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MÉDICA ROBERTA LACERDA PEDE PARA JORNALISTA MUDAR TEXTO E ELE RESPONDE: “NÃO VAI ME INTIMIDAR!”

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FOTO: BRUNO BARRETO/REDES SOCIAIS

O jornalista Bruno Barreto foi intimado pelo advogado da médica Roberta Lacerda, a retirar texto publicado em seu Blog no qual se posiciona contra a médica que convocou protesto contra a vacinação de crianças para a Civid-19.

“O advogado da médica negacionista Roberta Lacerda me procurou pedindo para retificar um texto que escrevi sobre ela na semana passada sobre ela convocar um protesto antivax.”, anunciou Bruno no Twitter.

No texto, o jornalista fala que a médica “segue surfando no negacionismo, arengando com a realidade e apostando em remédio de piolho como solução para covid-19”.

“Roberta Lacerda pede que eu retire que ela convocou um protesto antivacina e que publique que o remédio de piolho funciona contra a covid-19. No meu blog só sai que ivermectina trata covid por meio de decisão judicial e ainda assim vou recorrer”, escreveu Bruno.

O jornalista contou ainda que recebeu ameaça de ser processado, mas que não irá alterar seu texto sobre a médica. “Se ela quiser mandar um direito de resposta eu publico, mas mudar meu texto não vai”.

“O documento tem a tradicional ameaça de processo em caso de não publicação. Roberta Lacerda presta um desserviço à ciência e não vai me intimidar. Não altero uma linha do que escrevi. Se ela quiser mandar um direito de resposta eu publico, mas mudar meu texto não vai”, afirmou.

“Por fim adoraria encontrar essa senhora que incentivou as pessoas a tomarem um remédio ineficaz contra covid nos tribunais. Contarei para os netos que meu primeiro processo foi movido por esse tipo de gente. Não vai me intimidar!”, concluiu.

Leia o texto publicado por Bruno:

“Vergonha! Médica potiguar convoca protesto contra vacinação de crianças

A médica Roberta Lacerda tanto fez que conseguiu. Ela esteve ontem na Câmara dos Deputados convidada pela parlamentar negacionista Bia Kicis (PSL/DF) para fazer pregação contra a vacinação contra covid em crianças.

Lacerda, que ficou famosa nas redes sociais por defender medicamentos comprovadamente ineficazes contra a covid-19, andou no final do ano propondo um protesto contra o passaporte da vacina para crianças.

Chegou a apresentar a ideia no dia 31 de dezembro. “Às ruas!!! Dia 4 de janeiro!!! Nosso novo dia de luta pela liberdade!!!”, escreveu no Twiter ao comentar a decisão do ministro do STF Ricardo Lewandowski que permitiu a cobrança do passaporte da vacina nas universidades federais.

A ideia flopou e agora ela já defende um outro protesto, desta vez para o dia 7 de janeiro, ás 14h, na Praça da Sé.

Lacerda segue surfando no negacionismo, arengando com a realidade e apostando em remédio de piolho como solução para covid-19.

Já mostramos que ela opina, mas não tem qualquer produção científica sobre o tema.

Defensora do “tratamento precoce”, Roberta Lacerda não tem produção acadêmica há oito anos

A médica Roberta Lecerda, celebrizada por defender o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19 nas rádios de Natal, não tem produção acadêmica desde 2013 quando ainda estava na residência médica, conforme checamos em seu currículo Lattes.

A profissional de saúde tem garantido a eficácia de medicamentos usados para piolho e vermes, mas o currículo dela não trás qualquer pesquisa sobre o tema.

Ela se graduou em medicina em 2009 e em 2014 fez residência médica se especializando em infectologia. Em 2017 ele concluiu outra especialização n assunto pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), entidade que não recomenda a aplicação de “tratamento precoce” contra a covid-19.

Seu último trabalho acadêmico público foi em 2013 juntamente com 11 colegas. O artigo chama-se Importance for Case Finding among Extra-domiciliary Contacts. PLoS Neglected Tropical Diseases (Online).

Ontem a médica entrou em polêmica com os jornalistas ridicularizando-os e afirmando que a categoria não se especializa.

Agora vamos comparar o achismo de Roberta Lecerda que vai contra as conclusões da SIB, Anvisa, FDA, OMS e agências europeias com o trabalho de médica do Hospital do Coração de São Paulo Letícia Kawano que tem produção acadêmica internacional e com participação de estudos sobre a eficiência da ivemerctina e hidroxicloroquina (os currículos acadêmicos das duas pode ser comparado nas fontes consultadas no final da matéria).

Os trabalhos realizados por ela concluíram que os medicamentos não servem para tratar covid-19. “Infelizmente não é verdade. Estudos (e aqui) de boa qualidade metodológica mostram que a hidroxicloroquina não funciona para Covid-19. A hydroxicloroquina também não funcionou na fase hiperprecoce (como profilaxia), ou seja quando a quantidade de vírus é bem baixa, o que indica que é muito pouco provável que funcione quando a replicação viral aumenta, na fase precoce”, escreveu Leítica em artigo (confira o link abaixo em fontes consultadas).

Adicionalmente há riscos, o uso da hidroxicloroquina está associada a maior risco de arritmias (prolongamento do intervalo QTc) e lesão hepática.

A ivermectina não se mostra promissora pois apenas consegue ação sobre o SARS-CoV2 em doses muito altas, ao ponto de ser tóxico para as células”.”

PS: O Blog Tulio Lemos, se solidariza com o jornalista Bruno Barreto diante dessa tentativa de intimidação ao exercício de sua profissão de bem informar.


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