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JESUS CRISTO, CRUCIFICADO VÍTIMA DE FAKE NEWS

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FOTO: DANILO EDUARDO

Em tempos atuais, a mentira ganhou um nome americanizado: Fake News, ou ‘notícia falsa’, disseminada por meios de comunicação ou nas redes sociais.

As Fake News geralmente provocam ódio, pois constroem narrativas que visam depreciar a imagem de alguém. Por conta da velocidade do efeito multiplicador das redes sociais, é quase impossível desmentir o que já ‘ganhou o mundo’ com ares de verdade, sendo uma grande mentira; ou uma pequena verdade, com pedaços de mentira, que dão um ‘colorido’ mais atrativo e aroma agradável. Tem tudo para ser verdade. Mas não é.

Há mais de 2 mil anos, um galileu peregrinava pelas ruas pregando a palavra de Deus. Não gostava de luxo e desprezava conforto; sua ideia era multiplicar os ensinamentos divinos amparados no ‘amor ao próximo’.

Sensível ao sofrimento humano, aqui e acolá Ele ousava usar um pouco de seu poder superior para curar feridas e salvar vidas. Defensor das minorias e dos excluídos, certa vez Ele calou uma multidão hipócrita ensandecida cheia de ódio, aparentando querer ‘justiça’ contra uma pecadora. O apedrejamento parecia inevitável.

O galileu filho de carpinteiro, com sua calma peculiar, não desautorizou o apedrejamento iminente. Desnudou a hipocrisia ao desafiar: “Quem nunca pecou, que atire a primeira pedra”.

Nenhuma pedra foi atirada e a pequena multidão foi dispersada envergonhada, ciente de que o espelho da alma, a consciência justiceira, havia falado mais alto que o gesto público da superioridade de punir quem errou.

Homens da lei, letrados e poderosos não gostavam do que aquele cabeludo falante propagava nas ruas. Sua popularidade só crescia, na mesma proporção que a inveja e o ódio a Ele.

Sem rádio ou TV, sem celular, sem internet 5G, as notícias se propagavam pelo tradicional ‘boca a boca’. A verdade era a principal vítima da multiplicação da informação. Em seu percurso da origem ao destino, a verdade nunca chegava viva. Era morte certa.

Uns achavam que Jesus Cristo era um aventureiro que almejava o poder; outros, em minoria, que era um enviado de Deus para pregar a paz.

Mas como acreditar que alguém doa sua vida para melhorar a vida dos outros sem querer nada em troca? “Aí tem coisa”, pensavam os que eram incapazes de gestos altruístas ou de praticar a solidariedade sem recompensa.

Os milagres aconteciam e as notícias se multiplicavam de qualquer forma. Quem é aquele que fez um cego enxergar, um paralítico andar e um defunto reviver? Fez tudo sem querer nada em troca? Ele não fala em poder, não quer dinheiro… Algo está errado. Isso é impossível. “Quer bem ser candidato a alguma coisa”, diriam se fosse no tempo de hoje.

Foi por causa dessa desconfiança que as Fake News contra Jesus se multiplicaram e o levaram a um ‘julgamento’ em que o Pôncio ‘juiz’ não enxergava crime algum praticado por aquele homem.

Mas o ‘povo’ o via como um criminoso sem crime tipificado. É criminoso e pronto. Tem que morrer.

Num raro gesto de pseudo-democracia numa ditadura imperial, o ‘juiz’ Pilatos, simula uma ‘eleição’ para saber quem deve ser crucificado, em que os candidatos são Jesus Cristo, sem crime algum cometido; e Barrabás, ladrão confesso e criminoso convicto, cujo nome de batismo era Bar Aba.

“Qual dos dois quereis que vos solte?”, perguntou Pilatos à multidão.

 A multidão ‘votou’ para soltar Barrabás e gritava apontando para Jesus: “Crucifica-o! Crucifica-o!”.

E não dizem que ‘a voz do povo é a voz de Deus’?

Não. Essa afirmativa é um grande engano.

‘A voz do povo’ é a que for construída pelas informações, sejam elas verdadeiras ou não.

É a imagem projetada a partir das informações que faz de um ladrão um benfeitor adorado; e de um cidadão honesto, alguém que mereça ódio sem motivo algum.

Nesse caso histórico, a multidão ensandecida, havia criado uma imagem de Jesus que o tornara criminoso mesmo sem Ele ter cometido crime algum.

Jesus Cristo foi vítima de Fake News, da falta de cuidado com informações recebidas, do desprezo à busca pela verdade, da falta de empatia, da falta de amor ao próximo.

Estava escrito que seria assim. Não há a menor intenção de mudar a história.

Porém, se Jesus tivesse sido ‘absolvido’ naquele ‘julgamento’ insano, não teria sido crucificado e teria permanecido por mais tempo fazendo o bem e pregando a paz. É inquestionável.

Detalhe: Na hora da morte, havia dois ladrões que seriam crucificados com Jesus: Dimas e Gestas. Um deles, Dimas, disse a Gestas, que acompanhava os insultos dos soldados carrascos: “Nós recebemos o castigo que nossos atos merecem; mas este (Jesus) nenhum mal fez.” Os três foram crucificados.

Jesus ressuscitou. Aí é outra história.


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2 comentários em “JESUS CRISTO, CRUCIFICADO VÍTIMA DE FAKE NEWS”

  1. Francisco dos Navegantes Silvino Nicácio

    Excelente texto, Túlio! Espero que leve todas as pessoas que o lerem a uma profunda reflexão sobre a importância política e religiosa de Jesus, como também sobre o valor vital que tem a verdade!

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