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BOLSONARO DIZ A INVESTIDORES QUE AMAZÔNIA É PARAÍSO, SEGUE INTOCADA E NÃO PEGA FOGO

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Presidente Jair Bolsonaro em Dubai
Foto: Alan Santos/Presidência da República

Em um esforço de melhorar a imagem ambiental do Brasil no mundo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta segunda-feira (15) a uma plateia de empresários e investidores em Dubai que as críticas recebidas por seu governo nessa área não são justas.

Contrariando dados sobre desmatamento, o presidente chegou a dizer que a floresta amazônica está intocada desde a chegada de Pedro Álvares Cabral, em 1500.

“Um passeio pela Amazônia é algo fantástico. Com certeza, uma viagem inesquecível. Além de turismo, vocês poderão conhecer o que seria um paraíso aqui na Terra”, afirmou Bolsonaro, em um evento sobre investimentos no emirado do Golfo Pérsico.

Segundo ele, a Amazônia é um patrimônio do Brasil. “Vocês comprovarão isso [se forem visitá-la] e trarão uma imagem que condiz com a realidade. Os ataques que o Brasil sofre quando se fala em Amazônia não são justos. Mais de 90% daquela área está preservada. Está exatamente igual a quando o Brasil foi descoberto em 1500”, afirmou.

Ele voltou a negar a ocorrência de incêndios na Amazônia, novamente contrariando dados científicos, mostrados inclusive por imagens por satélite. “Nossa Amazônia, por ser uma floresta úmida, não pega fogo”, afirmou.

O presidente disse aos investidores que seu governo não vê incompatibilidade entre a defesa da Amazônia e a promoção da agricultura. Fez ainda um convite explícito para que investidores de Dubai se interessem por projetos na área.

“Temos uma das agriculturas mais pujantes do mundo. Alimentamos mais de 1 bilhão de pessoas pelo mundo. Sabemos da nossa responsabilidade. Todos sabem que qualquer país busca a sua segurança alimentar. O Brasil está de portas abertas para negócios voltados para a agricultura”, declarou.

O Brasil tem procurado melhorar sua reputação na área ambiental, sobretudo depois da saída de Ricardo Salles da chefia do Ministério do Meio Ambiente, e sua substituição por Joaquim Leite.

Na COP26, o Brasil procurou adotar uma atitude mais colaborativa, embora tenha sido criticado pela timidez de suas metas de redução de emissão de gases poluentes. Diversos países desenvolvidos e a China têm incluído cláusulas ambientais em acordos comerciais, além de prometerem barrar a importação de produtos que tenham provocado avanço do desmatamento em sua cadeia de produção.

Bolsonaro também incentivou investimentos na mineração no Brasil, dizendo que o país tem “toda a tabela periódica” debaixo do solo.

No mesmo evento, Bento Albuquerque, titular da pasta das Minas e Energia, afirmou que o Brasil é um dos países mais bem posicionados para realizar a transição energética de carvão para matrizes limpas.

“Para alcançar as metas do Acordo de Paris, teremos de usar todas as tecnologias e fontes existentes, com base em nossas vantagens competitivas em nível internacional e local. O Brasil é um dos países mais bem posicionados para liderar processos de transição energética. Essa tem sido a tônica de crescimento dos setores de energia eólica e solar”, afirmou Albuquerque.

No mesmo evento, organizado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e pela Apex, diversos ministros repetiram em coro a mensagem de Bolsonaro em defesa da sustentabilidade, reforçando a estratégia uniforme do governo de tentar mudar sua imagem na área. ​

O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, disse que o Brasil se comprometeu, na COP26, com uma meta ambiciosa de redução de emissão de gases de efeito estufa. Ele também mencionou esforços do governo na redução do desmatamento.

“Desde 2019, o governo, com apoio das Forças Armadas, tem implementado políticas contra crimes ambientais. Os desafios de cuidar do meio ambiente num país de dimensões continentais como o Brasil são imensos, mas o Brasil tem envidado esforços bem sucedidos nesse setor”, declarou França.

O titular da pasta das Minas e Energia, Bento Albuquerque, seguiu na mesma toada, afirmando que o Brasil é um dos países com melhores condições de realizar a transição energética de carvão para matrizes limpas.

“Para alcançar as metas do Acordo de Paris, teremos de usar todas as tecnologias e fontes existentes, com base em nossas vantagens competitivas em nível internacional e local. O Brasil é um dos países mais bem posicionados para liderar processos de transição energética. Essa tem sido a tônica de crescimento dos setores de energia eólica e solar”, afirmou Albuquerque.

À frente de uma das pastas mais sensíveis nessa discussão, Tereza Cristina, da Agricultura, também fez um pronunciamento fortemente voltado a compromissos ambientais.

Ela citou a produtividade da agricultura brasileira, citando o “efeito poupa terra” que isso provoca.

“É um aumento da produção sem correspondente aumento da área plantada. Isso representa a chave para que a agricultura continue a crescer em sintonia com nosso valioso patrimônio ambiental”, afirmou.

A mesma mensagem foi mencionada ainda pelos ministros Tarcísio Freitas (Infraestrutura) e Gilson Machado (Turismo). “A queimada da Amazônia é uma grande fake news”, afirmou.

Machado.Fábio Zanini, Folhapress


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