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novembro 14, 2025


COM PARECER FAVORÁVEL, PLENÁRIO VOTA CASSAÇÃO DE BRISA NA PRÓXIMA QUARTA

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O processo de cassação da vereadora Brisa Bracchi (PT) entra em sua reta final na Câmara Municipal de Natal. O relator da Comissão Especial Processante, vereador Fúlvio Saulo (Solidariedade), entregou oficialmente nesta quarta-feira (13) o relatório final com parecer favorável à cassação do mandato da parlamentar. A votação do relatório na comissão está marcada para segunda-feira (17), e o julgamento em plenário deve ocorrer na próxima quarta (19).

No relatório de 18 páginas, o relator Fúlvio Saulo concluiu que houve violação aos princípios da moralidade e da impessoalidade na destinação dos recursos, configurando infração político-administrativa.

“Constata-se, com a nitidez que o caso requer, que a conduta da vereadora Brisa Bracchi, ao destinar recursos oriundos de emenda impositiva para custear evento de natureza explicitamente política e/ou partidária, constitui ato incompatível com a dignidade do mandato parlamentar e ofensivo aos princípios estruturantes da função legislativa”, diz trecho do parecer a que o Diário do RN teve acesso.

Mesmo que os pagamentos não tenham sido realizados, já que as atrações do evento abriram mão dos cachês após o caso, o documento aponta que o simples direcionamento das emendas já teria causado “dano à imagem institucional da Câmara”.

“Ainda que os pagamentos não tenham sido realizados, restaram configurados o abuso de prerrogativa parlamentar, o dano à imagem institucional da Câmara e a violação dos princípios da moralidade e impessoalidade, suficientes para caracterizar o ilícito político-administrativo”, afirma outro trecho.

Em comunicado à imprensa, Fúlvio Saulo destacou que o trabalho da comissão foi conduzido “com transparência, serenidade e rigor técnico”, e que o voto pela cassação foi resultado de uma “análise imparcial das provas”. “O parecer é técnico, baseado nas provas, e meu voto foi pela cassação. A partir de agora, é aguardar a votação na comissão e encaminhar para o plenário deliberar de forma soberana”, declarou o relator.

A presidente da Comissão Especial, Anne Lagartixa (PL), explicou ao Diário do RN que o relatório será apreciado na manhã da próxima segunda-feira (17), antes de seguir para o plenário.
“Hoje não teve apreciação. Demos três dias para cada um analisar o parecer. Na segunda-feira pela manhã, a gente vai se reunir para apreciar e fazer a votação. Após isso, já vamos deixar tudo alinhado para que vá ao plenário na quarta-feira”, disse Anne ao Diário do RN.

Brisa alega perseguição e Daniel vai apresentar projeto paralelo na segunda-feira
Mas o cronograma foi criticado pelo vereador Daniel Valença (PT), também membro da comissão. Ele questionou, em conversa com a reportagem, a rapidez do relatório e a tentativa de antecipar a votação.

“Ontem era o prazo final para as alegações finais da defesa, e no dia seguinte o relator já apresentou um relatório de 18 páginas pronto. Isso deslegitima os argumentos apresentados e mostra que havia uma posição pela cassação antes mesmo de uma análise mais técnica. É muito estranho querer votar o parecer sem prazo adequado para avaliação”, declarou.
Valença informou ainda que pretende apresentar um relatório paralelo na segunda-feira, divergindo da conclusão do relator. A sua versão será apresentada durante a reunião de votação da Comissão.

“Na minha opinião, tem de tensionar que o relator fez um relatório em menos de 24 h das alegações finais, e querer além disto também votar o parecer sem estar este tema em pauta e sem prazo para análise”, reiterou o vereador aliado da vereadora Brisa.

Em nota oficial, Brisa Bracchi afirmou que o parecer “ignora as provas e alegações apresentadas pela defesa” e reforçou que o processo tem caráter político.

“Cerca de 24 horas após a entrega das nossas alegações finais, o relator emitiu seu parecer pela cassação, ignorando ignorando grande parte das alegações apresentadas pela defesa, bem como os depoimentos e outros documentos apresentados, reforçando o processo de perseguição política”, diz o texto.

A vereadora afirmou confiar na decisão do plenário e destacou que sua defesa é “técnica, sólida e consistente”, negando qualquer irregularidade no uso das emendas. “Não há qualquer prova que sustente um pedido de cassação. Seguimos confiantes na força da verdade, da democracia e do apoio popular que sustenta esse projeto coletivo”, concluiu.

Nas redes sociais, a parlamentar reforçou a mobilização com a hashtag #BrisaFica e convocou apoiadores para acompanhar a votação.

O que acontece agora
Com o relatório entregue, a Comissão Especial Processante se reúne na segunda-feira (17), às 9h, para votar o parecer. A expectativa é que o relatório de Fúlvio Saulo seja aprovado por maioria e encaminhado à presidência da Câmara, que deverá incluir o processo na pauta do plenário da próxima quarta-feira (19).

Se a cassação for confirmada pelos vereadores, Brisa Bracchi perderá o mandato, e sua cadeira será ocupada pela suplente Júlia Arruda (PCdoB), que integra a mesma federação partidária (PT-PV-PCdoB).

A denúncia que deu origem ao processo foi apresentada pelo vereador Matheus Faustino (União Brasil), que acusa Brisa de ter destinado R$ 18 mil em emendas parlamentares para o evento cultural “Rolê Vermelho: Bolsonaro na Cadeia”, realizado em agosto na Casa Vermelha. Segundo o autor, a iniciativa teve caráter político-partidário, o que configuraria desvio de finalidade e quebra de decoro.

O evento recebeu recursos por meio de emenda impositiva da vereadora: R$ 15 mil foram destinados à cantora Khrystal e banda, R$ 2.500 à banda Skarimbó, e R$ 500 ao DJ Augusto. O cartaz do “Rolê Vermelho” trazia a imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro e pulseiras com dizeres alusivos à sua prisão, o que motivou a denúncia.


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“CARLOS EDUARDO PENSOU QUE HAVIA GANHADO E NÃO FOI NEM PARA O 2º TURNO”

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O deputado estadual Dr. Bernardo Amorim (PSDB) demonstrou confiança na força do grupo governista para as eleições de 2026 e afirmou que o pré-candidato Cadu Xavier (PT), nome lançado pela governadora Fátima Bezerra (PT), tem todas as condições de chegar ao segundo turno e vencer a disputa pelo Governo do Rio Grande do Norte. Em entrevista ao Diário do RN, o parlamentar minimizou o favoritismo de adversários e afirmou que o cenário político ainda está indefinido. Segundo ele, “muita água ainda vai rolar” até o início efetivo da campanha.

“Não tenho a menor dúvida, o processo eleitoral ainda não iniciou, não sabemos sequer quem serão nossos adversários. Cadu vai crescer naturalmente. É um candidato que tem empatia e carisma. Por onde andei com ele, a impressão das pessoas foi a melhor possível”, afirmou o deputado.

Para Dr. Bernardo, o momento é de cautela. Ele acredita que a oposição ainda enfrenta indefinições internas e que o eleitorado potiguar só começará a formar convicção após o início do debate público e a apresentação das candidaturas.

“Quando soubermos quem serão nossos adversários, e aí cabe a eles resolverem o imbróglio em que estão metidos, pois tem muito candidato para pouca vaga, vamos aguardar essa definição e botar o time em campo”, disse.

Bernardo se refere à indefinição entre a candidatura de Allyson Bezerra (UB), que pode sair em terceira via ou apoiado pela direita; a de Rogério Marinho (PL), que segue reafirmando pré-candidatura a governador do bolsonarismo mas pode seguir outro projeto nacional; e de Álvaro Dias (Republicanos), que aguarda possível vaga aberta por Marinho para ocupar o espaço de representante da direita.

O parlamentar também ressaltou o peso da influência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa estadual. Para ele, o líder petista exercerá papel decisivo no pleito potiguar, especialmente por sua popularidade no Nordeste.

“Temos a nosso favor o maior eleitor do Brasil, que é Lula, e certamente ele vai fazer a diferença na eleição de todos os estados, em especial no Nordeste. Em 1986, o ex-presidente Sarney elegeu todos os governadores do Brasil. Não sei se Lula chegará a tanto, mas caminhamos para eleger todos os governadores nordestinos”, avaliou.

Dr. Bernardo afirmou ainda que o projeto político liderado pelo PT em nível nacional e estadual mantém bases sólidas, o que dará sustentação à candidatura de Cadu Xavier.

“Para se eleger tem que ir para o segundo turno, mas acredito não só que vamos para o segundo, e sim que vamos ganhar a eleição”, declarou.

“Não esqueci como se perde: é achar que já ganhou”

O deputado relembrou sua própria trajetória política e experiências eleitorais em municípios como Almino Afonso e Rafael Godeiro, no interior do estado, para reforçar o alerta contra o excesso de confiança.

“Fazemos política em Almino Afonso e Rafael Godeiro, onde ganhamos 19 eleições para prefeito. Não aprendi como se ganha, mas perdemos uma e não esqueci como se perde: é achando que já ganhou”, afirmou.

Na entrevista, Dr. Bernardo citou o caso de Carlos Eduardo Alves (PSD), que, segundo ele, “acreditou que já havia vencido” na eleição de 2022, como exemplo de que favoritismo antecipado não garante resultado.

“Carlos Eduardo também pensou que já havia ganhado e não foi nem para o segundo turno. Esse fenômeno poderá se repetir em 2026. Portanto, tenham calma os que acham que já ganharam, pois tem muita água para rolar”, concluiu.


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“A CHAPA INVENCÍVEL SERIA ALLYSON, DR TADEU VICE, FÁTIMA E ZENAIDE”

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O deputado estadual Vivaldo Costa (PV), decano da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, defendeu uma composição política improvável e já descartada por lideranças da esquerda e pelo próprio prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil). Em entrevista ao Diário do RN, o parlamentar defende que, em sua avaliação, a união entre o prefeito e o campo progressista seria “a chapa invencível” para as eleições de 2026.

“Eu defendo muito uma chapa, a chapa ideal para a gente fazer barba, cabelo e bigode, como diz o matuto, seria uma chapa com o prefeito de Mossoró, pré-candidato ao governo do Estado, Allyson Bezerra, eleito para o governo do Estado, e na mesma chapa seria eleita Fátima Bezerra para o Senado e a segunda vaga seria eleita a senadora Zenaide”, disse Vivaldo.

O parlamentar, que integra a federação PV, PT e PCdoB, avalia que uma aliança entre Allyson, o prefeito de Caicó, Dr. Tadeu, e a governadora Fátima Bezerra teria força política e eleitoral para dominar o pleito. Para o deputado, o ideal seria que o presidente Lula e a governadora Fátima Bezerra abraçassem o projeto como uma estratégia de fortalecimento da base governista em todos os níveis.

“Eu acho que para Lula interessa um candidato forte. Para ele é importante ter maioria no Senado, ter tudo. Um candidato forte para o governo que com apoio de Lula, com apoio de Fátima, se elegeria governador, Tadeu se elegeria vice-governador, era uma chapa forte, uniria o Oeste, o Seridó, era uma chapa fortíssima, e com o apoio de Lula, de Fátima, de Zenaide, seria uma chapa completa”, avaliou.

Questionado sobre a resistência de setores do PT e da base governista a uma aliança com Allyson Bezerra, da centro-direita, o deputado fez menção ao que chamou de ensinamentos pragmáticos “dinaristas”, referindo-se ao ex-governador Dinarte Mariz:
“Esses pruridos só existem quando dá prejuízo político. Quando dá vantagem política, quando ajuda a ganhar eleição, passa por cima de todos esses pruridos e se vota no candidato certo. Eu acho que seria uma chapa invencível”, reafirmou.

Vivaldo Costa também comentou o avanço das forças de direita. Segundo ele, a radicalização entre esquerda e direita tem favorecido os eleitores bolsonaristas em todo o Brasil e no Rio Grande do Norte.

“Há uma tentativa muito grande de fazer a polarização entre direita e esquerda. Isso interessa principalmente aos eleitores de Bolsonaro. Porque na hora que o povo está com raiva do bloco do governo, vota em qualquer um. Vota até em Rogério Marinho para governador do Estado, vota em Álvaro Dias. Não precisa ser o melhor, o que tem a melhor proposta, não. O mais radical, o que bater mais no governo Lula terá a preferência do eleitor de Bolsonaro”, avaliou.

O deputado também comentou o desempenho do pré-candidato do seu grupo, Cadu Xavier, lançado pelo PT. “Cadu até agora não decolou… Mas ele já disse que vai crescer muito nas pesquisas porque ele é o candidato de Lula. E é uma verdade: Lula ainda continua sendo um grande eleitor no Brasil. Cadu está muito animado”, afirmou.

Apesar da defesa firme da aliança improvável, Vivaldo Costa afirmou que seguirá a orientação da federação à qual pertence. “Eu sou filiado ao PV. Eu sou disciplinado. Meu partido, quem o meu partido apoiar, eu acompanho. Eu sou liderado da governadora Fátima Bezerra, sou liderado do presidente Lula e voto dentro do meu sistema”, declarou.

O deputado lembrou, no entanto, que há movimentações internas e acredita que o vice-governador Walter Alves (MDB) ainda pode surgir como candidato. “Há muitas pessoas experts em política que acreditam que o candidato será Walter Alves ao governo do Estado. E o próprio Garibaldi, que é um político muito experiente, já insinuou que Walter Alves está recebendo muitos apelos para se tornar candidato ao governo do Estado”, completou.


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