
O valor já chega a R$ 610.639.267,27. De acordo com o Relatório da Gestão Fiscal (RGF), enviado pela Prefeitura de Mossoró ao Tribunal de Contas do Estado (TCE/RN), a Dívida Consolidada Líquida (DCL) até agosto de 2025 ultrapassa meio bilhão de reais. O valor é quase metade do orçamento anual do Município, que em 2025 foi de cerca de R$ 1,3 bilhão.
A Dívida Consolidada Líquida é o principal indicador do endividamento do município. É o total de dívidas de longo prazo que a gestão tem, como empréstimos e financiamentos. A DCL mostra o tamanho real da dívida que ainda precisa ser paga, depois de descontados os recursos disponíveis.
De acordo com o relatório que consta no TCE, R$ 478.954.340,56 são de dívidas contratuais, sendo a maior parte, R$ 312.386.756,40, de empréstimos. Outros R$ 166.567.584,16 são referentes a renegociação de dívidas, sendo R$ 163.389.542,94 de dívidas tributárias. Precatórios posteriores a 2025, vencidos e não pagos, são da ordem de R$ 127.877.116,75.
O assunto foi tratado pelo jornalista Bruno Barreto, tendo como fonte o Relatório de Gestão Fiscal do ano passado. De acordo com ele, Mossoró mais que dobrou sua dívida nos últimos quatro anos da gestão Allyson Bezerra: saltou de R$ 233,2 milhões em 2020 para R$ 509,2 milhões em 2024, um aumento de 118%. Em relação a 2016, quando era de R$ 174,9 milhões, o crescimento chega a quase 200%.
Com os números atualizados pelo Diário do RN, de 2024 até agosto de 2025, a dívida de Mossoró já aumentou mais 100 milhões de reais.
Com a possiblidade de renunciar a Prefeitura para disputar o Governo do Estado em 2026, conforme mostram suas movimentações de bastidores, a conta pode ficar para Marcos Medeiros (PSD), vice-prefeito, que poderá assumir a cadeira do Palácio da Resistência.
Allyson empurra passivo milionário e deixa orçamento à beira do colapso
Além da Dívida Consolidada Líquida, o relatório do 4º bimestre de 2025, que inclui até o mês de agosto, enviado pela Prefeitura de Mossoró ao Tribunal de Contas do Estado (TCE/RN), escancara outro dado alarmante: a gestão Allyson Bezerra inscreveu R$ 367.726.710,78 em Restos a Pagar Não Processados, valor que na prática funciona como uma dívida escondida que ficará para o futuro. Os dados são do Relatório Resumido de Execução Orçamentária do Município (RREO), anexado no TCE/RN.
Os números mostram que, apesar de ter empenhado R$ 1,15 bilhão, liquidou R$ 784,1 milhões e pagou R$ 778,6 milhões no período, empurrando para a frente quase R$ 400 milhões em compromissos não quitados, comprometendo de forma severa o orçamento de 2026. O rombo é cerca de um terço do orçamento anual do município.
Na linguagem técnica, os Restos a Pagar Não Processados são despesas que foram empenhadas, mas que ainda não foram confirmadas porque o serviço não foi feito ou o produto contratado não teve sua execução até o fechamento do exercício. Em termos práticos, esse valor equivale a contas abertas pela gestão Allysson que deverão ser cobradas e pagas nos próximos meses, estrangulando o caixa da Prefeitura, comprometendo a execução do orçamento.