
Em um mundo cada vez mais tecnológico e acelerado, o simples ato de se movimentar tem se tornado um desafio. Estimativas apontam que um em cada três adultos e 81% dos adolescentes não fazem atividade física suficiente. De acordo com o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse cenário se agrava à medida que os países se desenvolvem economicamente, quando os níveis de inatividade podem chegar a 70%, impulsionados pelas mudanças nos padrões de transporte, pelo uso crescente de tecnologias e pelo aumento do comportamento sedentário.
O sedentarismo, marcado por longos períodos de inatividade, como ficar sentado assistindo à TV ou no celular, afeta a saúde física e emocional e gera impactos nos sistemas de saúde e na economia. A OMS recomenda ao menos 150 minutos semanais de atividade física moderada ou 75 minutos de exercícios intensos. Segundo o Ministério da Saúde, movimentar-se não precisa ser complicado: caminhar até o trabalho, usar escadas, cuidar do jardim ou brincar com as crianças já faz diferença, o essencial é manter uma rotina ativa e prazerosa.
Para o educador físico Daniel Freire, o sedentarismo tem ganhado cada vez mais espaço como resultado das facilidades da vida moderna. “A tecnologia trouxe conforto, mas também afastou as pessoas do movimento. Isso tem causado um aumento de doenças como obesidade, diabetes, depressão e ansiedade. Para mudar esse quadro, é necessário incentivar a prática de atividades físicas em escolas, praças públicas e academias, promovendo uma transformação no estilo de vida. A prática regular melhora a autoestima e estimula a liberação de hormônios como endorfina e serotonina, que elevam o humor, reduzem o estresse e aliviam sintomas de ansiedade e depressão”, destaca.
Ele explica que manter-se ativo é essencial para quem busca mais saúde e qualidade de vida. “A atividade física é fundamental, pois além de auxiliar na prevenção de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e problemas cardíacos, também ajuda no controle do peso, fortalece o corpo e faz bem para a mente. E não existe idade mínima para começar, o que muda é o tipo de exercício de acordo com a fase da vida”, alerta.
ORIENTAÇÃO E ACOMPANHAMENTO PROFISSIONAL
Contudo, Daniel lembra que, antes de iniciar uma rotina de exercícios, é essencial buscar orientação médica e acompanhamento profissional. “O primeiro passo é procurar um médico para uma avaliação e identificar possíveis limitações. Em seguida, é importante buscar um bom profissional de Educação Física, verificando se ele tem o CREF [Registro no Conselho Regional de Educação Física] ativo e experiência na área. Esse profissional fará uma avaliação completa, analisando percentuais de gordura e massa muscular, taxa metabólica, gordura visceral, idade metabólica e medidas corporais. Com esses dados, ele pode montar um plano de treinamento seguro e adequado à fase de vida de cada pessoa, garantindo resultados com qualidade e segurança”, explica.
O profissional ressalta ainda que a escolha da modalidade influencia diretamente na constância dos treinos e na motivação. “Ao escolher uma atividade que não traz prazer para o aluno, a probabilidade de desistência aumenta. A falta de tempo vence, o cansaço aparece e tudo acaba virando desculpa. Ter um bom profissional auxiliando amplia as chances de encontrar um exercício que, além de proporcionar prazer, traga resultados e fidelize o aluno a uma prática esportiva”, afirma.
“Compromisso não é com o personal, nem com ninguém, é com você”, diz jornalista


Determinação e constância foram duas palavras que entraram na rotina do jornalista Túlio Lemos nos últimos meses. Depois de tentativas anteriores sem sucesso, ele encontrou no acompanhamento profissional o caminho para uma mudança real e segura.
“A atividade física veio em função não de estética, mas de saúde. Quando você é sedentário e começa a não se sentir bem, a cansar subindo uma escada, quando tem dificuldades básicas como para amarrar um sapato, você vê que tem alguma coisa errada. E aí, junta com a estética, a qualidade de vida, e você faz uma escolha”.
Desde o mês de agosto, Tulio é acompanhado por Daniel e conta que os resultados vieram bem mais rápido, sem lesões que o faziam parar, porque os exercícios são feitos da forma correta.
“Além de ganhar saúde, comecei a ver mudanças nas roupas, na disposição, na autoestima. Saí da calça 44 para a 40. A camisa G que ficava apertada, agora é P. Perdi medidas ruins como a circunferência abdominal, ganhei em pontos positivos como bíceps, tríceps e coxa”, conta o jornalista com entusiasmo.
Os novos hábitos também apresentaram Tulio Lemos ao mundo das corridas. Em outubro ele participou da primeira quase como uma brincadeira. Mas logo veio a segunda, com um tempo melhor, e a motivação para novos desafios já com data marcada. “No próximo dia 15 farei os 5k da Corrida de Nossa Senhora da Apresentação. Hoje, participo de corridas sem medo de lesão, com o corpo fortalecido e preparado. O personal não é luxo, é essencial para quem quer mudar de vida de forma segura e eficiente”, observa Túlio.
O jornalista também ressalta que compreender a importância da constância foi essencial para manter sua rotina de exercícios, deixando de adiar os treinos para tratá-los como prioridade diária.
“Eu deixava de ir para a academia porque sempre aparecia outro compromisso que, na minha cabeça, era mais importante. Hoje, eu não perco a academia porque considero como se fosse uma reunião que marquei, um café com alguém, uma consulta médica. Coloco como compromisso para não faltar, porque a constância faz toda a diferença. Quando você começa a ‘furar’, perde o estímulo, sente dor de novo e volta para o zero. A constância vem do compromisso. Se não dá de manhã, faço à tarde; se não dá à tarde, faço à noite. O importante é fazer. O compromisso não é com o personal, nem com ninguém, é com você”.
Outro ponto importante foi incluir toda família nesse novo estilo de vida. “Frequento a academia com minha esposa, cunhados e sogra. Corro com meus filhos e assim não tem aquela história de família que sabota a disciplina do outro. Pelo contrário, um estimula o outro e todos ganham mais saúde”, conclui Tulio Lemos.