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PT PREPARA DISCURSO PARA 2022 NA TENTATIVA DE SE LIVRAR DA PECHA DE TER COMETIDO DESVIOS NA PETROBRAS

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Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Na edição do jornal O Globo, deste sábado, 9, a colunista Malu Gaspar faz uma análise da estratégia que o Partido dos Trabalhadores (PT) está preparando para montar o seu discurso negando que tenha havido desvio de recursos financeiros da Petrobras nos governos Lula e Dilma Rousseff.

Em seu artigo, intitulado “Discurso do PT para 2022 sobre o petróleo não se sustenta em fatos”, quando diz que “Na estratégia do PT, a prioridade é reescrever a história do petróleo” e continua “A presidente da legenda Gleisi Hoffmaann, vem aproveitando todas as oportunidades para negar que tenha havido corrupção sistêmica ou mesmo superfaturamento nos contratos da Petrobras nas gestões de Lula e Dilma Rousseff. A mais recente foi nesta sexta-feira, em Brasília, em uma entrevista coletiva”.

No decorrer do artigo, Malu Gaspar relata que “O partido anda tão certo de que vai emplacar sua narrativa que já planeja até um ‘minicurso’ de três horas para seus parlamentares aprenderem a se defender das acusações relativas ao petróleo e à Lava-Jato. Difícil é entender de onde vem tanta confiança, uma vez que os fatos não sustentam a versão que o PT quer vender ao público”.

Ontem, em Brasília, em seu discurso preparatório para defender o PT das acusações de desvios de dinheiro da Petrobras, a presidente Gleisi Hoffmann foi mostrando o caminho de sua defesa ao dizer que “Nenhum contrato da Petrobras foi superfaturado. E isso não sou eu tô dizendo, quem diz isso são as auditorias feitas nos contratos. A Petrobras é uma empresa de capital aberto, opera inclusive na Bolsa de Valores de Nova York, e esses contratos estavam corretos. Portanto, não houve desvio de dinheiro da Petrobras. Isso é importante dizer, porque uma mentira fica sendo repetida e vai criando nas pessoas a ideia que não deve ser criada”.

Em seu artigo, a colunista Malu Gaspar começa a desmontar o discurso petista e assim inicia: “A palavra superfaturamento foi escolhida a dedo, uma vez que a Petrobras não usa esse termo em seus documentos. Primeiro porque o que existia no Brasil era um cartel de empreiteiras. O cartel foi confessado por seus membros e amplamente documentado, não só pela Lava-Jato mas também em acordo de leniência com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), autarquia do governo federal. Num cartel, as empresas decidem os preços, e por isso não há livre concorrência e nem base de comparação no mercado. Isso não quer dizer que não haja evidências de sobrepreço ou desvio de dinheiro nos contratos. ”

Continuando em sua avaliação, a colunista enumera: “Primeiro, uma informação que a própria Petrobras incluiu no balanço de 2014. A companhia estimou em US$ 2,5 bilhões – ou R$ 6,2 bilhões pelo câmbio da época as perdas com ‘valores que a Petrobras pagou adicionalmente’ por ativos envolvidos no petróleo. (…) O balanço da estatal foi publicado em 2015, ainda na gestão de Dilma Rousseff. Gleisi disse à Globonews, no domingo, que a firma de auditoria da Petrobras, a PriceWhaterhouseCoopers, foi obrigada pela Lava-Jato a atestar as perdas. Não foi isso o que aconteceu. Na época a Petrobras ficou meses sem publicar balanço por conta do impasse entre governo e a diretoria, comandada pela amiga pessoal e executiva de confiança de Dilma, Maria das Graças Foster. Como o governo não queria admitir perdas por corrupção, Foster e toda a diretoria renunciaram. A nova diretoria, também nomeada por Dilma, só cedeu porque, sem balanço, a companhia poderia ter suas dívidas vencidas executadas pelos credores”.

Depois de afirmar que após a publicação do balanço, a Petrobras ainda foi admitida como assistente de acusação do Ministério Público nas ações judiciais, a colunista conclui que a estatal “Já recebeu de volta mais de 6 bilhões, um dinheiro que saiu da Petrobras e não foi nem para obras e nem para serviços. Em bom português, dinheiro desviado de obras superfaturadas”.

Antes de finalizar a sua análise, a colunista do jornal O Globo falou de investimentos perdidos, como as das obras como a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, da ordem de R$ 19 bilhões; do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro que o TCU calcula em prejuízos da ordem de R$ 12,5 bilhões, e finaliza dizendo que “Os casos são muitos e é possível encontrar provas de todos eles sem abrir nenhum processo da Lava-Jato. Envolvem bem mais gente e partidos do que só Lula ou o PT. Talvez seja mais conveniente o partido rever a sua estratégia. Porque segurar uma campanha inteira só com fatos alternativos vai custar bem mais do que três horas de cursinho para os seus quadros”.

*A coluna de Malu Gaspar, na íntegra, está no portal O Globo


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