
Em entrevista à rádio Jovem Pan Natal nesta quinta-feira (19), Edilza Faustino, presidente do Sinpol, falou sobre a realidade dos policiais civis do Rio Grande do
Norte.
Ela criticou a precariedade nas condições de trabalho e disse que as delegacias estão cheias de problemas estruturais.
“É uma coisa deprimente. Não dá dignidade ao policial nem para ele trabalhar. Você chega em uma unidade e o teto está caindo. O policial tem de tirar do bolso. É infiltração. Queima tudo. O policial tem que tirar do bolso para não ficar no escuro”, lamentou a agente.
Edilza contou que, recentemente, o teto da sala de investigação de uma delegacia de Touros desabou e que vários equipamentos foram prejudicados.
Em Mossoró, segundo o relato da representante da categoria, o chão da copa da 1ª DP está afundando, e no cartório as frestas da parede são tão grandes que é possível ver o outro lado da rua.
A situação na delegacia de Acari, no Seridó, é diferente. Edilza contou que em visita recente se surpreendeu com a estrutura. Ela lamenta que a construção só tenha sido possível graças a um acordo firmado pelo Ministério Público com criminosos. Foram recuperados R$ 2 milhões no acordo, e o dinheiro foi usado na construção da nova delegacia.
“A delegacia de Acari está linda, toda organizada. Aí você vê um negócio desse. É preciso usar dinheiro do crime para poder construir uma delegacia decente. Voltei revoltada, indignada e triste pelos meus amigos que estão lá nessa situação”, desabafou.
Ela reclamou também do déficit do efetivo policial no Rio Grande do Norte e afirmou que há unidades policiais que respondem por até sete cidades, com apenas um delegado, um escrivão e cinco agentes. “Como é que dá conta?”, protestou.