Obras na Avenida Industrial Francisco da Motta fazem parte do PAC da Copa de 2014 e ainda se arrastam em vários pontos

A avenida Industrial Francisco da Motta é a principal ligação entre os bairros de Felipe Camarão, Bom Pastor e Quintas. Apesar da importância para quem circula pela zona oeste da capital, o trecho que fica entre o Km 6 e o Viaduto da Urbana se transformou em uma verdadeira estrada de terra, onde a poeira do chão sobe com o passar dos carros. São metros e metros de muita areia, além de entulho nos canteiros e manilhas quebradas compondo um cenário caótico.
Para trafegar pelo local, motoristas precisam reduzir a velocidade e redobrar a atenção com os buracos. Cleiton Silva, 33 anos, trabalha como caminhoneiro para uma empresa de reciclagens. Ele relata as dificuldades e até prejuízo financeiro ao trafegar pela Avenida Francisco da Motta. O motorista conduz cargas pesadas e a suspensão do veículo danificada por conta das condições irregulares na via: “A gente tem que frear e andar bem devagar para conseguir passar. A carga pesada acaba com as molas do caminhão”. Perigo também para carros menores: “Uma vez, eu passei por aqui com um Hb20 e o para-choque do carro quebrou por causa da ondulação que os buracos causam na pista”, disse Cleiton.
Ainda de acordo com o caminhoneiro, outro problema na avenida Francisco da Motta aparece à noite: pontos mal iluminados aumentam o risco de acidentes e também de assaltos.
O motociclista Cleiton Silva, 34 anos, é outro com história para contar. A rotina é de medo já que risco de acidentes na via esburacada é grande: “Sempre tem um buraco na direita ou na esquerda. É perigoso. Se você frear com tudo (para evitar o buraco) e cair, pode vir um carro e passar com tudo por cima de você. Quando eles ajeitam de um lado da pista, piora do outro”.
Moradores e comerciantes da região também tem muito do que reclamar. Francisco Ferreira de Lima, 70 anos, relata os transtornos causados pelo abandono da avenida: “É só prejuízo, acidente e atropelo. Ninguém consegue andar por aqui e em dia de chuva fica difícil. Eles até começaram uns canteiros de obra ali na frente, mas é só para prejudicar mais ainda o trânsito”.
Dono de uma loja de materiais de construção, Carlos Jonas, 42 anos, cita a poeira como um grande incômodo. Além disso, a avenida possui pontos de escoamento entupidos e, nos dias de chuva, a água causa alagamentos. De acordo com ele, famílias que vivem em uma comunidade próxima, no fim da rua Nova Jerusalém, já perderam bens por causa dos alagamentos: “A água desce para o meu depósito e para as casas dali de baixo. O pessoal aí sofre com a situação. Aqui até tem uma boca de cano. Mas quando chove, ela não resolve”.
O comerciante também lembra que os problemas não são novos: “Ninguém toma providência nenhuma. Entra e sai prefeito e deixa tudo do mesmo jeito. Parece que um não quer pegar a obra do antecessor e nenhuma obra é concluída”, disse ele.
A obra na Avenida Industrial Francisco da Motta faz parte do primeiro lote do pacote das obras da copa de 2014. Além da pavimentação, o projeto também prevê a implantação de corredores de ônibus, abrigos de passageiros e readequação de calçadas.Procurada pelo Diário do RN, a Secretaria de Infraestrutura de Natal (Seinfra) respondeu que está em negociação com a empresa Queiroz Galvão para que as obras de macrodrenagem e pavimentação sejam concluídas. Ainda segundo a pasta, operações de tapa buraco têm sido realizadas na via.