DOCUMENTOS INDICAM QUE PRESIDENTE BRASILEIRO ATUOU COMO MEDIADOR SECRETO ENTRE ESTADOS UNIDOS E CUBA
Em sua publicação o portal/jornal O GLOBO trouxe matéria que conta um fato histórico envolvendo os governos: brasileiro, norte-americano e cubano, no início dos anos 1960. O jornalista André Duchiade faz um preâmbulo, quando escreve: “A pedido de Whashington, governo brasileiro tomou medidas para evitar execuções de prisioneiros da fracassada invasão da Naía dos Porcos, revelam telegramas descobertos por historiador americano; independência da política externa da época qualificou o Brasil como intermediário”.
E a matéria faz revelações, assim: “Em abril de 1962, um ano depois da fracassada tentativa de invasão da Baía dos Porcos por exilados cubanos patrocinados pelos EUA, o então presidente brasileiro João Goulart atendeu a um pedido do seu homólogo americano John Fitzgerald Kennedy e intercedeu junto ao líder cubano Fidel Castro para evitar as execuções dos 1.200 prisioneiros envolvidos na operação”.
A descoberta foi revelada pelo National Security Archive, instituição de pesquisa ligada à Universidade George Whashington, e tem como fonte: documentos inéditos do Itamaraty, do Departamento de Estado americano e (monitoramento) de Cuba. A Pesquisa foi conduzida pelo historiador James Hersshberg, da mesma universidade.
O estudo se centra em um curto período, entre o final de março e começo de abril de 1962, quando Havana se preparava para levar a um tribunal especial os 1.179 prisioneiros envolvidos na operação, que enfrentavam acusações de traição e poderiam ser condenados à morte.
Segundo Hershberg, o “Brasil desempenhava um papel especial- não apenas por seu tamanho e importância na América do Sul, mas porque o seu líder, o presidente João Goulart, do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), de centro-esquerda, estava prestes a visitar os Estados Unidos para uma cúpula com o presidente Kennedy no início de abril, e buscava obter ajuda econômica dos EUA – portanto, tinha um incentivo para fazer um favor a Washington”.
A pesquisa ressalta outro fator que punha o Brasil em posição privilegiada para mediar essa negociação: “Goulart e seu ministro das Relações Exteriores, San Tiago Dantas, tinham preservado laços amigáveis com Havana ao resistir fortemente à pressão dos EUA por severas sanções anti-Cuba”.
O jornalista André Duchiade faz suas intervenções documentais, fala do envolvimento de chanceleres brasileiros e sobre a intervenção brasileira nas relações de Cuba e os Estados Unidos, e finaliza escrevendo que “A sentença veio no domingo seguinte, 8 de abril, enquanto Goulart viajava pelos Estados Unidos após se encontrar com Kennedy. Os invasores foram considerados culpados, mas escaparam da pena de morte: a sentença era de 30 anos de prisão, ou uma indenização de 62 milhões de dólares. A ditadura cubana evitara matar os prisioneiros, deixando uma porta aberta para obter recursos importantes ao novo regime, que de fato viriam mais tarde: em dezembro, os prisioneiros seriam libertados em troca de US$ 53 milhões em comida e outros itens humanitários “.
• Com informações do portal O Globo