O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) viu uma estratégia política no fato de o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), ter se assumido gay em entrevista exibida na noite de quinta-feira (2), na TV Globo.
Segundo Bolsonaro, essa atitude seria “o cartão de visita para a candidatura” de Leite em 2022, que se coloca como pré-candidato do PSDB à Presidência da República — ele deverá disputar as prévias do partido com rivais como o governador de São Paulo, João Doria, e o senador pelo Ceará Tasso Jereissati.
“Está se achando o máximo, né? ‘Olha’, bateu no peito, ‘eu assumi’. É o cartão de visita para a candidatura dele”, disse Bolsonaro a apoiadores que o esperavam na portaria do Planalto da Alvorada. “Ninguém tem nada contra a vida particular de ninguém, mas querer impor o seu costume, o seu posicionamento para os outros, não”.
Ao jornalista Pedro Bial, Leite disse ser “um governador gay, e não um gay governador, tanto quanto Obama nos Estados Unidos não foi um negro presidente, foi um presidente negro, e tenho orgulho disso”. Assim, o governador do Rio Grande do Sul se torna o primeiro chefe de Executivo assumidamente homossexual no Brasil.
O assunto repercutiu nas redes sociais, e Leite foi parabenizado e apoiado por políticos de diversos partidos, como o próprio João Doria, o senador Fabiano Contarato (Rede-ES), único senador abertamente gay, e até adversários políticos, como a ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB).
“As inúmeras mensagens de carinho e apoio que estou recebendo me deixam absolutamente seguro: o amor vai vencer o ódio! Muito muito muito obrigado a todos!”, escreveu Eduardo Leite em sua conta no Twitter.
Assista vídeo:
*Informações da CNN Brasil.