Em entrevista à CNN nesta segunda-feira (22), o pré-candidato à presidência pelo PSDB Arthur Virgílio (AM) criticou o sistema de prévias do PSDB e chamou de fiasco o processo do último domingo (21), que foi interrompido e ainda não tem data para ser concluído.
“Para ter ideia do tamanho do fiasco, o (ex-) presidente FHC não votou, Serra não votou e eu próprio não votei, o que beira o ridículo”, disse Virgílio, que foi prefeito de Manaus e senador pelo PSDB, ao acrescentar que o partido “ficou enfraquecido”, mas acredita que, assim que as prévias sejam concluídas, a legenda deve “voltar ao eixo”.
Virgílio mencionou ainda problemas com o aplicativo. “Eu era inteiramente contra fazermos por aplicativo. Era a favor de irmos para a urna eletrônica, mas insistiram e fizeram o aplicativo, que não deu certo”, afirmou o pré-candidato, que defende a continuação da votação no próximo domingo (28).
Outra crítica feita pelo ex-prefeito de Manaus diz respeito à diferença de peso entre votos de diferentes grupos. “As prévias precisam melhorar muito. O meu voto vale menos que do (Eduardo) Leite e do (João) Doria (que também disputam a pré-candidatura pelo partido). Por que essa história dos votos qualitativos? Eu não vejo nenhuma qualidade”, disse.
Virgílio afirmou que o melhor modelo seria “one man, one vote” (um homem, um voto), mencionando as prévias americanas. Destacou ainda que o voto de um filiado sem mandato, como é seu caso, vale dose vezes menos que o de um vereador.
Críticas a Aécio
O pré-candidato disse ainda que Aécio Neves (PSDB-MG), um dos principais cabos eleitorais do governador do Rio Grande do Sul, trabalhado contra a realização das prévias e quer transformar o PSDB em parte do centrão.
“Aécio Neves não quer as prévias, ele quer se apossar do partido, quer um partido de deputados, virar partido do centrão, trocando votos por emendas”, criticou Virgílio.
“O Leite pensa que o Aécio está preocupado com ele. Não está, está preocupado em moldar um partido tipo centrão para ele”, concluiu.
Procurado pelo CNN, Aécio Neves ainda não se manifestou sobre as acusações.
Por CNN Brasil