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GIRÃO E STYVENSON IGNORAM VERDADE E CONTINUAM DIVULGANDO FAKE NEWS

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Disseminador crônico de desinformação nas redes sociais, o que já lhe rendeu acusação de ser um dos congressistas financiadores de propagandas falsas na internet e de atos antidemocráticos, com recursos públicos, e a inclusão no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga as fake news, o deputado federal General Girão (PL) voltou a se destacar na imprensa não por sua produção parlamentar, mas por espalhar mais uma nova inverdade, desta vez, sobre o auxílio reclusão, alvo periódico de mentiras na internet.

Em postagens feitas no Instagram e no Twitter, nesta segunda-feira (16), Girão publicou uma notícia falsa sobre o suposto reajuste do benefício de quase 50% que teria sido feito pelo presidente Lula (PT), há 18 dias na Presidência da República. “Em um país onde o crime compensa, um presidiário tem mais direitos que um trabalhador. O bandido recebe aumento e o assalariado não. O que esperar de um país governado por um ex-presidiário?”, escreveu o deputado, para seus seguidores.

A lista de desinformação divulgada por Girão é extensa. Em dezembro passado, ele e outros políticos e influenciadores bolsonaristas espalharam uma falsa convocação do Exército Brasileiro para suposto alistamento com a finalidade de enfrentar o governo eleito em 31 de outubro, em uma página chamada Reserva Pró-Ativa. Em 16 dias, cerca de 170 mil se cadastraram. No entanto, o próprio Exército desmentiu o fato e por meio de nota oficial desautorizou as “convocações equivocadas”. Também explicou que o site, criado em 2015, serve apenas para o envio dos boletins semanais com informações da caserna, chamado “O Veterano”.

Depois, o deputado da extrema-direita incentivou que atiradores civis formassem um “exército mobilizável” para ajudar o Exército, chamando os “cidadãos de bem, treinados e dispostos a defender a Pátria”. “Temos convicção que aqueles homens e mulheres que são atiradores cadastrados como CAC’s [caçadores, atiradores esportivos e colecionadores] podem sim fazer parte de um efetivo mobilizável para as Forças Armadas. Afinal de contas, já são hábeis no manuseio da arma como instrumento de defesa”, escreveu, na postagem que foi apagada, junto com um esclarecimento, afirmando que havia se enganado ao compartilhar o cadastro.

Ainda em dezembro, Girão compartilhou um discurso falsamente atribuído ao jornalista Alexandre Garcia. Na mensagem, que questionava o resultado da eleição presidencial, Garcia supostamente afirmava que os Poderes sabiam que havia fraude eleitoral, mas não agiram. Girão compartilhou com as palavras: “preparam a festa da roubalheira”. Mas, o jornalista retrucou: “Nunca escrevi isso! Esse texto não é meu”, em caixa alta. Desmentido, o parlamentar apagou a mensagem.

Eleito pela primeira vez na onda de 2018, Girão teve o sigilo bancário quebrado pelo ministro Alexandre de Moraes e tentou acabar com o inquérito das fake news. Ele foi apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como um dos responsáveis por transformar a divulgação de atos antidemocráticos em “negócio lucrativo”, segundo o órgão.

Apesar de recomendar cuidado contra notícias falsas, Styvenson divulgou fake

Quem também recorreu à fake news sobre o tema foi o senador Styvenson Valentim (Podemos), que, nesta terça-feira (17), repostou postagem de um perfil de notícias potiguar sobre a prisão de um casal por furto de alimentos em um supermercado na zona Sul de Natal. Ao comentar o fato, o parlamentar reproduziu mensagem com informação falsa sobre o pagamento de Auxílio Reclusão: “Só assim para comer picanha. Agora vão receber mais que um salário mínimo para ficar presos”.

O senador já criticou e condenou a propagação de desinformação e notícias falsas nas redes sociais. Um exemplo foi quando, em 2021, c ele alertou: “Cuidado com as fake news! Elas estão por aí e só atrapalham a sua vida e a nossa vida em coletividade. Antes de confiar na informação ou repassar, cheque se procede”, na época.

INFORMAÇÃO VERDADEIRA
Desde os primeiros dias da nova gestão federal, tem circulado nas redes sociais a informação de que o governo do presidente Lula teria aumentado o valor do auxílio-reclusão em 44%, fazendo com que o benefício passasse de R$ 1.212 para R$ 1.754. A notícia é falsa. O valor do auxílio – sempre equivalente ao salário mínimo, ou seja, será de R$ 1.302 este ano -, exceto nos casos de quem foi preso antes da reforma da Previdência de 2019. Neste caso, há regras de cálculo específicas a depender do tempo de contribuição do preso.

Na verdade, o que aumentou no início deste ano foi o limite salarial que permite ao contribuinte ter acesso ao auxílio. Até 2022, podiam ter acesso ao benefício os dependentes de presos que recebiam até R$ 1.655,98. Neste ano, o valor foi reajustado para R$ 1.754,18. O aumento foi praticado com base no INPC (5,93%), índice usado para reajustar todos os benefícios previdenciários.

Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), o limite salarial subiu de R$ 1.319,18 para R$ 1.655,98 – valor que está sendo corrigido agora. Com o reajuste, no caso dos que contribuem para a Previdência até o valor de R$ 1.754,18 e sejam presos a partir de agora, seus dependentes poderão ter acesso ao benefício. A partir deste valor, o benefício não é pago, a menos que tenha autorização da Justiça. Um detalhe importante, no entanto, é não confundir o valor máximo da renda bruta mensal (R$ 1.754,18) com o valor que os dependentes recebem de auxílio-reclusão.


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