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junho 7, 2024


BOMBEIRO DO RN RELATA DESESPERO NO RS

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“Em nenhum momento sentimos vontade de ir embora. Pelo contrário, o desejo era de ficar lá e poder ajudar ainda mais”. As palavras são do sargento Wagno Braga, de 50 anos, um dos onze bombeiros militares do Rio Grande do Norte enviados para auxiliar as vítimas das enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul. O grupo passou 10 dias viajando e outros 10 atuando em operações de buscas e resgates.

Dados mais recentes, divulgados pelo governo gaúcho, revelam que quase 2,4 milhões de pessoas foram afetadas em 476 municípios. Deste total, quase 600 mil pessoas ficaram desalojadas, 172 morreram, mais de 800 ficaram feridas e pelo menos 44 ainda estão desaparecidas. Mais de 77 mil pessoas e pelo menos 12 mil animais foram resgatados com vida.

Braga tem bastante experiência em buscas. São 27 anos de profissão. Boa parte deles atuando no canil da corporação, em Natal, como condutor de cães farejadores. No Corpo de Bombeiros, os animais são especialistas em encontrar pessoas desaparecidas, estejam elas vivas ou não. Em fevereiro de 2022, Braga e a cadela Lia, da raça pastor-belga, participaram das operações em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro. Enchentes e deslizamentos de terra mataram 235 pessoas. Três meses depois, ele e Lia trabalharam em Pernambuco, onde as chuvas também causaram enchentes. A tragédia deixou 133 mortos. “Assim como aconteceu nas duas missões anteriores, a nossa luta no Rio Grande do Sul, infelizmente, foi para localizar corpos. A Lia conseguiu apontar pelo menos três locais onde estavam corpos soterrados pela lama”, disse ele, emocionado, em entrevista exclusiva ao Diário do RN.

O sargento revelou que o treinamento dos cães do Corpo de Bombeiros Militar, por serem especialistas em localizar pessoas desaparecidas, é feito com carne humana, restos mortais de pessoas de verdade. Os pedaços de carne são doados por instituições de saúde, devidamente autorizadas pela Justiça. O processo é necessário, ainda segundo o militar, em razão de a carne humana possuir odores bem característicos, que não são encontrados em carnes de animais. “É tanto que os nossos cães, quando estão em busca pelos terrenos, muitas vezes eles cruzam pelos corpos de animais mortos e eles nem se manifestam. Os cães só apontam para os locais onde eles realmente farejam a carne humana, mesmo que ela ainda fresca, poucas horas após a morte, ou já em avançado estado de putrefação”, explicou Braga.

Cenário de guerra
Parte do grupo enviado ao Rio Grande do Sul ficou na cidade de Pelotas. E para o município de Lajeado, a pouco mais de 110 quilômetros de Porto Alegre, foi o grupo do canil, formado por Braga, Lia, outros três militares e mais um cão. “Chegamos em meio a um cenário de guerra, de terra devastada, sem nenhuma casa de pé. Muito triste. Nossa atividade começava bem cedo, às 7h, e só terminava no finalzinho da tarde. Enquanto dava para enxergar, trabalhávamos. Pouco víamos a luz do Sol. Chovia quase o tempo todo. Muita água mesmo. Muitas famílias em situação de total desespero, alojadas em barracas na beira das estradas”, recorda.

Momento mais emocionante
O sargento lembra também de um momento especial, que segundo ele foi o mais emocionante. “Foi uma família, em um barraco. Mesmo no meio de todo aquele caos, daquela destruição, pai e mãe cantavam parabéns para o filho deles, uma criança pequenininha que estava aniversariando.

Aquilo nos animou, no passou uma mensagem de esperança, de que é possível reconstruir tudo”.

“Em outro momento, também nos chamou a atenção a quantidade de mato, de vegetação, de galhos agarrados na fiação dos postes. Aquilo nos mostrou como a água do rio subiu, e em que altura a enchente passou. Muito alto. Quem não morreu afogado deve ter morrido das pancadas que levou dos entulhos que a enxurrada levou. Muitos móveis, objetos, restos de construção, veículos, telhas, tijolos, pedras enormes, tudo espalhado por todo canto”, acrescentou.

Medo
Além do impacto com o cenário de terra devastada e arrasada pela força das águas, Braga disse que também sentiu medo. “Medo de doenças, de afundar na lama. Eu olhava pra Lia e via que ela também me olhava assustada, um pouco insegura, temendo pisar e andar sobre um terreno instável. Mas, seguimos em frente e cumprimos nossa missão. Realizamos nosso trabalho”.

Recordação
Mas, não foram apenas o sentimento de aflição, angústia, medo ou o de dever cumprido que o sargento Braga trouxe de volta para casa. “Também sentimos muito calor humano, carinhos das pessoas. É incrível o reconhecimento e o sentimento de gratidão do povo gaúcho. Recebemos várias demonstrações de afeto. Em cada quentinha de almoço que ganhávamos, na tampa sempre tinha um recado, um desenho de coração ou uma cartinha. Com nossas refeições, vinham junto cartinhas com mensagens de incentivo, e isso nos deu muita força”, concluiu.


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PREFEITO ANUNCIA QUE SÃO JOÃO DE NATAL SERÁ “MAIS MODESTO”

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A primeira semana de junho chega ao fim sem que Natal tenha ainda um calendário de eventos juninos. Depois da festa grandiosa de 2023, com shows que fizeram história – como o do baiano Léo Santana que reuniu um público de 85 mil pessoas na Arena das Dunas – o prefeito Álvaro Dias fala agora em um São João “mais modesto”: “Não temos recursos disponíveis para fazer um grande São João como fizemos em momentos anteriores, mas temos a condição de fazer um São João mais modesto, mais voltado para o natalense e claro, com algumas atrações que a gente ainda vai resolver”.

A declaração aconteceu nesta quinta-feira (06), durante evento de lançamento do “São João do Comércio”, promovido pela Fecomércio RN. O gestor afirmou ainda que está participando de reuniões com o presidente da Funcarte, Dácio Galvão, para fechar uma programação que possa ser anunciada nos próximos dias, compatível aos recursos disponíveis, uma vez que “a grande prioridade neste momento é mudar e modernizar Natal através desses investimentos que estão sendo realizados na infraestrutura da cidade”. Além disso, Álvaro Dias também declarou que ainda busca apoio da iniciativa privada. “Um dos motivos de não termos divulgado ainda é porque não fechamos todas as parcerias que queremos para garantir um bom São João para o povo natalense”, acrescentou ele.

Questionado pelo Diário do RN sobre a demora em divulgar a programação e a consequente perda de competitividade de Natal para outras festas juninas, inclusive dentro do próprio RN, o prefeito reconheceu o prejuízo para a cidade e mais uma vez pontuou a dificuldade financeira: “Perde competitividade mas tem os seus motivos, realmente houve um atraso aí na divulgação da programação pelas dificuldades financeiras”.

São João do Comércio deve aumentar faturamento no período junino

Lançado nesta quinta-feira (06), o São João do Comércio é uma ação do sistema Fecomércio, Sesc e Senac RN, com apoio da Prefeitura do Natal, Associação Viva o Centro e Associação dos Empresários do Bairro do Alecrim (Aeba), que surge como uma extensão do projeto “Compre de Quem Está Perto”. A intenção é impulsionar as vendas no comércio local, especialmente no Alecrim e na Cidade Alta, enquanto estimula a cultura local através de uma programação que inicia nesta sexta-feira (07), e se estende até o dia 14 de julho, com o Quinteto do Forró circulando pelos principais corredores comerciais do Alecrim e da Cidade Alta. Entre os dias 12 e 14 de julho, começa a programação cultural na Praça Pedro Velho (Praça Cívica), com quadrilhas juninas, comidas típicas, feira de artesanato, shows e espaço gastronômico com oficinas.

Segundo Marcelo Queiroz, presidente do Sistema Fecomércio RN, o planejamento começou cedo e foi realizado um treinamento com mais de 300 lojas. “Nós já começamos desde o início de maio, com cursos, capacitando os empresários e os colaboradores da educação”, declarou Marcelo.

A expectativa é que a ação impulsione as vendas, movimentando cerca de R$ 4 milhões só no comércio do Alecrim. Matheus Feitosa, presidente da Associação dos Empresários do Bairro do Alecrim (AEBA), reforçou a importância de iniciativas como essa: “É uma ação que fomenta as ações no comércio de rua e traz alegria para as lojas, para os clientes”.

O presidente da Associação Viva o Centro, Rodrigo Vasconcelos afirma que os comerciantes da Cidade Alta já começaram a sentir o aquecimento das vendas. “Os setores que mais faturam nessa época são os de floricultura, setores de lojas de decoração, lojas que vendem tecido, aviamentos e roupas também. Roupas e calçados é um setor bastante aquecido e a Cidade Alta já sente que o faturamento está aumentando desde o final de maio”, declarou Rodrigo acrescentando que há expectativas é superar anos anteriores com as ações da Fecomércio: “A gente espera com certeza que seja melhor que no ano passado, em virtude dessa programação que vai acontecer na Cidade Alta”.

O evento de lançamento foi bastante prestigiado pela imprensa, empresários e políticos. A vereadora Nina Souza (União Brasil) parabenizou a iniciativa e ressaltou a importância diante da situação da Prefeitura que já anunciou que hoje tem prioridades mais urgentes e não vai investir nas festividades juninas. “Nesse momento, a Prefeitura passa por dificuldades financeiras e, devido a quantidade de demandas que existem e a gente tem que priorizar, então a Prefeitura não vai poder fazer aquela festa pujante, e a Fecomércio chega com essas atividades bem legais, e a gente só tem a agradecer”, declarou a vereadora.


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GOVERNO VOLTA A AGREGAR BANCADA E TRABALHA PARA ATRAIR MAIS DEPUTADOS

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Depois de quase seis meses, o Governo Fátima Bezerra pode voltar a respirar aliviado sobre o espaço que ocupa na Assembleia Legislativa. “Eu acho que a gente conseguiu organizar para a base se fazer presente. Essa articulação a gente vem fazendo com os parlamentares já há algum tempo. Então, teve muito mais a ver com organizar presenças do que qualquer outra coisa”, afirmou ao Diário do RN o secretário chefe do Gabinete Civil do RN, Raimundo Alves, que faz a articulação política do Governo.

“Qualquer outra coisa” a que ele se refere seria uma suposta falta de compromisso com o Governo de deputados estaduais que compõem a bancada da situação no legislativo. Ele diz que o problema é de agenda: “Acho que existia muito mais uma questão de organização das presenças mesmo. Um tinha compromisso hoje, outro amanhã, hoje estava desfalcado de alguém e amanhã de outra pessoa”, afirma.

Desde o final de 2023, a gestão Fátima Bezerra (PT) tem encontrado dificuldade em agregar sua bancada na Assembleia. A votação sobre a manutenção da alíquota do ICMS em 20%, no dia 12 de dezembro, quando o Governo sofreu derrota na Casa, expôs o enfraquecimento das relações e das articulações com a bancada. Na ocasião, somente 11 deputados seguiram orientação governista. O Governo conta com 13 parlamentares em sua base.

Agora, após meses de diálogo e tentativas, a manobra, realizada pelo líder da bancada, Francisco do PT, conseguiu reunir a situação em quórum suficiente para destravar a pauta, que, há cerca de um mês, vinha sendo obstruída, sem dificuldade, pela oposição.

“Eu tenho que colocar isso muito mais na nossa na nossa carga, nas nossas costas, porque cabe à gente, que faz a articulação política do Governo, a responsabilidade de organizar isso, inclusive considerando as agendas dos parlamentares”, ressalta Raimundo, afirmando que “essa semana o Governo conseguiu fazer um funcionamento que deu para atender”.

Em sessão extraordinária, nesta terça-feira (04), a Casa manteve 69 vetos do Governo a projetos do Legislativo. Contou, inclusive, com apoio do deputado oposicionista Nélter Queiroz (PSDB).

Além de conseguir agregar os 13 deputados da base, o secretário espera, ainda, alcançar um incremento na bancada governista, atraindo mais deputados e somando ao número que ele já considera “razoável”: “Eu acho que já foi possível a gente fazer a partir dessa semana conversas com outros deputados e a gente espera poder dar uma continuidade nisso”.

O articulador político de Fátima Bezerra (PT) não afirma quantos seriam os deputados que vêm abrindo diálogo com o Governo e quais podem desembarcar do outro lado na Assembleia.

“Eu não quero estabelecer esse parâmetro de quem seriam ou de qual o número disso, porque nós não vamos parar. Se a gente conseguir mais um, vamos trabalhar mais um e sempre mais um e sempre mais outro. O que a gente puder trabalhar dentro do projeto que a gente acredita que está fazendo, que é bom para o Estado, a gente vai trabalhar tudo que for possível”, diz.

TCE
Segundo Raimundo Alves, a eleição para indicação da Assembleia ao Tribunal de Contas (TCE) não tem articulação do Governo: “A articulação é dos próprios deputados uma vez que a vaga é do Poder Legislativo”. No entanto frisa que “evidentemente nós torcemos pelo deputado da base”, se referindo a George Soares.


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MUDANÇA EM EMENDA DO GENERAL GIRÃO IMPOSSIBILITA RÁDIO NA UFERSA

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A Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), sediada em Mossoró, criou a expectativa da instalação de uma rádio universitária. Tinha garantidos R$ 500 mil para parte do objetivo, mas agora está impossibilitada de instalar a emissora na cidade. O deputado federal General Girão (PL), que havia garantido os recursos, voltou atrás na decisão e mudou o destinamento da verba.

Segundo a reitora da Universidade, Ludimilla Oliveira, o valor serviria para a compra dos primeiros equipamentos. A FM tinha previsão de iniciar a operação no segundo semestre de 2024. Entretanto, com a decisão do parlamentar, a instituição ficou impossibilitada de iniciar o processo de implantação da emissora.

“A Ufersa foi à primeira universidade a ser contempladas com outorgas para a instalação de emissoras educativas de rádio e tevê universitárias, por meio de Acordo de Cooperação com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC). De imediato procuramos o deputado General Girão, que tem dado uma contribuição importante destinando emendas para a nossa instituição e, na época, sensível à questão, ele confirmou apoio com uma emenda impositiva para a implantação da FM, no valor de R$ 500 mil. Toda imprensa noticiou esse fato, pois uma FM Universitária tem a sua importância não apenas para Universidade, mas para toda a região do semiárido potiguar. E fomos surpreendidos, por meio de ofício, que o recurso para iniciar o processo de implantação da emissora fora transferido para outro projeto apoiado pelo parlamentar dentro da universidade”, lamenta a reitora.

O ofício citado foi emitido no dia 30 de abril, em retificação a outro Ofício, enviado à Universidade no dia 28 de fevereiro de 2024. O documento comunica, entre outras verbas de emendas mantidas pelo deputado, a alteração dos R$ 500 mil, referente a emenda 39940010 de 2024, da destinação para implantação da FM Semiárido no Campus da Ufersa, para custeio do Núcleo de Equoterapia do Semiárido. O mesmo comunicado já trazia para custeio do mesmo projeto do núcleo de Equoterapia outros R$ 800 mil.

“A atitude do deputado aconteceu após a consulta acadêmica para escolha do novo gestor da Ufersa”, observa a reitora, que ficou em segunda colocação na consulta à Reitoria. A chapa vitoriosa é encabeçada pelo professor Rodrigo Codes, que faz oposição ao bolsonarismo defendido por Girão. A consulta aconteceu no dia 05 de abril. A decisão do parlamentar oficiada 25 dias depois.

Entretanto, o vencedor prefere não relacionar o cancelamento da verba para a rádio à sua eleição: “Não vejo nenhuma relação da transferência com o resultado do processo eleitoral para a Reitoria da Ufersa. A definição do plano de trabalho e metas de uma emenda parlamentar é uma articulação entre a Instituição e o Deputado. É importante ressaltar o comprometimento e o apoio do Deputado em investir na melhoria da Universidade”.

“Para nossa gestão a instalação da rádio será prioridade. Entendemos que é um importante veículo de comunicação para mais aproximação da Universidade com a sociedade”, informa ao Diário do RN, sem mencionar, entretanto, como deverá buscar novas verbas para a instalação.

Girão: “Só a minha emenda não adiantaria”
O deputado Girão encaminhou nota com a justificativa para a alteração. Ele reitera que as emendas não foram retiradas da Ufersa, mas realocadas. Entretanto, para a implantação da rádio, a Reitoria precisaria de outras emendas, além da dele, para que o projeto pudesse sair do papel: “A reitora não conseguiu. Então, só a minha não adiantaria. Para não perder o recurso, repito, destinei para o NESSA (Núcleo de Equoterapia), que também é da UFERSA”.

O parlamentar se classifica, na nota, como um grande parceiro da universidade: “Desde o início do meu mandato como deputado federal, em 2019, tenho sido um grande parceiro nos projetos da Ufersa. Foram mais de R$ 6 milhões destinados a vários projetos importantes desenvolvidos pela referida Universidade. Destes, destaco três: o Núcleo de Equoterapia, o Centro Tecnológico e o Projeto Pilote Seguro”.

“Esses são apenas três dos vários projetos da Universidade que o meu mandato apoia e continuará apoiando independente do gestor que estiver à frente da Universidade. Aproveito para reiterar que o meu compromisso é com a UFERSA e com todos aqueles que podem ser beneficiados com os projetos desenvolvidos por ela”, completa.


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