
Neste 3 de setembro é dedicado ao Dia das Rocas, considerado um dos bairros mais antigos de Natal, situado na zona leste da cidade. Segundo o historiador Câmara Cascudo, ainda no século XIX, em meados de 1880 a localidade tinha o nome de “Ilha de Montenegro”, depois nominado de “Atol das Rocas” e, finalmente ganhou a condição de Bairro das Rocas.
Em 1893, a localidade, até então habitada por pescadores, começou a receber novos habitantes, onde com as obras de melhoramento do porto os operários começaram a erguer seus ranchos próximo ao local de trabalho. Mas, o bairro das Rocas começou seu desenvolvimento a partir do século XX, onde seu maior ponto de progresso surgiu quando houve a construção da Estrada de Ferro Central.
Berço de celebridades da política, da cultura e do futebol, o mais ilustre e mais lembrado é o ex-presidente João Fernandes Campos Café Filho, filho de pescador, que, eleito vice-presidente da República em 1951, assumiu a presidência da República Federativa do Brasil em 24 de agosto de 1954 com a morte do titular Getúlio Vargas, tendo terminado o seu mandato em 8 de novembro de 1955.

Palco de danças folclóricas contribuintes permanentes para o enriquecimento da cultural potiguar e vivamente representadas pelo Grupo de Danças Araruna, o bairro das Rocas também abrigou, sob a influência do “Mestre Lucarino”, as Escolas de Samba “Balanços do Morro” e “Malandros do Samba” que se tornaram fontes de compositores, enquanto que no futebol o bairro tem se tornado um verdadeiro celeiro de craques, fixado nas lembranças dos mais antigos por expressões como Cocó, Saquinho. Edmilson Piromba, Pancinha, Cileno, Albano, Piaba e atualmente Rodriguinho.

O marco religioso é a Igreja Sagrada Família, cuja pedra fundamental foi lançada em 25 de agosto de 1925 pelo padre Teodoro Kokke, e contou com a participação do governador José Augusto Bezerra de Medeiros, mas o bairro também teve a sua história marcada pela presença de vários Templos de Candomblé, cuja crença sempre esteve arraigada na cultura da população.

Estudos elaborados pelas professoras Lisabete Coradini, do Departamento de Antropologia e Maria Ângela Pavam, do Departamento de Comunicação Social, ambas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), fizeram surgir o documentário: “Mulheres das Rocas: Imersão do Documentário no Espaço – Tempo dos Personagens do Samba em Natal/RN, onde cita a participação das mulheres na vida cultural da comunidade e assim registra: “As mulheres das Rocas (bairro popular) são as guardiãs das memórias do samba local – além de detentoras da história, têm papel ativo desde o início da construção das escolas de samba em Natal”
Na Assembleia Legislativa, na sessão desta quinta-feira, 2, o deputado Ubaldo Fernandes registrou a data dizendo: “Eu quero fazer uma homenagem de forma orgulhosa e feliz, ao meu querido bairro. Amanhã, dia 3 de setembro, comemora-se o Dia Municipal das Rocas, que foi fruto de minha autoria, na época em que fui vereador”. Na mesma ocasião, o deputado que reside no bairro teve a oportunidade de elencar uma série de conquistas alcançadas pela comunidade junto ao poder público.