
O vereador César Maia (PSD), conhecido na cidade como Dr. César, sempre com vastos documentos que comprovam suas denúncias, tem ocupado bastante a tribuna da Câmara Municipal de Parnamirim, e com seus contundentes discursos mostra o desmonte do sistema público de saúde do município.
“Em Parnamirim, temos apenas uma UPA. Fica localizada no bairro de Nova Esperança. Ocorre que somente esse ano a Câmara Municipal remanejou mais de 100 milhões de reais para a pasta da Saúde. E ao visitar a UPA, junto com os vereadores Marquinhos, Michel e Irani, percebemos o caos que está. Falta tudo, insumos básicos para atendimentos simples. Os médicos de plantão não reclamaram dos três meses de salários atrasados, reclamaram da falta de condições imposta à eles”, comentou.

Dr. César disse que os servidores da UPA pediram aos vereadores que não deixassem a UPA fechar. “Eles relataram que não tem como fazer atendimento, pois nem o básico àquela unidade de saúde disponibilizava”, comentou o vereador, contando que um médico pediatra lhe disse que tinha uma criança internada acometida por uma forte pneumonia e não havia sequer antibiótico para medicá-la.

E acrescentou: “Existe um equipamento chamado jelco, que serve para medicação venosa. O único jelco que tinha na UPA era o número 14 que é da espessura quase de uma caneta. Imagine como fazer medição na veia de uma criança com aquele jelco, não há como. É um completo descaso, e a gente vem alertando isso na Câmara Municipal, mas parece que não sensibiliza o prefeito, nem os secretários”, afirmou, mostrando o ofício enviado pelo coordenador médico da Pediatria da UPA Nova esperança à Câmara de Vereadores.
Diante da inércia da Prefeitura da cidade (Secretaria Municipal de Saúde), o médico pediatra Francisco Gomes Sobral Neto implora àquela Casa Legislativa uma ajuda financeira para compra de material hospitalar necessário para atendimento das crianças, frisando que está impossível assistir a população infantil do município. O médico ressalta a importância de dar as crianças atendimento de qualidade.

O vereador evidenciou o sofrimento das pessoas que buscam atendimento. “É triste ver um pai com seu filho cirurgiado chegar numa UBS (Unidade Básica de Saúde) para um procedimento de retirada de pontos e voltar para casa sem ser atendido, porque naquela unidade não tinha uma simples gaze. Dói no peito ver uma mãe chorando porque com seu filho doente não conseguiu atendimento. O sofrimento do povo de Parnamirim é grande”.
Dr. César enfatizou que Parnamirim é uma cidade superavitária, tem um orçamento anual de mais de R$ 500 milhões, e que este ano vai superar os R$ 600 milhões. “Só a arrecadação municipal vai bater um recorde de R$ 150 milhões, é muito dinheiro. Não há justificativa para a saúde estar entregue às baratas. A pandemia não justifica a falta de insumos. São coisas básicas. Eu cobro uma atitude da administração municipal porque o que acontece em Parnamirim é um completo descaso, completa irresponsabilidade”, frisou.
O vereador Dr. César ainda denunciou a falta de empatia do poder municipal com os servidores. “O tratamento é desumano. Na UPA constatamos que os servidores de plantão estavam sem alimentação. Isto porque a empresa que fornece a alimentação dos acompanhantes de pacientes, bem como a alimentação dos funcionários, encontra-se há seis meses sem pagamento. Por este motivo, essa semana suspendeu o fornecimento de alimentação”, comentou o vereador, enfatizando que não tira a razão da empresa que precisa receber o que a Prefeitura lhe deve.