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MARINHO AFIRMA QUE QUEBRA DE SIGILOS VAI SEGUIR CAMINHO DAS FRAUDES NO INSS

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“Já está muito claro que, enquanto o governo Bolsonaro foi o primeiro em 30 anos a reforçar os controles e coibir fraudes, o governo Lula e o PT trabalharam para afrouxar e até eliminar tais mecanismos. Agora, com a quebra dos sigilos fiscais de diversas entidades e dirigentes, vamos avançar para seguir o caminho do dinheiro e punir os responsáveis de forma exemplar”, afirmou Rogério Marinho (PL), em conversa com o Diário do RN, sobre a CPMI do INSS, em andamento no Congresso Nacional.

Marinho fala sobre o assunto após a divulgação de que ele recebeu, em 2018, uma doação de campanha de R$ 10 mil de Nelson Wilians, advogado investigado pela PF por fraudes nos descontos das aposentadorias. Líder da oposição no Senado, Rogério Marinho foi secretário especial da Previdência durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) e é um dos integrantes da CPMI do INSS, que investiga a farra dos descontos indevidos sobre aposentadorias, revelada pelo Metrópoles.

Rogério, que é o único membro da CPMI entre os que receberam doação de campanha de Wilians, admite que recebeu a doação, mas “foi realizada observando todos os procedimentos legais e representa 0,5% do total de recursos gastos na campanha a deputado federal, em 2018”.

“Por óbvio, por ocasião da campanha, não havia nenhuma expectativa de que o senador Rogério Marinho ocupasse cargo no governo do presidente Bolsonaro. Por fim, nenhuma doação eventualmente recebida tem condão de interferir em sua atuação como parlamentar ou em qualquer outro cargo público ocupado”, disse.

O advogado Nelson Wilians é alvo de investigação da Polícia Federal por suspeita de ter lavado dinheiro em benefício do empresário Maurício Camisotti, apontado como beneficiário final de três entidades acusadas de fraudar filiações de aposentados para realizar descontos indevidos. Na última sexta-feira (12), ele foi alvo de mandados de busca e apreensão cumpridos pela PF dentro da Operação Cambota, segunda fase da Operação Sem Desconto.

Levantamento divulgado pelo Metrópoles revelou que, entre 2019 e 2024, Wilians movimentou R$ 4,3 bilhões em operações consideradas suspeitas. Ele nega qualquer irregularidade. Entre as transações investigadas está o repasse de R$ 15 milhões a Maurício Camisotti — valor que os dois afirmam se referir à compra e venda de um terreno em São Paulo.

Desde 2014, Wilians já fez doações a sete políticos — entre eles, apenas Rogério Marinho integra, como suplente, a CPMI do INSS.

A comissão foi instalada para apurar esquemas bilionários de descontos irregulares em milhões de benefícios previdenciários. A participação de Rogério Marinho, que ocupou o cargo de secretário da Previdência em parte do período em que ocorreram as fraudes, tem sido contestada por parlamentares governistas. Ele atua como suplente pelo bloco do PL e do Novo.

Mineiro: “Rogério Marinho sabia das fraudes”

Entre os governistas que contestam a presença de Rogério Marinho como membro da Comissão Parlamentar Mista de Investigação, está o deputado potiguar Fernando Mineiro (PT).

“Acho que ele não deveria estar na Comissão, porque como ex-secretário Nacional da Previdência, foi parte ativa na mudança da legislação em 2019. E agora vem à tona a informação de que recebeu doação de campanha de um dos investigados”, ressaltou o deputado do PT ao Diário do RN.

O parlamentar relembra postagem que fez em suas redes sociais no mês de maio, quando já citava a participação de Marinho em mudanças na legislação feitas no Congresso, que viabilizou o esquema de descontos indevidos na folha de pagamento de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Relatada pelo então deputado Paulo Eduardo Martins (PR), a medida foi alvo de intensa negociação.

“Rogério Marinho sabia, era Secretário Nacional da Previdência e participou dos acordos que criaram as atuais regras de descontos no INSS. Nesse plenário ele acompanhou a discussão no dia 19 de maio de 2019. Ele sabia da existência das fraudes e ele foi secretário por mais de um ano”, afirmou Mineiro.

O deputado mostra trecho de vídeo de Rodrigo Pacheco, sobre presença de Marinho para um acordo da medida provisória. Além disso, exibe um senador do PL, em trecho de entrevista à CNN, afirmando que recebeu em seu gabinete os peritos do INSS de mais de mais R$ 70 bilhões com relação a aposentados, seguro defeso, consignados, e que o assunto teria sido levado ao presidente Bolsonaro durante a transição para seu governo.

“Desafio o senador, ex-secretário da Previdência do governo Bolsonaro, a apresentar uma medida concreta que ele e o governo passado tenham tomado para combater as conhecidas fraudes que prejudicaram milhões de brasileiros aposentados e pensionistas”, complementa.


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