
O número de assassinatos caiu 16% no Rio Grande do Norte em 2021 na comparação com o ano anterior, de acordo com o índice nacional de homicídios criado pelo g1 com base em dados oficiais repassados pelos 26 estados e pelo Distrito Federal.
Os números apontam queda de 1.377 mortes violentas em 2020 para 1.157 em 2021, no estado. Os números foram os menores desde 2013.
A redução do RN foi maior que a média nacional, de 7%, e a média da região Nordeste, que chegou a 9%.
A diminuição dos assassinatos em 2021 retoma a tendência de queda registrada no estado pelo Monitor da Violência desde o balanço de 2018 e após o recorde de mortes em 2017.
Esta tendência foi interrompida em 2020, ano que teve uma alta de cerca de 7% em plena pandemia, mas voltou a ser registrada em 2021, assim como aconteceu na maior parte do país. A exceção foi a região Norte, que teve alta de 10%.
Segundo os dados levantados mês a mês junto às Secretarias Estaduais de Segurança, o Rio Grande do Norte teve redução nos três tipos de morte violenta levantados:
- homicídios dolosos (incluindo os feminicídios)
- latrocínios (roubos seguidos de morte)
- lesões corporais seguidas de morte
No caso do homicídio doloso, a queda foi de -10,3%. O estado registrou 1.084 ao longo dos 12 meses de 2021, contra 1.209 no mesmo período de 2020. Os latrocínios tiveram redução próxima de 17%, saindo de 65 para 54 no ano passado.
Mas a maior queda ficou por conta da lesão corporal seguida de morte, que teve redução superior a 81%. Caiu de 103 para 19 entre um ano e outro.
Segundo especialistas do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP), o menor número de mortes é motivado por um conjunto de fatores, incluindo: profissionalização do mercado de drogas brasileiro; maior controle e influência dos governos sobre os criminosos; apaziguamento de conflitos entre facções; políticas públicas de segurança e sociais; e redução do número de jovens na população.
Os pesquisadores destacam que a queda no índice de homicídios pode acontecer mesmo com a maior introdução de armas no país por conta dos decretos e mudanças na legislação promovidas pelo governo federal. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública publicado no ano passado, o Brasil dobrou o número de armas nas mãos de civis em apenas três anos.
“As armas e munições legais e ilegais – que são desviadas e ingressam no mercado do crime – não causam, isoladamente, variações nas taxas. Elas tendem a aumentar os homicídios circunstanciais, em bares, boates e no trânsito, por exemplo, e os femininídios. Mas não afetam necessariamente as dinâmicas criminais nos estados”, diz Bruno Paes Manso.
Com informações do G1