O senador Jean Paul (PT/RN) declarou ao Blog Tulio Lemos que para construir-se um projeto de país que leve em consideração as reais necessidades do povo brasileiro é mais do que necessário que todas as forças do campo democrático estejam unidas, especialmente os partidos que ocupam o campo histórico progressista. Quanto à construção coletiva de apoio à candidatura do ex-presidente Lula, ele sinaliza que o Psol tem as mesmas inquietações do Partido dos Trabalhadores (PT) quanto aos rumos que o país está tomando com a “turma de Bolsonaro no poder”.
“A extrema-direita está ceifando os direitos da nossa população e trazendo retrocessos em conquistas que arduamente obtivemos nas trincheiras da política. É louvável qualquer aproximação com o objetivo de mudar essa realidade e quando estivermos no momento oportuno para discutirmos a possibilidade de alianças e chapas, será muito bom poder contar com o Psol”, comenta o senador Jean.
Luciana Boiteux de Figueiredo Rodrigues advogada, professora de Direito Penal e Criminologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pesquisadora, feminista, militante dos direitos humanos e filiada ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), explicou porque defende que a legenda construa uma candidatura junto ao ex-presidente Lula:
“Faltando 1 ano até as eleições, é necessário o debate sobre tática eleitoral. Diante dos perigos do bolsonarismo, é fundamental que a política do partido una a ação das ruas com a ação política“, ressalta a pesquisadora e militante.
Confira na íntegra os motivos segundo Luciana Boiteux:
1. Não se trata de priorizar o debate eleitoral em detrimento da luta política, mas reconhecer que Lula atrai os mais diversos setores da classe trabalhadora e se coloca com chances reais de derrotar Bolsonaro no 1o. turno e trazer mudanças necessárias nessa conjuntura dramática;
2. A construção da unidade tem como objetivo derrotar Bolsonaro, fortalecer a democracia, recuperar direitos e buscar avanços para a classe trabalhadora, mulheres, negritude e LGBT, alvos prioritários do neoliberalismo privatista, machista, racista e autoritário do atual governo;
3. Temos que fortalecer um campo político que consiga pautar os direitos da classe trabalhadora em toda sua diversidade e avançar na construção de espaços democráticos na base para que a militância do PSOL possa incidir nesse processo;
4. Tais espaços não precisam alcançar consensos artificiais, mas devem aproximar as lutas, tal como já estamos fazendo nas manifestações nas ruas pelo #ForaBolsonaro;
5. Por outro lado, a mera demarcação de posição com uma candidatura própria, na atual conjuntura, diferente de eleições anteriores, pode levar ao isolamento e enfraquecer o PSOL, por isso defendo o apoio a Lula no tempo necessário para uma construção democrática e de esquerda;
6. E o tempo para fazer isso? É agora! É urgente derrotarmos o neofascismo nas ruas, nas urnas e onde mais pudermos. E essa tarefa não será realizada por nenhum setor de esquerda de forma isolada, somente com unidade faremos isso.