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MORADORES DE CANDELÁRIA PAGAM IPTU ALTO E CRITICAM TOTAL ABANDONO

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Em alguns pontos, buraqueira representa perigo para carros, motos e também para os pedestres – Foto: Anderson Régis

A zona sul de Natal concentra bairros de alto poder aquisitivo, e alguns com movimentação intensa devido a presença de várias opções de lazer e compras como comércios, lojas, shoppings centers e até mesmo locais de atividades esportivas, como salões de dança e academias. O IPTU da região também é alto: em uma pesquisa rápida entre contribuintes do bairro de Candelária, encontramos valores entre R$1.500 e R$ 4.000, variando de acordo com as especificações do imóvel. A questão é que por trás do custo de vida na zona mais valorizada da capital potiguar, há um cenário em que muito se assemelha ao abandono de outras regiões. “Na minha casa eu pago R$1.500, mas é um dinheiro que não temos retorno em nada, dizem que a calçada é ‘do povo’, mas vive tudo quebrado, o mato tomando conta, lixo nas ruas. É uma situação absurda, um desrespeito com a população, um valor alto cobrado pela prefeitura, que não tem retorno algum para todos nós”, desabafa o militar aposentado, Francisco Duarte, que ressaltou já ter morado em Petrópolis, onde o imposto é alto, mas a situação também é bem melhor, com valorização dos espaços, tendo a iluminação como um grande diferencial no bairro.

Em Candelária, a má iluminação é um dos problemas mais citados principalmente por quem precisa andar muito para ter transporte público, outra carência do bairro. “Tem alguns pontos que são iluminados, por exemplo, aqui na região da pracinha da igreja. Mas saindo para ruas mais afastadas, não tem uma iluminação boa. No ano passado, ia sendo assaltada aqui perto do meu trabalho indo para a parada de ônibus, justamente porque as ruas desertas e mal iluminadas são um chama para ladrão. É muito difícil também para quem vem de carro ou de moto porque tem muitos buracos”, relata Daniela de Lima, funcionária de uma confeitaria no bairro.

Cortando o bairro, a rua Ataulfo Alves é uma importante ligação entre duas das principais vias da capital – as avenidas Salgado Filho e Prudente de Moraes. O fluxo de veículos é constante e trafegar por ela requer atenção especial aos buracos. “Às vezes me sinto em um verdadeiro rally tentando desviar dos buracos. E dá medo porque se pega de jeito em um e cai, ninguém sabe o que pode acontecer porque, além da queda, tem muito carro passando. Tenho medo” desabafa o entregador Israel Moraes, que costuma prestar serviços na região.

Shirley de Medeiros é gerente de uma loja de material de limpeza na mesma via, testemunha de situações de risco, ela relatou à reportagem o que considera um verdadeiro descaso com a via principal. “Às vezes a gente vê várias frenagens, né? Porque é uma via de alto tráfego e é uma velocidade grande que eles trafegam por aqui. Aí, quando não é habituado a fazer esse trajeto e vem, freia de vez e leva batida na traseira. Além de acidente, tem caso que quebra o carro porque muita gente de idade mora aqui no bairro e já não tem a mesma visão e reflexo que os mais jovens e mesmo passando habitualmente, corre o risco de cair e danificar o carro. Há alguns relatos de clientes que se sentem prejudicados por isso também”.

Andreza da Silva trabalha nas proximidades do Natal Shopping e os buracos também são uma realidade em uma das vias principais ao lado do shopping. Ela detalha que essa situação se agrava até mesmo no tráfego de carros, motos e dos pedestres que fazem uma ‘ciranda’ para desviar dos veículos e também dos buracos, ampliando o risco de acidentes. “A gente tem que passar correndo para atravessar a rua, os carros desviam do buraco, as pessoas desviam dos buracos e dos carros, com o alto movimento, tudo piora, vira um grande estresse e aumenta os riscos de acidentes”.


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