VACINAÇÃO EM NATAL CRESCE E SUPERA QUASE 500 MIL DOSES APLICADAS EM 2024

Natal tem registrado um avanço expressivo na cobertura vacinal ao longo de 2025. De janeiro a agosto, a capital potiguar aplicou 486.409 doses de diferentes imunizantes, número significativamente superior às 311.555 doses contabilizadas no mesmo período de 2024. Os dados são do Painel de Monitoramento de Vacinação do Ministério da Saúde e revelam um movimento consistente de recuperação e fortalecimento da cultura de prevenção entre a população, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde.
“O aumento observado nas coberturas vacinais é resultado de um conjunto de estratégias que têm dado certo, desde a ampliação dos pontos de aplicação até campanhas mais intensas de conscientização. Essa soma de esforços garante que a população esteja cada vez mais protegida”, explica Veruska Ramos, chefe do Núcleo de Agravos Imunopreveníveis (NAI) da Secretaria Municipal de Saúde de Natal.
O mês de maio se destacou pelo maior número de doses administradas. Foram 11.144 pessoas vacinadas, com destaque para as 62.439 doses da vacina contra a influenza trivalente. Também se sobressaem as aplicações de 6.397 doses contra a Covid-19, fabricada pela Moderna, 6.028 contra hepatite B e 6.388 doses contra difteria e tétano. Para a gestora, os dados demonstram que a retomada da confiança nos imunizantes vem sendo acompanhada de perto pela rede pública.
Uma das iniciativas que têm contribuído para esses resultados é a presença mais ativa das equipes de saúde nas escolas. “Temos intensificado ações dentro do ambiente escolar, com a busca ativa de crianças e adolescentes que não estão com o cartão de vacinação atualizado. Esse trabalho de proximidade tem sido essencial para reduzir lacunas”, afirma Veruska.
A gestora ressalta que outro avanço importante foi a modernização dos sistemas de registros.
Segundo ela, a adesão ao sistema RN Mais Vacina, desenvolvido no Rio Grande do Norte, trouxe agilidade ao processo, garantindo mais confiabilidade nos dados. “Hoje o registro é feito no momento da aplicação e a informação migra automaticamente para a base nacional, chamada RNDES. Isso corrige inconsistências, evita atrasos e dá maior segurança para todos os envolvidos”, detalha.
A integração tecnológica, segundo a Secretaria de Saúde, reduziu falhas comuns em anos anteriores, quando doses aplicadas demoravam a aparecer nos registros oficiais. Agora, cada dose é inserida de forma mais eficiente, com dados completos tanto do vacinador quanto do vacinado. Essa precisão tem sido fundamental para monitorar metas e reorganizar estratégias.
Além das escolas, o chamado micro planejamento tem sido decisivo. Trata-se de um trabalho territorializado, feito pelas unidades de saúde da família, que envolve visitas, identificação de grupos mais vulneráveis e busca de pessoas não vacinadas. “Essa aproximação permite entender a realidade de cada comunidade e promover ações direcionadas. É o tipo de estratégia que faz diferença quando falamos em saúde pública”, reforça Veruska Ramos.
Porém a chefe do NAI lembra que, pesar dos avanços, os números ainda não alcançaram o ideal.
O Ministério da Saúde estabelece como meta mínima de cobertura vacinal o índice de 95%. Natal ainda caminha para atingir esse patamar, mas as projeções são positivas. “Nossa expectativa é que, até o final do ano, algumas vacinas alcancem ou se aproximem dessa cobertura ideal. O que vemos é um crescimento consistente, e isso é motivo de otimismo”, avalia.
Entre os desafios, a gestora destaca a vacinação contra o HPV, voltada para adolescentes. Segundo ela, esforços adicionais estão em curso, com apoio de instituições parceiras. “O resgate da vacinação contra o HPV é prioridade. Temos contado com a colaboração da OPAS, do UNICEF e também estamos em busca do selo UNICEF, que reforça esse compromisso com a infância e a adolescência”, finaliza.