa tradição nasceu? O que ela representa e como ela é celebrada em diferentes culturas?

O Natal, como celebração religiosa, começou a ser festejado oficialmente apenas no século IV, quando o Papa Júlio I, após um minucioso estudo sobre o nascimento de Jesus, escolheu o dia 25 de dezembro como data para a comemoração.

A ceia de Natal, tradicionalmente realizada na noite de 24 de dezembro, é um momento de celebração do nascimento de Cristo, mas também de acolhimento e união. Nos primeiros tempos, era comum que as portas das casas ficassem abertas para receber peregrinos e viajantes. Esse espírito de acolhimento permanece até hoje, em muitas partes do mundo, onde as famílias se reúnem para compartilhar uma grande refeição, marcada por abundância e diversidade de pratos.

CEIAS PELO MUNDO
A ceia natalina varia significativamente ao redor do globo. Em países como os Estados Unidos e Canadá, o peru assado é o prato principal, acompanhado por purê de batatas e molhos.

Na Europa, as tradições também são distintas: na Itália, o “cenone di Natale” pode incluir peixe e uma variedade de pratos regionais; enquanto na França, a “Réveillon de Noël” é marcada por iguarias como o “foie gras” e o “bûche de Noël”, um bolo em forma de tronco.

No Brasil, a ceia de Natal adquire características muito especiais, refletindo a diversidade cultural do país. Por aqui, os pratos servidos variam conforme as preferências regionais, mas alguns alimentos são praticamente obrigatórios em qualquer mesa natalina.

A estrela principal é o peru, mas outras aves festivas também ganham espaço. Os acompanhamentos mais comuns são o arroz – que nesse dia ganha ingredientes especiais, como o arroz à grega – as saladas, farofas e uma grande variedade de doces, incluindo alguns típicos desta época, como rabanada e panetone.

A RESSIGNIFICAÇÃO DO NATAL
Ao longo dos séculos, a mesa farta e outras tradições como, por exemplo, o ato de presentear, deram ao Natal uma característica peculiar quando o consumismo aflora nas pessoas e, algumas vezes, chega até a desconectá-las do verdadeiro significado Natal.

Por muitos anos, observar tanta fartura trazia também muita inquietação para a servidora pública Ilane Virgílio. Ela conta que sempre se sentiu desconfortável ao ver a abundância de alimentos nas festas de Natal em sua família: “Eu sempre ficava olhando e achava meio sem sentido ter tanta comida para a gente e tanta gente na rua sem comida. Sempre achei contraditório as pessoas comemorarem o Natal com um banquete só para sua família, quando Jesus nos ensinou que o amor e a solidariedade são para todos, principalmente para os mais necessitados. O Natal não deveria ser uma festa egoísta. É essa reflexão que tento provocar no projeto, para que mais pessoas se sensibilizem”, reflete Ilane.

Foi a partir dessa reflexão que, junto com as irmãs, ela decidiu transformar o Natal em um momento de solidariedade. Assim nasceu, em 2021, o projeto “Natal nas ruas”, com a ideia de levar a solidariedade e o cuidado com o próximo para aqueles que mais precisavam. Dali em diante, o Natal ganhou um novo significado para Ilane e sua família, além de mostrar um potencial multiplicador. “Na primeira edição, éramos apenas minha família – meus pais, minhas irmãs e eu. No ano passado, já envolvemos cerca de 15 pessoas, com três carros para a entrega.

Agora, a cada ano, mais pessoas se juntam a nós, e a gente espera crescer ainda mais”, conta Ilane, acrescentando que “alguns vêm pelo desejo de ajudar, outros por estarem sozinhos no Natal e verem no projeto uma forma de contribuir para um fim maior”.

O projeto prepara entre 300 e 350 marmitas com refeição completa, sobremesa, refrigerante e kits de higiene, que são distribuídos nas ruas da capital potiguar, na noite do dia 24 de dezembro. Além disso, o grupo também promove um momento de acolhimento e reflexão com as pessoas em vulnerabilidade que encontram pelas ruas.

Tudo isso é possível com a ajuda de uma rede de amigos, familiares e voluntários; afinal, como todo projeto social, o “Natal nas Ruas” tem um custo elevado. A produção das marmitas, a compra dos alimentos e a logística envolvem um investimento significativo. A arrecadação sempre é feita de maneira simples e intimista, por meio de campanhas entre amigos, familiares e com recursos próprios. “Nós sempre nos organizamos durante o ano e, quando falta algo, complementamos com nossos próprios recursos. Mas o principal vem de doações de amigos e familiares”, explica.

Além das doações financeiras, também é possível se juntar de outras formas. “Quem não puder ajudar com dinheiro, pode vir ajudar na cozinha, na organização e montagem das marmitas ou na entrega. Toda ajuda é bem-vinda”, afirma Ilane que finaliza a conversa com um convite “Quem quiser ajudar, pode entrar em contato pelo WhatsApp ou fazer uma doação via PIX. O importante é que todo apoio é bem-vindo.”

Contatos:

  • WhatsApp: (84) 98833-8833
  • PIX: ilanevirgilio@gmail.com

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