“Reunião com direção do PL. Após avaliação de trabalho, campanha para presidente do Senado cada vez mais forte”, declarou o senador eleito Rogério Marinho, após se reunir nesta segunda-feira (16) com o presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto e integrantes da cúpula da legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro. Conforme o colunista do O Globo, Lauro Jardim, Rogério, que registrou o encontro em suas redes sociais, se posiciona como um candidato que pode “proteger senadores de eventuais excessos do judiciário”
O objetivo do ex-ministro do Desenvolvimento Regional, com o registro, é desmentir as suposições que têm circulado nos bastidores da política nacional de que sua candidatura à Presidência do Senado teria “subido no telhado” após os ataques terroristas cometidos por criminosos bolsonaristas às sedes do Supremo Tribunal Federal (STF), Palácio do Planalto e Congresso Nacional, no último dia 8.
Eleito na esteira do bolsonarismo raiz e tendo Bolsonaro como seu principal cabo eleitoral e mestre político, Rogério tem procurado demonstrar aos seus futuros colegas que ele é o melhor nome para comandar o Senado pelo próximo biênio. Para isso, tem falado constantemente com os senadores que pretende fazer uma presidência “afinada com o sentimento da sociedade, que quer o restabelecimento da normalidade democrática e a liberdade de expressão e inviolabilidade dos mandatos”.
O próprio presidente do PL, Valdemar Costa Neto, teria deixado claro a aliados próximos que não iria para o “tudo ou nada” pela candidatura de Rogério e que só bancaria a disputa contra o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), que tenta a reeleição, “caso o senador eleito do PL mostre viabilidade”, segundo o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles.
Conforme os aliados, Valdemar não quer que o PL, que terá a maior bancada do Senado, fique sem cargos na Mesa Diretora, o que pode acontecer caso Marinho bata o pé e se lance contra Pacheco. No entanto, apesar das ressalvas, o discurso público no PL, por ora, é de que a candidatura do ex-ministro à presidência do Senado segue de pé. A eleição acontecerá em 1º de fevereiro.
Diante do temor de aliados e congressistas em eleger Rogério Marinho presidente da Casa, o potiguar correu às redes sociais logo após os ataques criminosos em Brasília, para dizer que não aceitava e repudiava os atos criminosos dos golpistas bolsonaristas. “A democracia não admite a depredação e a barbárie. Essas ações terminam justificando o injustificável, ou seja, causarão o recrudescimento de medidas excepcionais que relativizam a constituição e atacam liberdades individuais”, falou, na época.
Pacheco tem de 55 a 60 votos, estimam aliados
Conforme a CNN Brasil, os aliados do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) calculam que ele tem, no momento, entre 55 e 60 votos dos senadores pela sua reeleição à presidência da Casa. Senadores e auxiliares próximos a ele consideram que o cálculo é difícil de se estimar com exatidão por se tratar de uma votação secreta – apesar de ser uma votação nominal, os posicionamentos de cada senador não serão divulgados.
Os maiores partidos que apoiam a reeleição de Pacheco são PSD, ao qual é filiado, MDB e PT. O União Brasil, do ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (AP), também deve apoiar a candidatura de Pacheco.
Para ser eleito, Rogério precisa ter a maioria absoluta dos votos, ou seja, 41 votos dos 81 parlamentares que compõem o Senado. E, nesse trabalho de convencimento e conquista de votos, se comprometeu, entre outras coisas, a reconhecer as decisões que forem tomadas pela maioria na Casa; colocar as iniciativas que vierem do governo Lula dentro do trâmite normal do Senado e conversar com atores políticos que tenham os mesmos propósitos que ele.