Os ministros Rogério Marinho e Fábio Faria são os homens mais fortes do RN no Governo Federal. Ambos gozam de prestígio, força e amizade do presidente Bolsonaro, o que os credencia a liderar a oposição no Estado e comandar a chapa majoritária contra a governadora Fátima Bezerra.
Cada ministro dispõe de uma estrutura diferente para atuar politicamente.
Rogério Marinho comanda um caixa gordo e dispõe de uma série de ações no Ministério do Desenvolvimento Regional que lhe dão visibilidade e discurso. O presidente Bolsonaro tem usado bem as obras tocadas pelo ministério comandado pelo filho de Valério.
Rogério Marinho já visitou dezenas de municípios no RN e prometeu de tudo um pouco. Perfuração de poços, calçamento de ruas, cisternas, barragens, adutoras… Os olhos dos prefeitos brilham quando o ministro aponta a imensidão de coisa que pode levar aos municípios.
Fábio Faria comanda o ministério das Comunicações. Dispõe de um leque de ações mais limitado pela própria natureza da pasta.
O filho de Robinson procura suprir a ausência de ações mais efetivas de seu ministério com o prestígio pessoal junto ao presidente, levando prefeitos para despachar diretamente com o chefe.
Os dois ministros estão fortalecidos administrativamente e prestigiados politicamente.
Porém, há duas situações imponderáveis: O futuro do Governo Bolsonaro e o inevitável calendário.
Fábio Faria e Rogério Marinho estão vinculados diretamente ao sucesso ou fracasso do presidente Jair Messias Bolsonaro. Caso o Governo se recupere, reconquiste credibilidade e aumente a popularidade, os ministros potiguares seguem forte na aba do chapéu do marido de Michele.
O contrário também pode ocorrer. Se Bolsonaro continuar perdendo popularidade e não houver recuperação a tempo de se apresentar ao eleitorado de forma positiva, os dois ministros serão sepultados na mesma cova da desgraça governamental.
Portanto, Rogério Marinho e Fábio Faria não são donos do próprio destino. O futuro dos dois está no sucesso do Governo, que não depende da vontade deles.
O outro ponto é o calendário.
Já estamos caminhando para a metade do mês de agosto; depois, só teremos quatro meses para terminar o ano.
Com o novo ano, vem a história da abertura do orçamento, que só acontece a partir de março.
Nesse caso, o tempo é outro inimigo do qual os ministros não dispõem de nenhuma força para fazer parar o relógio que os levará ao prazo final da desincompatibilização, ou saída do Governo para disputar a eleição.
No caso de Rogério, a situação tem um componente mais destruidor. Os prefeitos aguardam a materialização das promessas. Ou seja: Papel sendo transformado em obras e obras em discurso e discurso em voto. Do contrário, nem telefonema eles atendem do ministro; do ex-ministro então…
Portanto, os ministros Fábio Faria e Rogério Marinho precisam torcer para o Governo acertar o passo, Bolsonaro deixar a moto de lado e querer governar e ainda tentar acelerar os processos lentos da obesa máquina pública.
Hoje, os ministros potiguares estão com prazo de validade em andamento. Mas o vencimento está bem ali.
Com prazo de validade vencido, a força política é reduzida e o prestígio vai para a mão de outro. Mas, como disse Cazuza, ‘o tempo não para’.