No Brasil, sem dúvidas, de maneira trágica, não se pode negar que a notícia dos 400 mil mortos era, de algum modo, esperada. Não surpreendeu. Agora, um detalhe choca: os últimos 100 mil morreram em 36 dias. Trinta e seis. Declaração foi emitida pelo jovem comunicador popular, que já passou pelo Anistia, Brasil de Fato e, atualmente, escreve para o Global Voices, Leonardo Azevedo, por meio do Twitter.
Ainda ao longo da declaração diz que:
“É no mínimo conflitante olhar esse dado e pensar que lá fora, no mundo real, falta isso aqui
para que tudo volte a acontecer como acontecia em janeiro de 2020 ou antes”.
Outros comunicadores comentaram na mesma publicação que, atualmente, de forma infeliz, esse é o tipo de notícia que as redações já estão deixando prontas. “Repórter que tá cobrindo isso já sabe que, daqui para a semana que vem, bate um determinado número e já é pauta certa… e todo mundo cansado de falar, alertar”, destacou Hilza Cordeiro, repórter do Correio 24h.
DADOS
Foram quase cinco meses até 100 mil. Outros cinco até 200 mil. Com a metade do tempo chegamos a 300 mil. E em pouco mais de um mês atingimos a nova marca devastadora, superada apenas pelos Estados Unidos. Em 2020, a Covid-19 roubou quase dois anos da expectativa de vida dos brasileiros. E, segundo a demógrafa Márcia Castro, a aceleração dos óbitos em 2021 tende a produzir um tombo ainda maior nesse que é um dos principais termômetros sociais de qualquer país.
Chefe do Departamento de Saúde Global e População da Universidade Harvard, Marcia liderou a pesquisa que constatou a queda. E dimensiona, neste episódio, a inflexão que ela representa: “De 1945 a 2020, a expectativa de vida ao nascer subiu, em média, cinco meses a cada ano no Brasil”. Renata Lo Prete conversa também com o infectologista Julio Croda, pesquisador da Fiocruz. Ele explica por que o mix de vacinação lenta, restrições em baixa e inverno chegando deve nos empurrar para um saldo de 500 mil vítimas sem muita demora. “Saímos de uma segunda onda terrível, com março e abril tendo sido os dois piores meses da história do Brasil. Junho e julho podem superar”.
*Com informações do G1.