
O presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, Ezequiel Ferreira (PSDB), decidiu adiar sua saída do PSDB e deverá aguardar a abertura da janela partidária, em abril de 2026, para oficializar sua migração para o MDB. A movimentação, que já vinha sendo articulada nos bastidores e foi obtida pelo Diário do RN, dependia da concretização da fusão entre PSDB e Podemos, que acabou não se confirmando.
Com a fusão arquivada, Ezequiel e outros deputados que o acompanham devem aguardar o prazo legal, ano que vem, para efetivar a mudança de legenda. Para os demais parlamentares que devem deixar o PSDB com ele, conta também a formação das nominatas para viabilizar reeleição.
Segundo informações apuradas pelo Diário do RN, o movimento de Ezequiel continua firme: ele negocia o comando do MDB no Estado e articula uma reconfiguração do partido, que pode sair da atual configuração de uma única cadeira na Assembleia para sete, ultrapassando inclusive o PL, maior bancada hoje na Casa, com seis deputados.
A filiação ao MDB marcaria o retorno de Ezequiel à sigla, onde esteve entre 2013 e 2016. O partido atualmente é presidido no estado pelo vice-governador Walter Alves (MDB), que deverá ceder o comando da legenda para o presidente da ALRN, mas passará a presidente de honra no estado e membro da Executiva Nacional.
Com Ezequiel, podem migrar os deputados estaduais Dr. Bernardo, Ubaldo Fernandes, Kleber Rodrigues e Galeno Torquato, todos hoje no PSDB. Além deles, os deputados Hermano Morais e Eudiane Macedo, atualmente no PV, também têm sido citados como possíveis reforços à futura bancada bacurau. As decisões, no entanto, devem ser consolidadas apenas após a montagem das nominatas para a eleição de 2026.
A entrada de Ezequiel no MDB é vista como estratégica tanto para o fortalecimento da legenda no Legislativo estadual quanto para as articulações rumo ao próximo pleito. O partido, que tem hoje prefeitos em 45 municípios potiguares, ampliará chances de manter uma bancada extensa na Casa legislativa estadual.
Já o deputado Adjuto Dias, único membro do MDB na atual legislatura, deverá deixar o partido por uma sigla mais alinhada à oposição ao governo da petista Fátima Bezerra (PT).
Desde o fim das eleições municipais, o PSDB tem encolhido no Rio Grande do Norte. Em novembro passado, a legenda perdeu quatro deputados para o PL — Dr. Kerginaldo, Tomba Farias, Gustavo Carvalho e José Dias. Com a fusão cancelada, o partido pode continuar em rota de esvaziamento. Um dos nomes que ainda restam, o deputado Nelter Queiroz, também é cotado para trocar de legenda assim que a janela se abrir. Os movimentos decisivos estão marcados para abril do ano que vem.