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PRIMEIRA MULHER PREFEITA DE MACAU, FLAVINHA VERAS VAI REALIZAR AUDITORIA

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Numa eleição polarizada, Flavia Patrícia Tavares Veras Vieira, conhecida como Flavinha Veras (PDT) foi eleita a primeira prefeita da história de Macau com 58,55% (10.711) dos votos, contra Dr.

Zé Antônio, prefeito que não alcançou reeleição, que obteve 37,50% (6.861). Com quase 4 mil votos de diferença entre a vencedora e o segundo colocado, a filha do ex-prefeito Flávio Veras avalia que o resultado já era esperado. “Um dos pré-requisitos que o meu pai fala para a gente é que a gente nunca deve entrar em campanha para perder. A gente já entrou na campanha vencedor”, afirma ela. A cidade ainda teve as candidaturas de Polyanna de Daniel (PP), com 2,13% (389) e Albimar, do PT, com 1,82% (333) dos votos.

Descrevendo a campanha eleitoral como “tensa”, a candidata enfatiza, ao Diário do RN, a violência política que, para ela, foi o marco da disputa que enfrentou na cidade de 27.369 habitantes, a 185 quilômetros de Natal. “Violência política de um modo geral, contra a mulher ou não. Em alguns municípios houve mortos. Aqui não houve isso, mas houve perseguição de carro contra mim, pessoas puseram as partes íntimas para fora várias vezes ali nos movimentos e a gente filmava e guardava esses registros para mostrar o desespero da oposição. Quando eu me candidatei propriamente, as estratégias que eles usaram foram ataques pessoais”, narra Flavinha Veras.

Esses ataques pessoais, segundo ela, foram difamação, calúnia, “desrespeito, desmoralização” contra ela e o candidato a vice-prefeito, Raimundo Nonato (Republicanos). “Usaram de baixaria o tempo todo. As violências que eu sofri foram totalmente desnecessárias, abusivas, autoritárias”, complementa.

Eleita, apesar do medo que afirma ainda ter, avalia que a vitória é o reflexo da postura dos concorrentes e da resistência dela a um sistema que já está ultrapassado. “Mentiram para os eleitores, compraram votos, então tudo isso as eleições mostraram lá que não funciona mais, que isso não deve ser estimulado pelas pessoas que fazem de tudo pelo poder, não é esse o caminho.

Não é o caminho obscuro que deve ser feito. É um caminho de trabalho, de conquistar a confiança da sociedade, do povo”, avalia.

Para iniciar o trabalho na cadeira de chefe do Executivo Municipal, ela pretende realizar uma auditoria assim que chegar na Prefeitura. “A gente está nessa fase de transição. Então, a gente vai fazer uma auditoria sobre como é que está a questão financeira da Prefeitura. Pelo portal de transparência do município, a arrecadação aumentou muito. É uma folha de pagamento de seis milhões, cinco milhões de reais e a gente tem uma arrecadação de 13 milhões de reais. A gente quer investigar o que aconteceu, porque não foi possível com esse dinheiro, essa arrecadação mensal tão alta, não ter dado respostas básicas à população”, alerta.

Um dos pontos que ela planeja rever são os contratos para a limpeza urbana e coleta de lixo. “A gente tem uma empresa que era da família do prefeito e a gente precisa rever, porque não estava sendo feita efetivamente essa coleta de forma satisfatória. A gente ainda não sentou para definir, mas com certeza a gente vai mudar”, disse.

Entre as ações que pretende priorizar, Flavinha Veras analisa que a principal necessidade de Macau nesse momento é a saúde, que é “precária”. Segundo ela, apesar do atual prefeito ser um médico, faltam insumos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). O abastecimento de água na zona rural e a buraqueira na cidade são outras questões que ela pretende priorizar, além da educação.

“A cidade está sem pavimentação. Então a gente precisa de todo o pavimento do município e com relação as escolas das comunidades também, que foram fechadas, trazer uma estrutura melhor de creche na primeira infância, que é também de competência do município resolver essa demanda”, afirma.

O diferencial em relação à atenção à mulher será a implantação da primeira Secretaria da Mulher e da Juventude. “Ela vai se voltar não só para cuidar da saúde e orientação das mulheres, como também no combate a violência, na autonomia financeira para mulheres. E com relação à juventude, seria para dar incentivo profissional”, destaca.

Na Câmara Municipal de Macau, o grupo não elegeu maioria, mas antes da diplomação deverá buscar todos os eleitos da Casa para conversar. “Dialogar para todos, governar para todos. A gente vai entender as reivindicações de cada um e conseguir articular com eles”, afirma Flavinha Veras.


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