De abril a outubro, o preço médio da cesta básica na capital potiguar subiu 13,8%, de acordo com a pesquisa mensal elaborada pelo Instituto Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon/Natal). Há sete meses, o preço da feira com 40 produtos divididos nas categorias de mercearia, açougue, hortifruti e higiene/limpeza ficava em R$ 322,62. A pesquisa mais recente, referente à última semana do mês de outubro, mostrou que essa média subiu para R$ 367,40.
O impacto dessa inflação é maior nas famílias de baixo poder aquisitivo, já que, para estas, o gasto com alimentos compromete cerca de 1/4 do orçamento, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial– IPCA/IBGE, obrigando-as a reduzir a quantidade e/ou a qualidade do que compram para comer. Os preços, inclusive, podem variar em até 200% entre os estabelecimentos.
Para se ter uma ideia da variação do preço da cesta básica em Natal, em abril passado, o conjunto dos 40 alimentos pesquisados era encontrado até por R$ 261,11 numa rede de atacarejo e não ultrapassava R$ 322,71 em uma rede de supermercados. O maior preço em abril é inferior ao menor preço da cesta encontrado hoje, que fica em R$ 328,93, mas chega a R$ 399,91 dependendo do estabelecimento.
Como a pesquisa do Procon divide os 19 estabelecimentos pesquisados em atacarejo, supermercados de bairros e grandes redes de hipermercados, é possível verificar em qual segmento se pode economizar mais.
A variação do valor médio da cesta básica entre estes estabelecimentos e os hipermercados é de 11%, considerando os preços médios de R$ 343,45 e R$ 381,53 entre estes segmentos. Contudo, a variação pode chegar a 21,5% quando comparado ao menor preço da cesta encontrado.
As causas para a alta dos alimentos já são conhecidas. A seca, o dólar, as exportações de mercadorias como açúcar, soja, milho, petróleo – que provocam falta no mercado nacional já que o produtor brasileiro prefere vender para o exterior e ganhar em dólar do que para o mercado interno – são alguns dos fatores que empurram para cima o preço dos produtos.
Entre os produtos de açougue, a carne, apesar de continuar cara, não é menos vilã da feira que o frango. Se em abril, o quilo da carne de primeira, tipo alcatra, custava em média R$ 40,12 agora está em R$ 44,46. A carne de segunda tinha um preço médio de R$ 31,33 e passou para R$ 35,11. Enquanto isso, o quilo do frango congelado passou de R$ 8,98 para R$ 11,83 mas os preços máximos entre abril e outubro variaram de R$ 10,49 para R$ 15,89.
Outro vilão na subida de preços é a bandeja de ovos, que tinha um preço médio de R$ 12,12 e passou para R$ 16,12 sendo encontrado até por R$ 19,99. Na mesma linha o queijo coalho, cujo preço médio está em R$ 41,67 quando era R$ 32,96 em abril passado.
Por Cláudio Oliveira/Tribuna do Norte