
A governadora Fátima Bezerra entregou na última sexta-feira, 18, dezesseis das 37 casas e lotes de terra da Agrovila Jucurutu a moradores de Carnaúba Torta, dando início à relocação de famílias que vivem em áreas inundáveis da Barragem Oiticica, principal obra hídrica do Rio Grande do Norte, que o governo do Estado está construindo na Bacia do Piranhas/Açu.
O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, não perdeu tempo e logo disparou sua opinião sobre a entrega nas redes sociais. “Antes tarde do que nunca !!!!!OITICICA: Após duras críticas de Bolsonaro, Fátima finalmente transfere famílias e abre processo de remoção de moradores de áreas que serão inundadas pela barragem”, escreveu Marinho no Twitter.
No dia 9 de fevereiro, durante sua passagem pelo Rio Grande do Norte, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a Barragem de Oiticica, na região do Seridó, não é concluída por motivações políticas da governadora Fátima Bezerra.
“Virou uma questão política por parte da governadora, dar atenção a minorias que lutam por ‘direito a não barragens’. O que é isso? Por causa de 10, 15 famílias ou pessoas que são usadas politicamente para tal, isso não é concluído. A gente espera que, brevemente, nos consigamos, como está previsto, alocar no local adequado [as famílias]. Não pode quinze pessoas prejudicar mais de 300 milhões [mil] que vivem na região do Seridó”, disse Bolsonaro.
“Essa barragem é muito importante para o Nordeste, peço a Deus que amoleça os corações das pessoas que fazem maldade como o povo para buscar poder para si. Que isso seja solucionado”, acrescentou Jair Bolsonaro no pronunciamento que fez em Jucurutu, antes de seguir para Jardim de Piranhas, para a solenidade de chegada da água do São Francisco.
O ministro Rogério Marinho também fez referência à impossibilidade de concluir a parede central do vão central. O aumento da parede amplia a capacidade de armazenamento de água, por isso, é necessária a transferência da últimas famílias que estão na área.
O Governo do Estado repudiou as declarações do presidente e disse que as informações divulgadas são inverdades e mostram “desconhecimento a respeito das relacionadas ao Complexo Oiticica, especialmente sobre contextos sociais existentes”.