As mortes ocorridas no trânsito e as mortes em decorrência de homicídios dolosos registraram reduções semelhantes na capital potiguar nos últimos cinco anos. Em Natal, um total de 244 pessoas perderam a vida no trânsito, com uma queda de 28,57% no período. Já as mortes por homicídio, um total de 905 ocorrências registradas na cidade, tiveram diminuição de 28,09% entre 2019 e 2023. Os dados são do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (SINESP), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
Estado
Em todo o Rio Grande do Norte, ainda de acordo com o SINESP, a redução no total de mortes no trânsito foi bem inferior: 9,73% no período, contra uma queda de 23,93% para os casos de homicídios dolosos ocorridos em território potiguar. Em números absolutos, as mortes por trânsito vitimaram 2.495 pessoas entre 2019 e 2023 em todo o estado. Já os homicídios dolosos (que acontece quando se tem a intenção de matar), somaram 5.155 casos nos últimos cinco anos no RN.
Números
Mortes no trânsito no RN
- 2019 a 2023: 2.495
- Variação: – 9,73%
Mortes no trânsito em Natal
- 2019 a 2023: 244
- Variação: – 28,57%
Homicídio doloso no RN
- 2019 a 2023: 5.155
- Variação: – 23,93%
Homicídio doloso em Natal
- 2019 a 2023: 905
- Variação: – 28,09%
Em 14 estados, o trânsito mata mais que as armas de fogo
Em 14 estados do Brasil os sinistros de trânsito mataram mais do que homicídios por armas de fogo. É o que aponta estudo nacional mais recente, que traz à tona dados de 2012 a 2022. Os dados foram analisados pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego do RS (ABRAMET/RS), com base nas informações do Atlas da Violência 2024, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
São Paulo continua liderando as estatísticas. Em 2022, foram 5.049 mortes no trânsito contra 1.760 homicídios. Minas Gerais aparece em segundo lugar, com 3.150 mortes no trânsito e 1.767 homicídios, respectivamente. Em seguida aparece o Paraná, onde houve o registro no mesmo período de 2.736 óbitos por sinistros no trânsito contra 1.858 homicídios. O Rio Grande do Sul aparece em quarto lugar neste ranking. No estado, 1.806 pessoas morreram no trânsito e 1.477 perderam a vida por armas de fogo. E, em quinto lugar, Goiás, com 1.716 mortes no asfalto frente a 1.082 homicídios.
Os 14 estados onde o trânsito matou mais que as armas de fogo em 2022 são: São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Santa Catarina, Maranhão, Mato Grosso, Piauí, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Rondônia, Distrito Federal e Roraima.
Municípios
A comparação entre mortes no trânsito e por armas de fogo em municípios brasileiros em 2022, revela um dado intrigante: em 38,30% deles, as mortes no trânsito superam as causadas por armas de fogo. É o caso de algumas capitais como Goiânia, São Paulo e Boa Vista. Em diversos casos, como o de Cuiabá e Florianópolis, a quantidade de mortes no trânsito é, respectivamente, 110,89% e 44,06% maior do que por armas de fogo.
Mortes no trânsito no Brasil
A violência no trânsito é um problema crônico no Brasil, com mais de 380 mil vidas perdidas entre 2011 e 2020. A frequência com que esses óbitos ocorrem é preocupante: a cada 12 minutos uma pessoa morre em um sinistro de trânsito no país, o que se traduz em uma média de 5 mortes por hora.
Os dados foram divulgados no relatório anual do Observatório Nacional de Segurança Viária, instituição social sem fins lucrativos, dedicada a desenvolver ações que contribuam efetivamente para a redução dos elevados índices de vítimas no trânsito brasileiro.
Ainda de acordo com o Observatório, os dados consolidam o Brasil como um dos países com as maiores taxas de mortalidade no trânsito do continente. Essa alta taxa de mortalidade, no entanto, não se distribui de forma homogênea pelo território nacional. Os resultados revelam disparidades nas taxas de mortalidade por sinistros de trânsito entre as diferentes porções do território nacional. O Centro-Oeste alcançou o maior índice (23,44 por 100 mil habitantes), quase o dobro do registrado no Sudeste (12,78). As demais regiões se situam entre esses extremos: Norte (20,10), Sul (19,86) e Nordeste (18,91).
Os números mostram ainda uma clara desigualdade nas taxas de mortalidade por sinistros de trânsito entre as diferentes regiões no período de 2009 a 2022. O Norte (17,20%) e o Nordeste (4,88%) apresentaram os maiores aumentos, enquanto o Sudeste (-27,55%) e o Sul (-21,81%) registraram as maiores reduções. O Centro-Oeste, por sua vez, apresentou um decréscimo de 17,98% no período, com destaque para o menor número de mortes em 2019, quando a taxa atingiu 20,70.
Vítimas do trânsito custam R$ 132 bilhões por ano
Em média, o Brasil gasta R$ 156 bilhões por ano com vítimas do trânsito. Em 2022, o país registrou 34.892 mil óbitos por sinistros no trânsito e 33.580 mil mortes de homicídios por arma de fogo. Houve queda tanto das mortes no trânsito quanto por arma de fogo no comparativo com 2012, quando 46.681 pessoas foram vitimadas no trânsito e outras 40.648 mil por arma de fogo.
Mortes por armas de fogo
A violência armada no Brasil segue sendo um grave problema de saúde e segurança pública. Em 2022, o país registrou 33.227 homicídios por armas de fogo, o que corresponde a uma taxa média de 13,56 mortes por cada grupo de 100 mil habitantes. Essa realidade é especialmente preocupante nas regiões Norte e Nordeste.
Analisando os municípios com mais de 500 mil habitantes e as capitais, observa-se que Bahia e Espírito Santo concentram o maior número de cidades com taxas de homicídios por arma de fogo superiores à média nacional. A análise regional revela diferenças importantes nos índices de homicídio por arma de fogo no Brasil. O Norte, com um aumento de 26,11%, apresentou a maior variação no período analisado, seguido do Nordeste (aumento de 17,35%). Em contrapartida, as regiões Sudeste, Centro Oeste e Sul registraram reduções de 44,34%, 33,56% e 29,59%, respectivamente, nos últimos 14 anos.
RN é o segundo estado do Brasil e o primeiro do Nordeste com maior redução da violência
O Rio Grande do Norte foi o segundo estado do país e o primeiro do Nordeste que mais reduziu a violência entre os anos de 2022 e 2023. Este é o dado mais recente do estudo feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, publicado em julho deste ano no 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024.
Segundo o anuário, o RN conseguiu reduzir em 13,9% a taxa de mortalidade, ficando atrás apenas de Rondônia, que atingiu uma redução de -14,2. O Paraná foi o terceiro, com queda de -12,8%.
Em números absolutos, 1.212 pessoas foram vítimas de mortes violentas intencionais (MVI) em território potiguar no ano de 2022, contra 1.043 mortes registradas ao longo do ano passado, ou seja, 169 vítimas a menos (-13,9%).
O MVI inclui todo os casos de homicídio doloso, feminicídio, morte em decorrência de confronto com agentes de segurança pública, latrocínio e lesão corporal seguida de morte.