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GRUPO REVIVER COMPLETA 12 ANOS AMPLIANDO ACESSO A MAMOGRAFIAS

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Fundado em 2012, o Grupo Reviver Natal nasceu do desejo de mulheres que venceram o câncer de mama de ajudar outras a terem acesso ao diagnóstico precoce da doença. Uma das fundadoras, Idaísa Cavalcanti, relembra que a ideia surgiu da dificuldade de conseguir realizar exames, mesmo para quem tinha convênio ou podia pagar. “Imagine então para quem dependia exclusivamente do SUS. Foi nesse cenário que entendemos a urgência de criar um projeto que levasse mamografia a quem mais precisava”, destacou.

A missão inicial foi clara: facilitar o acesso ao exame de mamografia, sobretudo para mulheres de baixa renda e de cidades do interior do Rio Grande do Norte, onde quase não há mamógrafos disponíveis. Para viabilizar os primeiros atendimentos, o grupo chegou a alugar, em 2015, uma unidade móvel vinda da Bahia, financiada por doações e campanhas. “Vendíamos camisetas, fazíamos bingos, pedíamos ajuda. Foi dessa forma que conseguimos começar”, contou Idaísa.

O grande marco veio em 2019, quando, após sete anos de mobilização, o Grupo Reviver conquistou sua própria unidade móvel, a Unidade Savana Galvão, doada por empresários da Bahia. O veículo foi equipado com mamógrafo adquirido pela instituição e, a partir daí, começou a atender de forma permanente pelo SUS em Natal. “Desde então, passamos a realizar 70 mamografias por dia, de segunda a sexta-feira. Foi uma verdadeira revolução no nosso trabalho”, afirmou a fundadora.

Hoje, a instituição responde por cerca de 50% das mamografias feitas em Natal e já ultrapassou a marca de 90 mil exames realizados. Segundo Idaísa, a detecção precoce tem sido fundamental para salvar vidas. “O câncer de mama ainda é o tipo que mais acomete mulheres no Brasil, mas a mortalidade vem diminuindo graças ao diagnóstico precoce. Descobrir cedo significa chance real de cura”, reforçou.

Atualmente, o grupo consegue atender até 80 mulheres por dia, com uma estrutura que inclui motoristas, técnicos, recepcionistas e médicos responsáveis pela emissão dos laudos. A logística também é planejada para funcionar em parceria com Unidades Básicas de Saúde, facilitando o acesso a exames complementares e tratamentos quando necessário.

Além da capital, o Grupo Reviver leva sua unidade a municípios do interior, por meio de contratos com prefeituras, Assembleia Legislativa e parcerias privadas, como o Instituto Riachuelo. Em Assú, por exemplo, a ação já se tornou parte do calendário anual. “Nosso sonho agora é conquistar uma segunda unidade móvel para ampliar esse alcance e ajudar ainda mais mulheres do Rio Grande do Norte”, declarou Idaísa.

O financiamento das atividades vem de múltiplas fontes, entre elas o SUS, emendas parlamentares e a contribuição de associados. Idaísa ressalta a importância da imprensa nesse processo. “Sem a imprensa, não faríamos metade do que realizamos. São jornalistas, rádios e TVs que divulgam onde estamos e ajudam a salvar vidas com informação”, reconheceu.

O grupo também atua com palestras e ações educativas, especialmente durante o Outubro Rosa, quando leva informação para escolas, fábricas, comércios e até canteiros de obras. Há ainda um trabalho de acolhimento para mulheres em tratamento contra o câncer, realizado por voluntárias que já enfrentaram a doença. “Nós sabemos o quanto é doloroso passar por isso, e queremos ser um apoio para quem está nessa caminhada”, afirmou.

Apesar das conquistas, os desafios permanecem. Entre eles, a falta de sede própria e a busca por mais apoio financeiro. “Nossa meta até 2026 é ter um espaço definitivo e adquirir uma segunda unidade móvel. Para isso, precisamos da sensibilidade da classe política e da sociedade”, reforçou Idaísa.

Para quem precisa do serviço, o acesso é simples: mulheres de 40 a 75 anos com cartão SUS de Natal podem procurar a unidade do Grupo Reviver, conforme o calendário divulgado no site e no Instagram da instituição. “É demanda espontânea. Basta levar documentos, fazer o exame e voltar em até 30 dias para receber o resultado. Diagnóstico precoce é vida, é cura”, concluiu.

“O câncer de mama ainda é o tipo que mais acomete mulheres no Brasil, mas a mortalidade vem diminuindo graças ao diagnóstico precoce. Descobrir cedo significa chance real de cura”

Idaísa Cavalcanti
Fundadora


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