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SAÚDE MENTAL DEPOIS DO SETEMBRO AMARELO: ONDE BUSCAR TRATAMENTO?

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“Às vezes, eu me sinto tão perdida, como se não houvesse saída. Não tenho condições de pagar um tratamento, e a depressão parece não me deixar em paz”, desabafa Maria Sebastiana, moradora da Zona Norte de Natal. Como muitas pessoas, ela enfrenta a luta contra a depressão sem ter recursos financeiros para consultar um profissional particular. Felizmente, há opções acessíveis e gratuitas onde é possível encontrar o suporte necessário.

Todas as pessoas têm direito integral ao cuidado e à saúde, ficar atento aos sinais que sua saúde mental apresenta, e saber quando pedir ajuda são passos importantes nesse processo. “A gente precisa diferenciar o que é uma tristeza e o que é uma depressão. Uma tristeza todas as pessoas sentem em algum dia, em algum momento, mas sentem um dia, no outro dia retoma sua vida, consegue realizar as suas atividades de vida diária, suas atividades cotidianas, como tomar banho, se alimentar, minimamente essa autonomia. A depressão é um transtorno onde os sintomas prejudicam a qualidade de vida, dentro dessa perspectiva o indivíduo tem dificuldades para realizar atividades básicas, então é algo que prejudica a sua saúde física, quando a saúde mental atrapalha a saúde física é um grande alerta”, explica a diretora do CAPS Oeste Rafaela Pessoa.

“Hoje, nós atendemos aqui no CAPS Oeste 1.200 pessoas de prontuário aberto, alguns ainda aguardando consulta, isso incluindo usuários da região Oeste e Norte, porque a zona Norte não tem ainda o CAPS de transtorno mental grave, só tem um serviço de CAPS para usuários de substância psicoativa, então nós acolhemos esses dois distritos”, explica Rafaela.

Em Natal, uma das principais alternativas de atendimento gratuito para quem enfrenta problemas de saúde mental são os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), se configurando como um serviço que pode ser acessado de maneira direta pelo indivíduo, sem precisar de encaminhamento: “Esse indivíduo tem a possibilidade de primeiro procurar a unidade básica de saúde, mas o CAPS é um serviço de porta aberta, pode vir aqui sem encaminhamento, sem ter passado pela unidade básica, porque a equipe vai estar para acolher. O acolhimento em CAPS acontece de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 16h30 o nosso serviço vai estar aberto, aqui a gente não fecha para almoço, não tem parada”, orienta Rafaela.

A proposta dos CAPS é de ressocialização, um trabalho contínuo voltado ao atendimento de pessoas com transtornos mentais graves, como depressões severas, sintomas persistentes de psicose, esquizofrenia, transtorno afetivo bipolar e borderline. A diretora do CAPS reforça também a importância das atividades serem realizadas em grupo para o processo de socialização e recuperação do indivíduo: “O CAPS nasceu com a proposta de substituir internações psiquiátricas, sendo um modelo de atendimento livre, onde as pessoas vêm para esse serviço e são acolhidas. Nós ofertamos atividades terapêuticas, onde o paciente tem acesso a consulta psiquiátrica e atividades terapêuticas, sendo essas atividades coletivas”.

No caso do CAPS Oeste, são diversas atividades terapêuticas, incluindo oficinas focando nas habilidades e interesses dos usuários e grupos de apoio conduzidos por psicólogos para promover a fala e a escuta, que ocorrem durante a semana. Também são desenvolvidas atividades de saúde e beleza focadas no autocuidado, rodas de conversas para promover o encontro de ideias e multiajuda entre os usuários, além de passeios coletivos realizados uma vez por mês para resgatar a convivência social e a autonomia destas pessoas em tratamento.

A diretora Rafaela também recomenda que o paciente ao procurar uma unidade do CAPS apresente a cópia de um documento oficial de identificação com foto; Cartão Nacional do SUS (Cartão SUS) e comprovante de residência: “A gente também orienta que o usuário traga a cópia dos documentos e venha acompanhado por alguém da família, porque esse familiar em alguma situação, ele precisa de cuidado também, por isso que a gente pede já para ter essa visão desse contexto familiar deste usuário”.

Onde buscar ajuda
Passado o Setembro Amarelo, mês que reforça um lembrete de que a saúde mental deve ser uma prioridade para todos, os esforços para cuidar e esclarecer a população seguem e precisam ser permanentes. Para aqueles que se sentem desamparados, como Maria Sebastiana, é importante conhecer os recursos disponíveis que oferecem apoio gratuito e especializado. Buscar ajuda é um passo corajoso e essencial para a recuperação. A vida vale a pena ser vivida, e a ajuda está mais próxima do que se imagina.

Natal conta com várias unidades do CAPS, que funcionam como pontos de referência para atendimento:

  1. CAPS Esperança – CAPS II Infanto juvenil – Distrito Oeste: Atende crianças e adolescentes com transtornos mentais graves e persistentes, também por uso abusivo de álcool e outras drogas. Endereço: Avenida Capitão Mor Gouveia, 896 – Cidade da Esperança. Para mais informações: Telefone: (84) 3232-8933 / E-mail: capsi.natalrn@yahoo.com.br.
  2. CAPS Nise da Silveira – CAPS II Distrito Oeste: Atende adultos com transtorno mental grave e persistente. Endereço: Avenida Capitão Mor Gouveia, s/n – Cidade da Esperança. Para mais informações: Telefone: 3232-8460 / E-mail: capsoestenatal@gmail.com.
  3. CAPS José Jeová dos Santos – CAPS III Álcool e outras drogas Distrito Norte: Atende adultos com transtorno mental grave e persistente pelo uso abusivo de álcool e outras drogas. Endereço: Avenida Rio Doce, 03 – Conjunto Santarém. Para mais informações: Telefones: 3232-8232/3232-8233.
  4. CAPS Luiz Gonzaga Moreira – CAPS III Álcool e outras drogas Distrito Leste: Atende adultos com transtorno mental grave e persistente pelo uso abusivo de álcool e outras drogas. Endereço: Rua Pacífico de Medeiros, 1251 – Barro Vermelho. Para mais informações: Whatsapp: (84) 3232-8010 / E-mail:capsad24h@gmail.com.
  5. CAPS André Luiz – CAPS III Distrito Leste (provisoriamente no prédio do APTAD): Atende adultos com transtorno mental grave e persistente. Endereço: R. Gov. Valadares, Conj. Pirangi. (vizinho à UBS Pirangi). Para mais informações: Telefone: (84) 3232-8575 / E-mail: caps2lestenatal@yahoo.com.br.
    Esses centros são uma opção acessível e oferecem serviços de qualidade para aqueles que não têm condições de arcar com tratamentos particulares.

Outros recursos disponíveis
Além dos CAPS, Natal possui outras iniciativas de apoio à saúde mental:

  • Policlínicas: Para atendimentos individualizados existem ambulatórios com atendimento psicológico, que são as policlínicas, espalhadas em todos os distritos de Natal:
  1. Policlínica Sul – Neópolis: Localizada na Av. Ayrton Senna, s/n – Neópolis.
  2. Policlínica Oeste: Localizada na Av. Pernambuco, 251 – Cidade da Esperança.
  3. Policlínica Zona Norte: Localizada na Avenida Florianópolis, 4 – Potengi.
  4. Policlínica Leste (Policlínica Dr. José Carlos Passos): Localizada na Praça Augusto Severo – Ribeira.
  • Unidades de Saúde da Família (USFs): Muitas USFs oferecem atendimentos psicológicos gratuitos. Os moradores podem se informar sobre a disponibilidade de profissionais de saúde mental em sua unidade.
  • CVV (Centro de Valorização da Vida): O CVV oferece apoio emocional por meio do número 188, com atendimento 24 horas. Este serviço é gratuito e pode ser uma alternativa para quem precisa desabafar.

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