Sylvia Serejo conta história inusitada que viveu com os pais ao participar de coral na Abadia de Westminster
Quem teve oportunidade de compartilhar momentos com a Rainha Elisabeth II costuma lembrar do senso de humor apurado da monarca. Nos últimos dias, esses relatos se multiplicaram nas homenagens que rodam o mundo. A jornalista Sylvia Serejo não conheceu pessoalmente a Rainha, mas nas redes sociais compartilhou a história que teria contado nesse encontro com a realeza. O fato inusitado aconteceu em 2013 quando Sylvia viaja com os pais: os jornalistas Vicente e Rejane Serejo.
“Já que não deu para eu contar para a Rainha, que pelo menos eu faça a ela esta simples homenagem, porque acho que com seu humor peculiar, riria da nossa situação. Era 2013 e, em uma das vezes que viajei sozinha para encontrar os Velhinhos mundo afora, demos uma fugida até Londres. Claro, quem vai a Londres, vai à Abadia de Westminster – mesmo já tendo ido outras vezes, quisemos ir de novo. Só que, dessa vez em 2013, vi num site que era possível participar da apresentação do coro da igreja durante a missa.
Prestou atenção no verbo? O texto dizia PARTICIPAR, e não assistir, mas minha empolgação anuviou a percepção textual. Pois bem. Às 17h, estávamos lá britanicamente pontuais: Mamãe, Papai e Eu, e os auxiliares da abadia nos indicaram aguardar próximo à grade lateral esquerda da nave.
Quando a grade abriu, a fila andou rapidamente, a auxiliar contou rapidamente o número de pessoas ‘cabíveis’, e nós apertamos o passo, para não destoar da fila. Em segundos estávamos aí, onde vocês estão vendo.
Livros encadernados em couro com gravações em dourado e papel bíblia estavam à nossa frente, “cadacá com o seu”. O órgão tocou uma introdução, e eu ouvi o murmúrio do Velhinho: “ – E agora, eu que nem sei cantar, como é que vou cantar em inglês? ”
Majestade, eu vou lhe dizer: acho que foi uma das maiores crises de riso que eu tive. Mas foi tão grande e intensa, que não tive opção senão me abaixar atrás da mureta de madeira do coro, assim pelo menos os demais presentes teriam alguma dúvida– estaria aquela moça passando mal, algo assim? Nem todos veriam minha crise quase convulsiva.
Nem Mamãe se aguentou – mas logo recobrou a austeridade necessária à ocasião. Papai seguiu mexendo a boca, tentando adivinhar as vogais das próximas sílabas, e eu só ressurgi após a certeza de ter controle da situação. Quando consegui entender em que parte do livro estava o hino que estava sendo entoado, só pude cantar mais dois ou três.
Ficou a história para contar. A admiração pela Rainha EII permanece e permanecerá, sobretudo ao seu humor e postura tão especiais.
“God Save The Queen, forever”