A grande maioria das siglas partidárias oficializadas no país – e hoje já são 33 e mais 43 em formação, sendo o mais antigo o MDB, que no próximo dia 30 estará celebrando os seus 40 anos – já nasce com um comando único. São quase todos assim, com raríssimas exceções.
Nesses partidos, as decisões são tomadas em nível nacional que são repassadas aos comandos estaduais e esses fazem os seus filiados municipais obedecerem. Vira uma verdadeira CORDA DE CARANGUEJO.
Vez por outra, pelo fato das decisões nacionais não serem compatíveis com o pensamento das lideranças estaduais, um caranguejo ou outro volta para o mangue, ou seja, nos estados e municípios começa a haver debandada. Ou não.
Aqui no Rio Grande do Norte, ao que parece, haverá mudança, ou não em uma das siglas que já esteve até no governo estadual.
Trata-se do PSD – Partido Social Democrático, chefiado em nível nacional pelo ex-ministro Gilberto Kassab e nas terras de Poti pelo ex-governador Robinson Faria. Acontece que o filho de Robinson, também do PSD, o ministro e genro de Silvio Santos, Fábio Faria, já bateu o pé e anunciou que vai deixar o partido de seu pai e vai seguir numa sigla partidária que dê sustentação ao governo de Jair Messias Bolsonaro. E nessa batida de pé e o anúncio, Fábio deixou nas entrelinhas que a sua opção seria o PP, pois para ele o mais importante é o apoio ao presidente Bolsonaro.
Ocorre que, na semana que passou, o pai de Fábio Farias, Robinson, que por enquanto está com os seus direitos políticos suspensos, mas que continua sendo o principal dirigente do PSD no RN, também fez o seu anúncio e disse que em sua conversa com o mandatário de todos os peessedistas, Gilberto Kassab, ele, Robinson, ficaria no PSD. Ótimo. Tudo esclarecido. Pai fica numa sigla e o filho segue em outra.
Só não foi explicado se a sigla do pai apoiaria ou não Bolsonaro.
Agora vem o esclarecimento. O PSD vai ficar CONTRA BOLSONARO.
Como assim, se nem Kassab falou ainda sobre a sua posição?
É que a CORDA DE CARANGUEJO vai aumentar. Quem está chegando no PSD é o ex-todo-poderoso Rodrigo Maia, que ultimamente virou inimigo número 1 do presidente Bolsonaro.
Com a chegada de Rodrigo Maia no PSD, a sigla certamente vai se posicionar contra todos os projetos da atual gestão federal. E a campanha eleitoral será no próximo ano.