
Por: Bosco Afonso
Podemos afirmar com convicção que o quadro político para as eleições do próximo ano, mesmo que falte menos o período de uma gestação para que se registrem as chapas dos concorrentes ao pleito, há uma indefinição quase que completa, pelo menos nas chapas majoritárias.
Na verdade, hoje, com relação aos nomes que disputarão as cadeiras no Governo Estadual e no Senado, apenas o nome da professora Fátima Bezerra está viabilizado para continuar governando o nosso pobre Rio Grande do Norte. Quanto ao Senado Federal, nem mesmo o atual ocupante da cadeira, o senador Jean-Paul Prates tem a certeza de que o seu Partido dos Trabalhadores (PT) endossará a sua pretensão, mesmo havendo uma consciência coletiva de seus dirigentes de que a permanência de Jean só enriquece a instituição e favorece ao Estado.
E enquanto a oposição se organiza e se define em torno de um nome capaz de enfrentar o favoritismo da governadora Fátima Bezerra, que segue com sua gestão amparada em seu desempenho mediano que só se destaca por conta do fracasso da gestão anterior, há uma mobilização de várias frentes querendo definir os pretendentes a disputar a vaga do Senado Federal.
Hoje, além do ocupante Jean, vários pretendentes querem também disputar a cadeira no ‘Paraíso’, embora tudo dependa ainda de estratégias políticas que começam a ser engendradas pelos grupos ou blocos políticos.
Numa avaliação rápida do quadro do momento, e sem levar em consideração as candidaturas emergentes, podemos dizer que temos 6 pretendentes a ocupar a cadeira do Senado Federal pelo período entre 2023 -2031, a saber:
1) Haroldo Azevedo, o único empresário entre os pretendentes a disputar o Senado e que jamais teve o seu nome submetido à votação popular. Ainda não conta com apadrinhamento político de figuras tradicionais, mas tem demonstrado vontade e determinação na tentativa de ocupar o seu espaço e submeter o seu nome para a escolha do eleitorado, embora ainda não tenha definido sua filiação partidária. Tem percorrido a maioria dos municípios potiguares levando suas propostas para viabilizar a candidatura ao Senado.
2) o técnico Jean, que de suplente de Senador passou a titular e apenas teve o seu nome submetido à apreciação do eleitorado natalense nas eleições de 2020. Tem demonstrado uma atividade parlamentar que supera em muito os seus colegas que atualmente também representam o Rio Grande do Norte na Câmara Alta, inclusive ocupando a liderança da bancada minoritária no Senado, apesar da aparente inexperiência parlamentar, o que lhe demonstra sua habilidade. Está bem próximo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que poderá lhe dar o apoio necessário à sua pretensão.
3) tem o técnico-político Rogério Marinho que até o próximo mês de março disputará uma ‘eleição’ interna dentro do bloco bolsonarista para viabilizar a verdadeira eleição. Pelo que tem viabilizado em termos de recursos financeiros e ações que contribuem na prática e decisivamente para o desenvolvimento do Rio Grande do Norte e bem-estar dos potiguares, o ministro Rogério Marinho já era para estar – segundo pesquisas de vários matizes – em patamar bem mais cômodo, caso decidisse se tornar mais prático e incisivo na divulgação dessas suas ações. Segundo assessores, Rogério não tem plano B em caso de não viabilizar a sua candidatura ao Senado.
4) O empresário-político Fábio Faria também está na mesma situação que o seu colega de Ministério, Rogério Marinho. Até o mês de março tentará viabilizar a preferência do presidente do Bolsonaro para que dispute a vaga do Senado pelo RN. Tem aparecido razoavelmente bem nas pesquisas de opinião pública, embora o desgaste político de seu pai, ex-governador Robinson Faria, tenha impedido um melhor desempenho. Seu destaque em nível nacional por conta de suas ações no Ministério das Comunicações tem ajudado sua opção junto ao eleitorado potiguar.
5) O político Carlos Eduardo Alves aparece bem nas diversas pesquisas eleitorais nas opções para disputar o Senado Federal e também ao Governo do Estado. Tem dito com frequência que é candidato ao Governo do Estado, mas silenciosamente também tem pavimentado caminhos que o levam a se somar à chapa da governadora Fátima Bezerra, podendo desbancar a pretensão de Jean. Tem surpreendido a toda a classe política, pela sua forma pouco usual em construir parcerias.
6) O político nato Garibaldi Alves Filho, apesar de não ter obtido êxito em sua última disputa, já foi cognominado de ‘Senador de 1 milhão de votos’. Nas pesquisas pré-eleitorais que incluem o seu nome como alternativa ao Senado Federal, aparece sempre como principal alternativa para o eleitorado norte-rio-grandense. Mas tem dito insistentemente que a sua principal opção partidária é a de cuidar do futuro político de seu filho, o deputado federal Walter Alves, enquanto que o seu partido, o MDB, tem sido alvo de preferência do ex-presidente Lula para uma coligação estadual com a governadora Fátima Bezerra.