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outubro 15, 2025


NATAL ADOTA NOVO MÉTODO PARA COMBATER O MOSQUITO DA DENGUE

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O Rio Grande do Norte registrou, entre janeiro e setembro de 2025, 3. 197 novos casos de dengue; 878 de chikungunya; e 120 de zyka, de acordo com o mais recente Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), divulgado 2 de outubro deste ano.

Para conter o avanço dos casos de arboviroses, sobretudo na capital potiguar, Natal passa a contar, a partir desta quinta-feira, 16 de outubro, com um novo método de combate ao Aedes aegypti – uma biofábrica do Método Wolbachia, financiada pelo Ministério da Saúde, será inaugurada no bairro Felipe Camarão, e iniciará a liberação dos primeiros “Wolbitos” na cidade, que são “mosquitos aliados” e servem para controlar a transmissão das doenças através do inseto transmissor.

A Wolbachia impede que o mosquito transmita vírus como os da dengue, zika e chikungunya, oferecendo uma forma segura e sustentável de controle. O microrganismo, presente naturalmente em várias espécies de insetos, não representa risco à saúde ou ao meio ambiente.

Ao se reproduzirem, os mosquitos com Wolbachia passam o microrganismo para as gerações seguintes, reduzindo a propagação das doenças.

O método será implantado pelo World Mosquito Program (WMP), da Fiocruz, em parceria com a Prefeitura de Natal e o Governo do Estado. A biofábrica, localizada no bairro Felipe Camarão, possui 400 metros quadrados e abriga salas de triagem, larvas, tubos, lavagem e estoque. No local, equipes técnicas serão responsáveis por todas as etapas da produção, desde a eclosão dos ovos até a soltura dos mosquitos.

De acordo com a gestora de implementação do Método Wolbachia no WMP-Fiocruz, Ana Carolina Rabelo, as liberações ocorrerão de forma planejada e gradual, cobrindo grande parte da cidade.

“As liberações dos Wolbitos em Natal devem acontecer ao longo de cerca de 20 semanas, em 33 bairros da capital. É importante que a população conheça e entenda essa tecnologia, que vem para reforçar o combate à dengue, zika e chikungunya”, destaca.

Segundo ela, os resultados do método costumam ser observados cerca de dois anos após o término das liberações. O objetivo é alcançar uma alta taxa de mosquitos com Wolbachia no ambiente, o que garante o efeito duradouro do controle.

Para o secretário municipal de Saúde, Geraldo Pinho, a chegada do projeto representa um marco para o sistema de vigilância em saúde de Natal. “O Método Wolbachia contribui para aliviar a pressão sobre o sistema de saúde e para a melhoria da qualidade de vida da população”, afirma.

Ele reforça, contudo, que as ações tradicionais continuarão. “O município seguirá com visitas porta a porta, bloqueios de criadouros, mobilizações sociais e outras ações”, pontua.

A escolha de Natal para receber o Método Wolbachia foi feita pelo Ministério da Saúde, com base em critérios técnicos. Entre eles, estão a população superior a 100 mil habitantes, a alta incidência de arboviroses, o histórico de casos nos últimos dez anos, além de fatores climáticos e logísticos, como a presença de aeroporto.

Bairros contemplados na capital e engajamento com a comunidade

Método será aplicado em 33 bairros, nas quatro regiões de Natal – Foto: Reprodução

O método será aplicado em 33 bairros da capital potiguar, entre eles Alecrim, Areia Preta, Barro Vermelho, Bom Pastor, Candelária, Capim Macio, Cidade Alta, Cidade da Esperança, Dix-Sept Rosado, Felipe Camarão, Guarapes, Igapó, Lagoa Azul, Lagoa Nova, Lagoa Seca, Mãe Luíza, Nossa Senhora da Apresentação, Nazaré, Neópolis, Nova Descoberta, Pajuçara, Pitimbu, Planalto, Ponta Negra, Potengi, Praia do Meio, Quintas, Redinha, Ribeira, Rocas, Salinas, Santos Reis e Tirol.

Antes da liberação dos mosquitos, o WMP Brasil desenvolveu um amplo trabalho de engajamento comunitário e comunicação. A equipe realizou ações em escolas, associações e espaços públicos para apresentar a tecnologia e garantir o apoio da população. Em Natal, foram mais de 1.850 atividades, alcançando mais de 540 mil pessoas.

Resultados positivos em outras cidades do Brasil e do Mundo

Programa está presente em 15 países e com resultados consistentes – Foto: Reprodução

O World Mosquito Program é uma iniciativa internacional sem fins lucrativos que atua desde 2011 para proteger comunidades de doenças transmitidas por mosquitos. O primeiro local de aplicação foi no norte da Austrália. Hoje, o programa está presente em 15 países e tem apresentado resultados consistentes.

No Brasil, o método começou a ser utilizado em 2012, com o apoio da Fiocruz. Niterói, no Rio de Janeiro, foi o primeiro município a ter todo o território coberto pelo projeto. Em 2024, registrou-se uma redução de 89% no número de casos de dengue em comparação ao período de 2007 a 2016.

O resultado é expressivo, especialmente considerando que, no mesmo ano, o Brasil enfrentou a maior epidemia de dengue de sua história, com 6,6 milhões de casos e 6.200 mortes. Enquanto o país registrou uma média de 3.157 casos por 100 mil habitantes, e o estado do Rio de Janeiro, 1.884, Niterói contabilizou apenas 374.


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QUEIJO POTIGUAR ARTESANAL GANHA DESTAQUE NA FESTA DO BOI 2025

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A produção de queijos artesanais do Rio Grande do Norte está em destaque na 63ª edição da Festa do Boi, que acontece até 18 de outubro, no Parque Aristófanes Fernandes, em Parnamirim. A Associação de Empreendedores do Leite (Empreleite) está com um espaço colaborativo montado dentro do evento, reunindo associados e convidados para expor e comercializar a produção do Estado. Ao todo, estão expostos produtos de 16 empreendedores, com expectativa de movimentar mais de R$ 200 mil em negócios durante o evento.

Fundada em 2022, a Empreleite surgiu para apoiar produtores que encontraram no queijo uma alternativa viável para aumentar a lucratividade diante da baixa rentabilidade do leite “in natura”.

Segundo o presidente da associação, Marinho de Sousa, a organização nasceu da necessidade de unir forças no fortalecimento da produção de queijo artesanal no território potiguar.

“A luta da Empreleite é para que cada município possa construir sua própria legislação e avançar na regulamentação das queijeiras artesanais. Entendemos que o produtor precisa de caminhos viáveis para trabalhar dentro da legalidade, e isso só será possível quando os municípios tiverem autonomia para adaptar as normas à sua realidade”, explica.

Para isso, a associação estabelece critérios ainda mais rigorosos do que a legislação estadual para a produção artesanal. Enquanto a Lei nº 10.230/17 permite até 2 mil litros de leite por dia e a compra de leite de terceiros, os associados da mpreleite só podem produzir com até 500 litros de leite cru provenientes de rebanho próprio.

“Exigimos que o leite seja do próprio rebanho porque só assim o produtor consegue ter controle total da qualidade e da sanidade do produto. A lei até permite comprar de outros produtores, mas acreditamos que o artesanal de verdade precisa começar no próprio leite, desde a ordenha até a maturação do queijo”, reforça o presidente.

O espaço colaborativo reúne produtos de seis expositores associados à Empreleite e de 10 convidados – Foto: Reprodução

A Empreleite também acompanha os produtores em todas as etapas da instalação da queijeira artesanal, oferecendo suporte técnico e gerencial. O processo inclui elaboração do projeto, aprovação junto aos órgãos competentes, construção da unidade, registro da queijeira e dos produtos. Paralelamente, o rebanho passa por certificação, com exames semestrais para tuberculose e brucelose.

“Pegamos na mão do produtor e caminhamos com ele em todas as etapas. Orientamos desde o projeto, ajudamos na legalização, mostramos como organizar a produção e até acompanhamos a validação dos produtos”, detalha Marinho.

O incentivo à diversificação, além dos queijos coalho e manteiga tradicionais, tem levado os produtores a desenvolverem queijos únicos, já reconhecidos em premiações nacionais. É o caso da produtora Micarla Fernandes, da Fazenda Lima, em São Pedro, região do Potengi, que conquistou o título de Superouro no último Encontro Nordestino do Setor de Leite e Derivados (ENEL) com um queijo maturado no café Jaçanã, também potiguar.

“Hoje trabalhamos com uma produção ainda pequena, de cerca de 110 litros de leite por dia.

Entre 70% e 80% desse volume vai para queijos maturados, e apenas 30% para o queijo coalho.

Essa mudança de foco, apostando na maturação, foi decisiva para o crescimento da Fazenda Lima, porque trouxe inovação para além dos queijos tradicionais e ampliou a procura pelos nossos produtos”, conta Micarla.

Outro exemplo é a Fazenda Barreiras, de Encanto, comandada por Manacés Leite, que precisou se reinventar, empreendendo no segmento de queijos artesanais e já conquistou medalhas com seus produtos.

“Após a pandemia e com a perda do meu pai, precisei me reinventar. Eu trabalhava com obras, mas foi nesse momento que decidi assumir a propriedade da família e mergulhar na produção de leite. Vi que era uma forma de garantir um ganho diário, e aos poucos fui descobrindo um novo caminho. Deus me guiou para o universo dos queijos, e posso dizer que isso mudou a minha vida.

Há cinco anos comecei com 14 litros de leite, e hoje produzimos 400 litros, sempre com nosso próprio rebanho. Nosso queijo foi premiado em todos os concursos em que participou, e a Empreleite tem sido fundamental para nos fortalecer ainda mais”, comemora.

VITRINE ABERTA AO PÚBLICO

Além dos queijos, geléias, biscoitos e café do RN estão expostos – Foto: Reprodução

Todos esses produtos poderão ser conferidos pelos potiguares e visitantes na loja colaborativa da Empreleite durante a Festa do Boi, até a próxima sexta-feira, 18 de outubro, no Parque Aristófanes Fernandes, em Parnamirim, das 12h às 22h.

Além dos queijos, os visitantes também poderão encontrar uma variedade de produtos genuinamente potiguares, como café, geleias e biscoitos artesanais.


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ROGÉRIO: “O PROBLEMA DO RN NÃO É A DÍVIDA, É A AUSÊNCIA DE GOVERNO”

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O senador e presidente do PL no Rio Grande do Norte, Rogério Marinho (PL), falou sobre o endividamento do Estado e afirmou que a situação fiscal atual é resultado de “falta de planejamento e de gestão” da administração petista. Pré-candidato ao Governo do RN em 2026, Marinho avaliou os dados do Relatório de Gestão Fiscal (RGF) do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RN), que apontam uma dívida consolidada líquida de R$ 6,29 bilhões, conforme publicado pelo Diário do RN nesta terça-feira (14), e disse que o problema “não é o tamanho da dívida, é a ausência de governo”.

“O endividamento crescente do Rio Grande do Norte é um retrato da falta de planejamento e de gestão do atual governo do PT. Herdar um Estado com mais de R$ 6 bilhões em dívidas seria, sem dúvida, um grande desafio, mas não é impossível de enfrentar”, declarou, se colocando como nome disposto a assumir a missão de administrar o problema.

De acordo com o levantamento do TCE, com dados enviados pelo Governo do RN ao órgão, o valor da dívida aumentou R$ 1,8 bilhão desde 2019, início do primeiro mandato da governadora Fátima Bezerra (PT). O total, que soma R$ 3,2 bilhões em dívidas contratuais e R$ 2,49 bilhões em empréstimos, cresceu mais de 260% em relação a 2018, último ano da gestão anterior.

Para Rogério Marinho, o cenário reflete uma condução equivocada das contas públicas e a ausência de planejamento estratégico. O senador ressaltou que, em sua avaliação, o Estado perdeu capacidade de investimento e dinamismo econômico nos últimos anos, justamente por falta de foco administrativo.

“É possível reorganizar as contas, investir em infraestrutura e devolver a confiança da população com responsabilidade fiscal. O que falta ao RN hoje é justamente isso: gestão, prioridade e compromisso com quem produz e gera emprego”, afirmou.

Marinho, que foi ministro do Desenvolvimento Regional no governo de Jair Bolsonaro, tem defendido o retorno de uma política de parcerias com o setor privado e investimentos estruturantes, e afirmou que pretende conduzir um governo com base em critérios técnicos.

“Se tivermos uma equipe técnica competente, uma visão de Estado e a coragem de tomar decisões necessárias, vamos colocar o Rio Grande do Norte de volta nos trilhos. O problema não é o tamanho da dívida, é a ausência de governo”, finalizou.

A declaração do senador se opõe ao posicionamento do secretário de Fazenda e pré-candidato do sistema governista, Carlos Eduardo Xavier (PT), que defende a atual situação fiscal, afirmando que o próximo gestor herdará um Estado “infinitamente melhor” do que o recebido em 2019.

A situação financeira do Rio Grande do Norte, como principal tônica da campanha eleitoral de 2026 expõe o tom que deve dominar a disputa eleitoral de 2026: o embate entre o legado fiscal do governo Fátima Bezerra e a crítica oposicionista ao aumento da dívida.

O posicionamento de Rogério Marinho reforça o discurso que o PL tem consolidado no Estado. O partido, que vem estruturando sua presença política com novos apoios e articulações regionais, tem usado a pauta econômica como principal eixo de confronto com o Governo do PT.


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CADU XAVIER MINIMIZA DÍVIDA DIANTE DO ESTADO “INFINITAMENTE MELHOR”

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O secretário de Fazenda e pré-candidato do sistema governista ao Governo do Rio Grande do Norte, Carlos Eduardo Xavier (PT), reagiu às críticas sobre o aumento da dívida pública estadual e afirmou que o próximo governador ou governadora encontrará um Estado “infinitamente melhor” do que o que a atual gestão recebeu em 2019.

De acordo com o Relatório de Gestão Fiscal (RGF) do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RN), repassado pelo próprio Governo do Estado ao órgão, a Dívida Consolidada Líquida do Rio Grande do Norte chegou a R$ 6,29 bilhões em agosto deste ano, o equivalente a um aumento de R$ 1,8 bilhão desde o início da administração da governadora Fátima Bezerra (PT), em 2019, quando o total era de R$ 4,46 bilhões.

A realidade financeira do Estado se torna um componente decisivo na corrida eleitoral de 2026. A menos de um ano da sucessão, o Rio Grande do Norte entra no ciclo eleitoral com um dado incontornável: o próximo governador ou governadora começará o mandato sob o peso de uma dívida bilionária.

Mesmo diante dos números, Cadu Xavier, que anda em pré-campanha eleitoral mostrando disposição de sentar na cadeira do Executivo estadual, justificou o cenário. Segundo ele, parte significativa desse montante vem de precatórios originados de gestões passadas, referentes a descumprimentos de direitos de servidores e atrasos acumulados.

“Esses processos estavam tramitando na Justiça e se transformaram em precatórios na nossa gestão”, disse.

O secretário afirmou ainda que o atual governo reverteu um quadro de colapso fiscal e administrativo herdado de 2018: “Não sou eu que estou dizendo, são os fatos. A gente vivia numa terra onde os salários estavam atrasados, onde o Estado se comprometia com gasto de pessoal de 66%. Hoje estamos na casa dos 55% e devemos entregar o governo na casa dos 54%”, declarou.

Cadu também citou fatores externos que, segundo ele, reduziram a capacidade de arrecadação dos Estados, como as leis complementares 192 e 194, que alteraram a tributação sobre combustíveis, energia e telecomunicações. “Mesmo no meio desse processo, a situação hoje é infinitamente melhor do que era antes, do ponto de vista fiscal e administrativo”, complementou.

O pré-candidato ressaltou ainda avanços em áreas como segurança pública, estradas, saúde, educação e agricultura familiar, mencionando a criação dos Institutos Estaduais de Educação Profissional (IERNs) e reformas em mais de 100 escolas. Para ele, há uma enorme distância entre a situação contábil do estado entre 2018 e o momento atual.

“Quem receber o Estado em 2027 vai encontrar uma situação muito melhor do que aquela que nós recebemos — com o servidor com quatro folhas em atraso, consignados atrasados, fornecedores atrasados. Era um verdadeiro caos. Naquela época o Estado não tinha nem contabilidade. Nem esses relatórios que hoje a oposição usa para nos atacar eram possíveis, porque nem eram fidedignos. A nossa contabilidade era a pior do país. Hoje é a quinta melhor. A realidade é completamente diferente”, garante.

Com trajetória técnica e perfil de gestor, Carlos Eduardo Xavier é secretário desde o primeiro mandato de Fátima (PT) e tem sido o porta-voz da defesa do legado fiscal da atual administração.

O cenário das finanças no Rio Grande do Norte tende a se consolidar como um dos temas centrais da disputa eleitoral do próximo ano.

Thabata Pimenta: “Dívida do RN é fruto de décadas de má gestão”

A pré-candidata ao Governo do Estado, vereadora Thabatta Pimenta (PSOL) afirmou que a dívida bilionária do Rio Grande do Norte é resultado de “um acúmulo histórico de más gestões, falta de planejamento e decisões equivocadas” que se estende por várias administrações. Para ela, o endividamento atual não é responsabilidade exclusiva de um governo, mas de um modelo de gestão que priorizou o imediatismo em detrimento de políticas estruturantes.

“Essa situação não surgiu de um dia para o outro, é consequência de administrações que comprometeram a capacidade de investimento do Estado e prejudicaram serviços essenciais, como saúde, educação e segurança”, afirmou.

A parlamentar, que tem defendido um discurso de renovação administrativa e foco em resultados, propõe renegociar a dívida de forma inteligente e investir em medidas de austeridade e eficiência fiscal, sem abrir mão da responsabilidade social. “Precisamos reverter esse quadro por meio da renegociação da dívida, do combate ao desperdício e da aplicação eficiente dos recursos públicos”, declarou.

Thabata destacou ainda que pretende conduzir um governo pautado pela transparência e pela credibilidade: “Nosso foco deve ser resgatar a confiança do Estado, atrair investimentos e garantir que o dinheiro do povo volte a trabalhar pelo povo, com justiça, desenvolvimento e oportunidades para todos os potiguares”.

O Diário do RN tentou, ainda, conversar sobre o desafio das finanças estaduais com os pré-candidatos ao Governo do RN, Álvaro Dias (Republicanos), Allyson Bezerra (UB) e Carlos Eduardo Alves (PSD), mas não obteve retorno até o fechamento da edição.


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DESMENTIDA POR AGRIPINO, CARLA ADMITE QUE MENTIU SOBRE ANUÊNCIA

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A deputada federal Carla Dickson (União Brasil) admitiu, por meio de nota enviada à imprensa, que mentiu ao afirmar ter solicitado uma carta de anuência para deixar o partido e se filiar ao PL, legenda comandada no Estado pelo senador Rogério Marinho. A confissão veio quatro dias depois de a própria parlamentar, em discurso acalorado durante evento do PL em Mossoró, ter declarado que o pedido havia sido “negado” pela direção do União Brasil. A assessoria de Carla enviou nota reconhecendo que nenhum pedido foi protocolado, uma forma diplomática de confirmar que a declaração feita no palanque foi, no mínimo, inventada.

“A Deputada Carla Dickson não protocolou oficialmente nenhum documento de desfiliação, porém, em conversa informal com a nacional do partido, a deputada foi informada que não seria assinado sua carta de anuência”, diz o texto, sem nominar com quem, da direção nacional do partido a deputada teria conversado e quando teria ocorrido essa conversa.

O comunicado tenta amenizar o constrangimento ao afirmar que a parlamentar mantém “grande admiração e carinho” por José Agripino e que a desfiliação “conforme já antecipado pelo Senador José Agripino, ocorrerá no período apropriado, respeitando a legislação eleitoral”. A fala do presidente do União Brasil foi feita ao Diário do RN, em publicação desta terça-feira (14).

Na prática, a nota oficial desmonta o principal enredo do discurso que Carla havia feito dias antes, o de uma deputada “impedida” de ingressar no PL por resistência do seu atual partido. O episódio, que começou como ato de entusiasmo político, terminou com um desmentido e uma confissão de mentira.

No evento de filiação do novo presidente do PL Mossoró, Jorge do Rosário, na última sexta-feira (10), Carla afirmou diante de uma plateia repleta de lideranças bolsonaristas: “Infelizmente, a minha carta de anuência foi negada pelo meu atual partido e eu não posso estar de fato e de direito no PL, mas eu já caminho no plenário da Câmara com a oposição, com o PL. Já sou de coração e eu quero vocês tudinho na minha festa de filiação”.

A fala foi recebida com aplausos puxados pelo próprio Rogério Marinho, além do presidente do PL Mossoró, Jorge do Rosário, deputados estaduais e federais da sigla, pré-candidatos ao Senado e vereadores da região. Em tom de entusiasmo, Carla completou o discurso dizendo que estava “como uma soldada” do senador e declarou apoio à sua pré-candidatura ao Governo do Estado.

A empolgação do palanque durou pouco. Em entrevista ao Diário do RN, o presidente estadual do União Brasil, José Agripino, negou que a deputada tenha sequer feito o pedido de anuência mencionado no evento.

“Não, nem foi pedida, nem foi atendida, nem nada. Ela tem uma janela, ela não precisa da anuência. Se ela é candidata a deputada federal, ela terá uma janela assegurada pela lei na época oportuna”, afirmou o ex-senador.

A cena expôs também a pressa da deputada em se alinhar ao grupo de Rogério Marinho, de olho na eleição de 2026, e o desconforto crescente dentro do União Brasil potiguar. José Agripino classificou uma eventual saída como “indesejada”, mas admitiu que a decisão caberá a ela. “Não é desejável, mas ela é dona dos caminhos dela”, finalizou.


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