Na última segunda-feira (08), a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do RN apresentou à população e aos candidatos ao governo do Estado um documento com sugestões para a economia do RN. Entre as propostas dos empresários está a privatização da CAERN, a qual gerou polêmica na última semana.
Neste domingo (14), a Tribuna do Norte publicou uma reportagem sobre a opinião da proposta de quatro dos nove candidatos a governador. São eles Fátima Bezerra (PT), Fábio Dantas (Solidariedade), Styvenson Valentim (Podemos) e Clorisa Linhares (PMB).
Em resumo, a opinião dos candidatos é divergente.
Para Fátima, a estatal deve ser mantida e é preciso avançar nas parcerias com o setor privado. Em sua fala, a atual governadora falou sobre os investimentos na estatal em seu governo.
“Investimos R$ 300 milhões em esgotamento e água, alcançando 96,33% de cobertura, reduzindo desperdício (hoje em 51% na distribuição e 40% no faturamento) e tempo de resposta nas emergências. Este ano, mesmo com todos os custos em alta, a Caern reajustou a tarifa em 4,42% em Natal e 0% no interior, onde 120 municípios são deficitários. É fundamental manter a gestão pública na solidariedade entre as cidades e avançar nas parcerias com o setor privado para universalizar os serviços”, disse a petista.
Styvenson, no entanto, defende a privatização da empresa com um modelo que “assegure à população o melhor retorno financeiro possível e melhor prestação de serviço aos consumidores”. Também falou do desperdício de água tratada pela empresa.
“A Caern deve ser privatizada, segundo um modelo que assegure à população o melhor retorno financeiro possível, melhor prestação de serviço aos consumidores, tudo baseado na segurança jurídica e respeito aos princípios constitucionais. Consoante o entendimento majoritário do Poder Judiciário, os serviços públicos de saneamento básico (abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo de águas pluviais) são de interesse local e, portanto, de competência dos Municípios por determinação constitucional. O desperdício é imenso, a empresa chega a perder até 65% da água tratada que distribui, operando com uma rede depreciada, segundo a Fecomércio,” disse o senador.
Já Fábio Dantas apontou para a abertura do capital em um primeiro momento, depois a privatização após uma discussão amadurecida.
“A população quer serviços melhores e dentro do nosso plano de governo, vamos dialogar com a sociedade para poder construir um dos melhores mecanismos para atingir o marco regulatório do saneamento. E passa por uma abertura de capital da empresa, assim como a governadora Fátima Bezerra (PT) propôs no início do governo e não levou pra frente. Privatização fica para um segundo plano e uma discussão mais amadurecida. Primeiro, cumprir o marco do saneamento, resgatar os investimentos e daí abrir o capital, captar recursos da inciativa privada, pra que gente possa inserir dentro da Caern, continuar como o Estado sendo o maior acionista,” disse o empresário.
Clorisa Linhares disse não ser contra a privatização, mas recomendou uma análise dos pontos positivos e negativos da ação.
“Não sou contra a privatização, mas acredito que todos os segmentos devem ser analisados. Com relação aos combustíveis e energia, defendo uma certa cautela. Sobre a carne, é preciso considerar os pontos positivos e negativos para o Estado e, assim, tomar uma decisão. Israel e o Catar são exemplos de países que saíram da miséria em um curto período de tempo, porque souberam aproveitar o que tinham de melhor, ao usar o fundo soberano para investimentos. Acredito que a carne pode ser utilizada como fundo aqui no Estado. No entanto, no momento, é necessário realizar um levantamento sobre as vantagens dessa ação”, disse a candidata bolsonarista.
Com informações da Tribuna do Norte.