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Aluízio Alves


ALUÍZIO ALVES, O VISIONÁRIO QUE IMPULSIONOU O RN

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Por Bosco Afonso

Vindo de Angicos, trazendo consigo a vocação pelo jornalismo, Aluízio Alves não só se transformou num empresário da comunicação, mas também revolucionou a forma de fazer política e, na associação vocacionada, contribuiu decisivamente para promover as transformações que o Rio Grande do Norte sempre almejou.


Depois de peregrinar pelas redações de jornais no Rio de Janeiro (RJ), o menino de Angicos que, na sua juventude também integrava o movimento católico da Congregação Mariana, com menos de 30 anos conseguia realizar o seu sonho ao fundar o jornal Tribuna do Norte, que se transformaria em um dos mais influentes veículos de comunicação do Estado.

Mas, Aluízio, o visionário, não ficaria por ali. Depois de se eleger deputado federal, desafiou a hegemonia política do Dinartismo e, trazendo para sua campanha o desconhecido marketing eleitoral, que o ajudou a criar jargões, mobilizar multidões, desafiando longínquas caminhadas, varando as escuras madrugadas, conquistou o cargo de Governador do Estado.


E foi como Governador do Rio Grande do Norte que Aluízio também demonstrou o seu espírito visionário e, com obstinação, trouxe a energia elétrica vindo de Paulo Afonso que, além de motivar compositores na criação de marchinhas que movimentavam as multidões, veio na realidade para impulsionar o progresso do Estado, abrindo perspectivas de desenvolvimento para todas as regiões.

Há 15 anos, nós potiguares, nos ressentimentos da falta de Aluízio Alves que, se vivo fosse, ninguém duvide, como visionário, estaria criando perspectivas revolucionárias para o desenvolvimento do nosso, ainda, pobre Rio Grande do Norte.


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O RN SEM ALUÍZIO HÁ 15 ANOS. RELEMBRE A HISTÓRIA DO VISIONÁRIO POTIGUAR QUE DEDICOU-SE AO PROGRESSO NORTE-RIO-GRANDENSE

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Um político que atuou intensamente. Forte, admirado e, que terminou os seus dias, respeitado. Um homem dividido entre a família e o governo. Que veio, como diz o jingle da campanha de 60, do sertão, lá do Cabugi, para sanar o sofrimento do seu povo. E assim foi. Sempre acreditou no progresso Norte-Riograndense e fez história como uma das maiores figuras políticas do estado. Aluízio Alves, natural de Angicos, nasceu em 11 de agosto de 1921, filho de Manuel Alves Filho e de Maria Fernandes Alves, e morreu em 06 de maio de 2006, deixando sua marca na política nacional, como símbolo desenvolvimentista brasileiro. Familiares postam homenagens nas redes sociais:

INÍCIO

A educação primária de Aluízio Alves foi toda em Angicos, entre os anos 1926 e 1930; já o ensino secundário, foi na Capital Potiguar, entre 1936 e 1940. Logo após, até 1945, dava início a sua jornada jornalística: foi redator político do jornal A República; além disso, no mesmo período, foi diretor do Serviço Estadual de Reeducação e Assistência Social, secretário, e depois presidente, da seção rio-grandense-do-norte da Legião Brasileira de Assistência (LBA).

Aluízio tornou-se diretor da Biblioteca Norte-Rio-Grandense de História e da Sociedade Brasileira de Folclore. No decorrer de sua atuação pública, foi ganhando projeção como organizador e especialista dos serviços de assistência social do estado; foi nomeado membro da Sociedade de Higiene Mental do Nordeste, participou do Congresso de Psiquiatria e Higiene Social do Nordeste, realizado em Natal, e foi presidente do Centro de Estudos Sociais do Rio Grande do Norte.

CLARIM

Jornalista vocacionado. Fez da comunicação sua grande missão de vida, junto, é claro, à política, exatamente por sua arte de estabelecer comunicação popular efetiva com as grandes massas. Mas, voltemos ao início. Aos 11 anos, o menino de Angicos aproveitava suas férias, em sua cidade de nascimento, para deixar o tempo livre produtivo: escrevia um seminário na máquina de escrever do pai, o comerciante Manoel Alves Filho. De tiragem única, a informação, abrigada em quatro páginas, passava de mão em mão, de casa em casa e tornava-se exitosa a meta do garoto visionário, levar notícias do município e de todo o estado.

Esse foi apenas o primeiro de muitos projetos jornalísticos que o conduziram à construção de uma relação estreita e relevante para sua figura pública social: o jornal mensal “A Palavra”, em parceria com João Seabra de Melo, a revista “Potiguarania”, o “Estudante”, com a participação de José Ariston e Jessé Freire, e os jornais políticos “A Notícia” e “A Razão”. Este último era fortemente ligado ao Partido Popular. Com ele, Aluízio Alves iniciava uma união que marcariam, para o resto da vida, sua atuação pública no Rio Grande do Norte e no país: o jornalismo e a política.

O MAIS JOVEM CONSTITUINTE

A partir da queda do Estado Novo, em 29 de outubro de 1945, e a realização de eleições no dia 2 de dezembro seguinte, Aluízio Alves foi eleito deputado pelo Rio Grande do Norte à Assembleia Nacional Constituinte, na legenda da União Democrática Nacional (UDN). Tomou posse em fevereiro de 1946, tornando-se então, aos 24 anos de idade, o mais jovem constituinte.

Confira a biografia completa aqui, no site da Fundação Getúlio Vargas (FVG).

ARARA E BACURAU

Com o apoio da coligação formada pelo Partido Social Democrático (PSD) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), em 1960, Aluízio Alves lançou sua candidatura ao governo do Rio Grande do Norte. Esta eleição marcou seu rompimento com o deputado Dinarte Mariz, uma das maiores lideranças políticas do estado. Contrário à candidatura de Aluízio, Mariz levou a UDN a formalizar uma aliança com o Partido Republicano (PR) e o Partido Social Trabalhista (PST) em torno do nome do deputado federal Djalma Marinho. Durante a campanha, Aluísio Alves liderou a “Cruzada da Esperança”, com a qual — de trem ou caminhão — percorreu todo o estado promovendo comícios “relâmpago”, organizando passeatas e conquistando votos de casa em casa. Assim, em caravanas, seus seguidores eram identificados pelos galhos de árvore que traziam à mão e pela cor verde de suas bandeiras — em oposição ao vermelho adotado pelos partidários de Mariz. Apelidado de “Cigano” pelo povo potiguar, Aluísio inaugurou um estilo que marcaria para sempre sua biografia.

No pleito de 3 de outubro de 1960, elegeu-se governador do Rio Grande do Norte com 121.076 votos, contra 98.195 dados a Djalma Marinho. Na mesma ocasião, Jânio Quadros derrotou o marechal Henrique Lott, da coligação PSD-PTB, e conquistou a presidência da República. Tendo como vice o monsenhor Walfredo Gurgel, em janeiro de 1961 Aluízio renunciou ao mandato de deputado, e foi empossado ao governo estadual no dia 31 do mesmo mês. Após a eleição de 1960 — e por mais de uma década —, a política no Rio Grande do Norte passaria a ser dominada pelas disputas entre as famílias Alves e Mariz. Vermelho e Verde. Arara e Bacurau. Muitas histórias. Longas disputas.

CAMPANHA DE 1960

Marcha da esperança
Autor: Edmundo Andrade

Aluízio Alves veio do sertão lá do Cabugi
Pra sanar o sofrimento de seu povo
Sua plataforma eis aqui:
Assistência e cuidado ao agricultor
Melhores salários pro trabalhador;
Com a energia de Paulo Afonso, industrialização
Para mocidade potiguar, saúde e educação
O povo oprimido, do operário ao doutor,
Escolheu seu candidato,
Aluízio Alves pra governador.

Cigano feiticeiro
Autor: Jacira Costa

Cigano feiticeiro, seu feitiço meu pegou
Aqui neste lugar todos você já conquistou
Pela primeira vez que você veio ao sertão
Apresentou uma lei e conseguiu execução

Cigano feiticeiro, feiticeiro,
ai, meu Deus!

Eu faço tudo pelo governo seu
E o eleitor o que deve fazer?


É virar Cigano e votar em você.
E o adversário que o caluniou
E lhe chamou cigano, seu prestígio aumentou
Pelo voto secreto lhe daremos exposição
E a esta oligarquia quem
responde é a eleição

Trem da esperança
Autor: Jacira Costa

Foi no Trem da Esperança que Aluízio viajou
Quando chegou na Guarita,a notícia encontrou:
Que o chefe de polícia,
Em decreto oficial,
Proibiu os seus comícios
No coração de Natal.
Mas o povo em passeata pra lá desfilou,
E em frente ao comitê
Aluízio falou.

Frevo da gentinha
Autor: Jacira Costa

Eu não ligo o que falem
e não quero saber
Sou da Esperança sou demais
até morrer
Por Aluízio para o der e vier
O resto é conversa fale quem quiser
Não perca tempo, venha se divertir
Que este ano a gentinha
vai brincar até cair

DISCURSO DE POSSE – GOVERNO DO RN

“(…) Governar não é dar emprego a amigos nem tomar o dinheiro do contribuinte para distribuir entre comparsas. Não é usar a autoridade a serviço de ambições descontroladas de domínio pessoal. Governar é, e há de ser de agora por diante, a difícil e maravilhosa, a dura e bela missão de unir um povo e seu governo para juntos encontrarem os meios de tornarem todos mais felizes uns com os outros, pela alegria de cada um servir a todos, na comunhão fraternal, das mesmas esperanças”, trecho do discurso de Aluísio Alves, na chegada ao palácio do governo em 31 de janeiro de 1961.

Confira aqui o Discurso de chegada ao palácio do governo em 31 de Janeiro de 1961 – Natal RN.

“Quem ama o povo, passa a merecer do povo a glória de um amor que o consagra”.

“Ele tinha essa percepção de guitarra no peito de cada pessoa. E dedilhava essa guitarra (…). Uma pessoa igual a todo mundo, mas que vinha para representá-los”.

Vicente Serejo.

POLÍTICA DESENVOLVIMENTISTA

Aluízio e sua perspectiva visionária deixaram obras grandiosas. O próprio aeroporto, nomeado em homenagem à grande figura política, representou para o Rio Grande do Norte, em determinado período, o que a energia de Paulo Afonso, trazida por ele, representou no passado: novos horizontes e expansão.

Para o seu filho, o ex-deputado Henrique Eduardo Alves, a trajetória política e administrativa do pai é merecedora de reconhecimento como “a maior liderança popular e carismática do Rio Grande do Norte”. Henrique destaca ainda que “ele era a voz da esperança do povo do Rio Grande do Norte e que sua obra não desaparecerá jamais”.

Confira o documentário JANELA PARA O AMANHÃ:

JINGLE QUE MARCOU GERAÇÕES:

A TRAJETÓRIA E ESPÍRITO CONSIDERADO REVOLUCIONÁRIO

Foi eleito seis vezes deputado federal (constituinte aos 23 anos, em 1946), governador e duas vezes ministro de Estado: da Administração, no governo Sarney quando criou a Escola Nacional de Administração Pública e da Integração Regional, no governo Itamar Franco, quando iniciou o projeto de transposição do rio São Francisco. Como governador Aluízio criou as companhias de água, luz e telefone, o instituto de previdência do RN e trouxe ao Estado a energia de Paulo Afonso. As faculdades de jornalismo e serviço social foram obras sociais do jornalista que também fundou o Sistema Cabugi de Comunicação.

Até o último momento dos seus 84 anos de vida, o ex-ministro Aluízio Alves escreveu uma grande história. O pensamento comum de políticos e eleitores é que ele foi um dos relevantes líderes do RN e também é pacífica a ideia de que Aluízio Alves exerceu a liderança que lhe era peculiar até o último ano da sua vida.

Confira o documentário Aluízio Alves:

Confira a biografia como parlamentar.


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