
“Fiz uma metáfora com o chiqueiro. Quando você entra em um lugar sujo, ou você tenta limpar aquele local ou se retira dali para não se sujar também. É sobre isso que eu falava na live e que foi retirado do contexto e jogado na mídia”, afirmou o senador Styvenson Valentim (Podemos) sobre vídeo que começou a circular nas redes sociais nesta quarta-feira (6), em que ele expressa seu desapontamento com a classe política e segmentos de eleitores brasileiros.
Eleito senador da República em 2018 com mais de 745 mil votos, Styvenson tem fama de austero e exigente com o cumprimento das leis e, segundo ele, entrou para a política com o mesmo objetivo, fazer valer a legislação brasileira e melhorar a qualidade de vida da sociedade. No entanto, a tarefa tem sido árdua porque muitos dos seus colegas políticos não são comprometidos com esse intento.
“É difícil para você que quer fazer a coisa certa, justa, limpa e não encontra o ambiente adequado para isso. Foi nesse contexto que falei sobre entrar em um chiqueiro e ficar ali por oito anos. Estou aqui com um propósito, contribuir para melhorar a vida dos brasileiros. Minha fala é de desapontamento e não retiro uma vírgula dentro do contexto em que eu falei. Você acha que é fácil, que eu sou feliz em ver tudo o que acontece ali e não conseguir limpar? Eu estava falando justamente disso quando fiz a metáfora do chiqueiro”, explicou Styvenson.
O senador disse ainda que parte dessa situação em que a classe política se encontra hoje é de responsabilidade do eleitor que não fiscaliza e não cobra os representantes de seus estados. Para ele, é preciso que o eleitor acompanhe, fiscalize, cobre e exija de todos os políticos e que hoje, a sociedade está apática, assistindo passivamente escândalos e casos de corrupção acontecerem em todas as esferas – federal, estadual e municipal, sem reclamarem ou exigirem seus direitos.
“Como querem que eu fique feliz com tudo isso acontecendo? O eleitor não acompanha, não fiscaliza, não cobra. Não sabe quanto cada parlamentar brasileiro recebe mensalmente em recursos públicos, verbas de gabinetes, cotas parlamentares, emendas. São R$ 32 milhões de reais. Eles fazem o que querem, sem que sejam fiscalizados ou cobrados por isso. As coisas não mudam porque a sociedade não muda, está apática, só assistindo calada, passiva”, disse.
Styvenson falou ainda que entrou para a política também para combater crimes e que possui a vida aberta, não usa recursos públicos para assuntos particulares, como muitos fazem e que procura ser o mais transparente possível. “Tudo meu é transparente, limpo, porque foi assim que fui criado. E exijo que também sejam assim. Agora, descontextualizar minha fala e ir para as redes sociais me criticar é fácil. Eu sei a intenção. Ganhei a eleição sem apoio, sem os métodos antigos de político e isso me dá liberdade para ser livre. A política só vai mudar quando as pessoas tiverem e saberem o que é cidadania”, finalizou.
*Texto de Alessandra Bernardo para o jornal Agora RN