
Por: Bosco Afonso
A família de Fábio Faria tem uma grande história a contar na vida política do Rio Grande do Norte.
Seu avô, Osmundo Faria, empresário bem sucedido, quase foi alçado à condição de Governador do Rio Grande do Norte, quando as escolhas dos dirigentes estaduais, de forma indireta, ainda nas décadas 1960/1970, no século passado, aconteciam sob o beneplácito dos governos militares. Osmundo, tinha como “padrinho”, o então ministro do Exército, o general Dale Coutinho.
Não havia contestação à indicação de Osmundo Faria para o Governo do RN. O “padrinho” era forte. Nomeação incontestável. A classe política aqui nas Terras de Câmara Cascudo já se via rodeando o novo governante. De repente, eis que de repente, o ministro Dale Coutinho sofre um infarto e vai a óbito. Tudo mudou. Osmundo perdeu o seu esteio e o governador indicado foi Tarcísio de Vasconcelos Maia.
Os anos se passaram e eis que surge o nome de Robinson Faria, filho do Osmundo, apadrinhado por uma das maiores lideranças políticas da região Agreste, Luiz Antônio Vidal. Mesmo considerado um “filhinho de papai” para a época, Robinson aprendeu cedo as manhas políticas e depois de renovar o seu mandato de Deputado Estadual e presidente da Assembleia Legislativa, alçou voo inimaginável de ser o governador do estado, quando pouquíssimos de seus amigos e correligionários, incluindo aí familiares, acreditavam que pudesse derrotar o favoritismo de Henrique Alves. E Robinson derrotou o dono de mais de dez mandatos de deputado federal e herdeiro do capital eleitoral do ex-governador Aluízio Alves, enquanto o seu filho, uma nova geração na política, conseguia se eleger Deputado Federal.
Era o clã dos Faria definindo um novo quadro na política tupiniquim.
Veio a gestão estadual de Robinson Mesquita de Faria (2015-2018) e com ela muitas dificuldades que lhe valeram uma condenação preliminar por improbidade administrativa (gerir a folha de pessoal acima do percentual permitido) e a pecha de mal pagador, por deixar folhas de pessoal ativo e inativo em atraso. E por conta dessa atitude em atrasar involuntariamente o pagamento de pessoal, o pai de Fábio Faria não teve reconhecido os seus méritos conquistados durante a gestão, iguais ao saneamento da Capital do Estado.
As dificuldades da gestão levaram a Robinson amargar um terceiro lugar na disputa eleitoral na tentativa de renovar o seu mandato e quase que comprometeram a reeleição de Fábio Faria ao Congresso Nacional.
Hoje, apesar de o pai estar enfrentando processos judiciais que poderão entravar a sua pretensão a candidatar-se a Deputado Federal, o ministro Fábio Faria amadureceu politicamente e cresceu em conceito, a nível nacional, através das oportunidades conquistadas e de seus próprios méritos.
Empreendedor, Fábio tem levado os seus conhecimentos para gerir um dos importantes Ministérios da gestão Bolsonaro e com isso tem ganhado o respeito de todos.
Nessa corrida eleitoral, fidelíssimo a Bolsonaro, o tempo dá sobrevida para Fábio enveredar por vários caminhos políticos. Pode, ainda que difícil, a vaga do Senado Federal pela oposição; renovar o seu mandato de deputado federal, caso o pai não obtenha êxito na justiça eleitoral; e, mesmo em caso de Robinson garantir o direito da disputa da cadeira federal, Fábio tem todas as chances de disputar uma cadeira na Câmara Federal pelo estado de São Paulo, o que interessa ao seu sogro Silvio Santos. E tem cacife para entrar no jogo.