As eleições para escolha da nova direção da OAB ganharam um capítulo novo e diferente. Havia três mulheres disputando o mesmo cargo, todas em luta por mudança no comando da Ordem no RN. Todas na oposição.
Magna Letícia, Marisa Almeida e Rossana Fonseca, cada uma fazendo seu trabalho de articulação e arregimentando apoios.
Todas fortalecidas e em crescimento.
Porém, a divisão da oposição fatalmente provocaria a vitória da situação, a permanência do atual presidente, Aldo Medeiros, bastante desgastado, de acordo com pesquisas feitas com advogados.
Diante da rara lucidez que envolve quem disputa qualquer tipo de eleição, as três mulheres decidiram fazer um pacto pela vitória, sobrepondo aspirações e vaidades pessoais em nome de um projeto comum: Mudança na OAB.
Aliados da atual gestão da Ordem chamam de ‘acordão’, para transformar o gesto de união e desprendimento em algo pejorativo.
A reação é natural. Afinal, a união inesperada de Magna, Marisa e Rossana foi quase um nocaute; MMR chegou com força. O “jus sperniandi” faz parte do jogo.
Na verdade, não há nada de pejorativo ou de vergonhoso em abdicar de seu projeto pessoal em nome de algo maior, a ser materializado por outro.
Pelo contrário, é um gesto nobre, digno de respeito e aplauso.
Afinal, quando vemos na política partidária uma verdadeira obsessão por quem disputa cargos, sem gestos de desprendimento ou atitudes maiores que o egoísmo que move determinadas candidaturas, no caso da eleição na OAB, vimos exatamente o contrário.
Mulheres que tinham apoios fortes e significativos, projetos consistentes e discurso com conteúdo, renunciaram a tudo isso em nome da união pelo benefício coletivo maior.
Elas se submeteram a pesquisa séria e, bem diferente dos políticos, acataram o resultado e puseram em prática o compromisso assumido entre ambas. Tudo de forma transparente.
A união das saias, dos vestidos, representa uma reviravolta grande na eleição da OAB/RN. Além de representar o fortalecimento e empoderamento da mulher, a união MMR passa a mensagem do altruísmo, tão raro na atmosfera das relações pessoais; mais raro ainda na advocacia.
Se a atual diretoria já enfrentava crise de credibilidade e defecções importantes, imagine agora com a união de três mulheres em torno de um projeto de mudança na gestão da Ordem. O fortalecimento da oposição é explícito e em clara ascendência.
Porém, eleição não se ganha ou perde de véspera. Não adianta chorar pela derrota antecipada ou comemorar vitória antes do tempo.
Se a eleição fosse hoje, a probabilidade aponta para a vitória de Magna Letícia para presidente da OAB no RN.
Mas, há informações que poderá surgir um nome da advocacia jovem, apoiado pelo segmento e amparado por experientes advogados.
Seria mais um fato novo na eleição da OAB? Que impacto teria essa nova candidatura?
Somente o tempo dirá.
É legítimo a participação da mulheres nos cargos de liderança na nossa instituição. Queremos uma OAB plural!!