Mais de dez grupos ligados aos movimentos sociais, estudantis e sindicais, além de partidos e outras organizações da sociedade civil, participaram, nesta quarta-feira (7), do 28º Grito dos Excluídos e Excluídas, organizado pelas pastorais sociais ligadas à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com o objetivo de lutar por justiça social. Com o tema “Brasil: 200 anos de (In) dependência para quem?”, a concentração aconteceu em frente ao Teatro Alberto Maranhão (TAM), na Ribeira, e foi marcada por protestos contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).
“A nossa democracia é muito cara para nós e ela precisa ser defendida. Infelizmente, Bolsonaro e os generais têm ameaçado a democracia durante muito tempo, não só agora, não só neste ano, mas desde que, inclusive, fizeram sua campanha para Presidência, dizendo que iriam fechar as Instituições Democráticas, que não poderiam aceitar as elei- ções, para poder dizer que urnas não eram legais, não eram confiáveis, para poder questionar o resultado das urnas”, comentou Samara Martins, candidata a vice-
-presidente da república pelo UP (Unidade Popular), acrescentando: “estão isolados. Não têm mais apoio popular (…) é o presidente mais rejeitado da história e agora querem se manter no poder pela força, não mais pelas eleições”.
O candidato a senador pelo Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), Dário Barbosa, afirmou que as principais exclusões que o povo brasileiro sofre são relativas à habitação, ao emprego, à renda e à segurança alimentar. “As pessoas estão passando fome: 40 milhões de pessoas estão imediatamente na fome. É preciso ter emprego para as pessoas produzirem. E, evidentemente, aumentar o salário mínimo, a renda dos trabalhadores, da população pobre, e depois promover um amplo investimento nos serviços públicos, como saúde, educação, segurança”, aponta o professor, fundador do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) no Rio Grande do Norte.
Danniel Morais (PSOL) reforçou que não existe um país livre sem que haja liberdade de expressão. “Somos uma população que não se dobra, que não se entrega a esta condição que foi colocada como o Dia da Independência. Mas, independência para quem? A independência precisa ser para todos e todas. E que todas e todos possamos estar nas ruas expressando a sua vontade de ser brasileiro”.
A candidata a deputada estadual pelo PSOL RN, Tati Ribeiro, disse: “estamos falando em, cada vez mais, organizar aqueles que não estão aqui neste ato; aqueles que não puderam vir porque estão passando fome hoje, porque passam por necessidade e precisam resolver o que vão jantar hoje. Esses que ainda não estão aqui mas precisam estar, são os que precisamos discutir”.
O vereador pelo PSOL em Natal, Robério Paulino, resgatou que, o Brasil, nunca completou, de fato, a sua verdadeira inde- pendência: “a escravidão nunca foi superada no Brasil. Os negros foram abandonados. Os indígenas foram massacrados. Ou seja, a desigualdade no Brasil é uma das maiores do mundo até hoje pela forma como foi feita nossa colonização; isso não foi resolvido mesmo após a Proclamação da Repú- blica”, ressaltou sinalizando que o Brasil tem esse passivo que precisa ser pago, resolvido. “Os excluídos gritam que querem o pagamento desta dívida”, aponta o professor Robério Paulino.