Imagem da Padroeira de Natal, Nossa Senhora da Apresentação, está com o braço quebrado desde o início do ano. PMN ignora
Dentro de um mês, começam as celebrações à Nossa Senhora da Apresentação, padroeira da capital potiguar que movimentará uma multidão de devotos entre os dias 11 e 21 de novembro desse ano. Tradicionalmente, o ponto alto da comemoração é a procissão fluvial, nas águas do rio Potengi. Mas, nos últimos anos, a logística do evento foi alterada por questões de infraestrutura e falta de manutenção.
Segundo o Padre Valdir, organizador da festa, existe um projeto da Prefeitura de Natal, já com verba garantida, mas que ainda não tem previsão de começar. Assim, em 2022, a missa da alvorada do dia 21 volta a acontecer com a área da imagem interditada.
O problema é antigo. Em 2019, durante vistorias da Defesa Civil e da Secretaria de Infraestrutura de Natal (Seinfra), ficou detectado o estado de deterioração de vigas e pilares do deck. O relatório, realizado pelos órgãos em conjunto, ainda relatava armaduras expostas e oxidadas em vários pontos, comprometendo a estabilidade do monumento. Em função do risco aos visitantes, a Defesa Civil Municipal realizou intervenções com tapumes e fitas isolantes para evitar a aproximação de pessoas.
Três anos já se passaram sem que nenhuma intervenção acontecesse no local e nem mesmo a imagem da própria Padroeira ficou ilesa. Em março deste ano, a imagem de Nossa Senhora da Apresentação perdeu o braço direito por causa da ação do tempo. E os problemas não param por aí. No primeiro lance de escadarias, que dão acesso a imagem da Padroeira, os azulejos da escada estão quebrados e sujos, o que aumenta o risco de escorregões e acidentes. Nas laterais dos degraus, mato e restos de lixo se acumulam. Se o visitante ainda quiser descer os degraus, ele não pode contar com o apoio do corrimão central que só está fixo em uma das extremidades.
No pátio central, parte do muro que cerca o espaço por trás da imagem já caiu. Os deficientes visuais, que também são impactados pelos problemas anteriores, sofrem com o agravo da falta de sinalizações com acessibilidade. Mesmo os azulejos táteis presentes no limite do primeiro lance de degraus (usados para a ajudar na locomoção) estão danificados.
Um problema grave diz respeito a ação de pessoas retiram o isolamento da área. No dia em que a equipe do Diário do RN visitou a Pedra do Rosário, não encontrou nenhuma proteção ou sinalização de risco no local.
A reportagem do Diário do RN questionou a Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) sobre a situação de abandono da Pedra do Rosário. O secretário adjunto de Conservação da Seinfra, Diogo Alexandre, informou que o planejamento das obras de revitalização do local está sendo desenvolvido pela Secretária Municipal de Planejamento (Sempla). Ainda de acordo com o secretário, a pasta aguarda a autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para concluir a contratação de serviços e realizar a demolição da laje da Pedra do Rosário, além da restauração da imagem da Padroeira de Natal: “Após conclusão do contrato será verificado a melhor data junto a CBTU para realização do serviço, pois precisamos parar a ferrovia para realizar a operação de demolição”, disse.
Com relação ao projeto de revitalização, a reportagem procurou a Sempla. Até o fechamento desta edição, a assessoria da pasta não tinha a informação de quando o projeto será entregue.