Com esquema de segurança reforçado, o Senado Federal realizou a eleição para presidente da Casa, que teve como vencedor o atual presidente Rodrigo Pacheco, que venceu o pleito com 17 votos de maioria sobre seu adversário, o senador potiguar Rogério Marinho. A expectativa antes do pleito era de que a disputa estava acirrada e que até poderia haver surpresa com uma eventual vitória de Marinho, candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Nas redes sociais, aliados do bolsonarista chegaram a comemorar seu suposto crescimento e a possível vitória. Porém, ao encerrar a apuração dos votos, a contabilidade foi desfavorável ao potiguar, que obteve 32 votos, perdendo para Pacheco, que recebeu 49 votos, oito a mais do que precisava para ser eleito.
Com a vitória de Pacheco, há também outro vitorioso que não disputou a eleição de forma direta: Presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o vencedor do ‘terceiro turno’ da eleição em que derrotou Jair Bolsonaro em dois turnos, em outubro do ano passado. Bolsonaro entrou para valer na campanha de Rogério e até a ex-primeira-dama Michelle pediu votos para o senador potiguar. Com o resultado desfavorável, o PL de Rogério e Bolsonaro fica isolado no Congresso e o ex-presidente contabiliza mais uma derrota para Lula.
O processo de votação começou por volta das 16:30h e se estendeu até às 18:30h, com a contagem final do placar que reelegeu Rodrigo Pacheco.
Após discursar por 15 minutos, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) desistiu e renunciou à sua candidatura à presidência do Senado e declarou apoio ao candidato bolsonarista. “Se tem alguém com mais chance de garantir a alternância de poder, mesmo não defendendo tudo o que penso e proponho e realmente possa trazer expectativa e mudança no rumo desta Casa, não tenho nenhum problema em apoiá-lo”, disse.
Em seu discurso, Rodrigo Pacheco relembrou sua eleição para o cargo há dois anos e destacou que sua gestão foi pautada pela responsabilidade e por desafios como a pandemia de covid-19. “Tivemos projetos na pandemia, a Lei das Vacinas nasceu neste Senado. E não fomos negacionistas, não menosprezamos a vacina, defendemos a vacina e aprovamos todas as Medidas Provisórias inerentes ao combate à pandemia vindas do Governo Federal porque tínhamos esse compromisso com a sociedade brasileira e com os colegas senadores que morreram de Covid”.
Já Rogério Marinho, em seu discurso, reforçou a tecla da “alternância de poder” como ponto principal da sua plataforma. Marinho apontou para um acordo que haveria entre o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco e o senador Davi Alcolumbre (União-AP), para que Alcolumbre o suceda após seu mandato. Alcolumbre era o presidente do Senado antes de Pacheco. “Se isso acontecer, teremos o Senado, que tem 81 integrantes, sob o comando de apenas dois senadores”.
Rogério Marinho assume para mandato até 2031
Senador eleito pelo Rio Grande do Norte, Rogério Marinho tomou posse nesta quarta-feira (1º), junto aos outros 26 senadores eleitos em outubro do ano passado, durante sessão solene no Plenário do Senado Federal, para um mandato de oito anos que se encerrará em 31 de janeiro de 2031, diferente da Câmara dos Deputados, onde os mandatos são de quatro anos. Juntos, os 27 correspondem à renovação de um terço do Senado, que é composto por 81 parlamentares.
Com isso, o ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL), se junta aos senadores Styvenson Valentim (Podemos) e Zenaide Maia (PSD) para compor a bancada do Estado no Congresso Nacional. Em seu discurso de posse, ele se comprometeu a “guardar” a Constituição Federal e a democracia no país, constantemente atacadas durante a gestão federal anterior. “Prometo guardar a Constituição Federal e as leis do país, desempenhar fiel e lealmente o mandato de Senador que o povo me conferiu e sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil”, afirmou Rogério.
E falou que o Senado, nos últimos quatro anos, perdeu a relevância por “ter permitido que houvesse uma hipertrofia de um poder sobre o outro. Vivemos um momento muito delicado no cenário nacional. E é necessário, para que haja o restabelecimento dessa normalidade, um Senado altivo, independente e com capacidade de fazer o diálogo necessário, para que haja a pacificação do nosso país”.