Por Bosco Afonso
Há pouco mais de 41 anos surgia no Brasil, ainda nas sombras de um regime ditatorial, o Partido dos Trabalhadores (PT) fruto de uma junção de ideias de intelectuais, católicos ligados à Teologia da Libertação, artistas e sindicalistas combatentes intransigentes da Ditadura Militar. Hoje, o PT conta com mais de 1,5 milhões de associados e igualmente às demais siglas tem um líder – Luiz Inácio Lula da Silva – que teve que aprender a lição de que sozinho, sem parcerias, sem coligações e sem esteio nas Casas Parlamentares nenhum partido e nenhum governante conseguem chegar ao poder e nele chegando não podem prescindir dos mesmos aparatos.
Com suas divisões internas, ainda no tempo em que se denominavam de facções (hoje, o PT tem horror a esse nome), o Partido dos Trabalhadores, que se considerava o mais puro de todos os partidos demorou a entender que precisava de apêndices para atingir o seu objetivo de chegar ao poder. Mudou, se compôs com outras siglas, perdeu integrantes e simpatizantes, mas chegou ao poder. E era tudo o que o PT queria.
A partir de 2003, ao chegar à presidência da República com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, as mudanças internas no Partido dos Trabalhadores foram mais profundas ainda. Foram tão profundas que o PT experimentou, em 2005, integrar um dos mais badalados escândalos de corrupção no país à época, denominado de Escândalo do Mensalão, que quase derruba o presidente Lula. Mas o PT sobreviveu, graças às habilidades políticas em fortalecer as coligações partidárias que envolviam políticos até então rechaçados pela quase totalidade do partido, a exemplo da composição com o PP, à época liderado por Paulo Maluf. Mas o PT tinha perdido a sua “virgindade”. Não era mais aquele partido tão puro quanto no seu começo de sua trajetória e por isso perdera figuras como Cristóvam Buarque, Marina Silva, Luiza Erundina como os mais expressivos na política partidária, à época, enquanto que o idealizador da Teologia da Libertação, Frei Beto (“O PT trocou um projeto de Brasil por um projeto de poder”) e do jurista Hélio Bicudo (“página suja da história que precisa ser virada de uma vez por todas”) já não se sentiam atraídos pelas práticas da sigla.
Hoje, as divisões internas do PT permanecem. Elas se registram em níveis nacional, quanto estaduais. Há uma comunhão ideológica, mas essas divisões acontecem por conta de interesses de grupos. É o caso do Rio Grande do Norte. E, embora tenha demonstrado habilidade para conviver com as discórdias internas de seu partido, inclusive prestigiando desafetos iguais a Fernando Mineiro, a governadora Fátima Bezerra tem sabido conviver com essa situação, pelo menos até o momento.
Agora, no momento em que o Partido dos Trabalhadores pretende se manter no governo do estado e com a cadeira representativa no Senado Federal, o jogo político começa a ser jogado coletivamente e requer perspicácia, inteligência, frieza nos lances, estratégia e foco no objetivo para levar os seus adversários à derrota. De nada adianta o estrelismo de quem está campeão na modalidade, pois os riscos são muitos. De nada adianta ranger de dentes ou pitacos estridentes se as regras do jogo serão imutáveis. E como num jogo de futebol o placar só fica definido após os 90 minutos e suas prováveis prorrogações, no pleito eleitoral o real resultado só se conhece após a contagem das urnas, do último voto.
A governadora Fátima Bezerra, passada na “casca do alho”, tendo experimentado entrar no campo da disputa e ter conquistado vários mandatos eletivos, sabe que o jogo da sua sucessão precisa ter coadjuvantes, sob pena de que alguns de seus prováveis parceiros decidam mudar de campo para reforçar a seleção do adversário. Lógico que Fafá irá ouvir o seu próprio bloco político para tomar as decisões mais acertadas, mas não permitirá emocionalismo nas colocações que irão merecer maturidade de todos os seus atores.
Para isso, através do ex-presidente Lula, a governadora Maria de Fátima Bezerra acenou com a possibilidade de compor com o MDB local, como que seguindo o exemplo do que irá ocorrer em nível nacional. Jamais, a queridíssima de Lula olhou para o MDB local como se tivesse controlado por uma oligarquia. Evidentemente que ela enxergou o potencial eleitoral de Garibaldi Alves, de Walter Alves, dos prefeitos e lideranças políticas emedebistas espalhadas por todo o Estado. Como também está claro, que a governadora não irá enxergar na possibilidade de Carlos Eduardo vir compor a sua coligação como mais um membro da oligarquia Alves, pois as oligarquias – pelo menos aqui no RN – estão sepultadas.
Aos petistas que acreditam que a vitória de Fátima ao governo do estado está consolidada e por isso já esnobam parcerias políticas, lembrem da eleição municipal de Natal, em 2008, quando a mesma Fátima, filha de dona Luzia e seu Severino, tinha uma eleição garantida para assumir a prefeitura de Natal, sob as “bênçãos” do bem avaliado prefeito Carlos Eduardo Alves, de Lula em seu auge de popularidade e de “oligarquias”, perdeu a eleição ainda no primeiro turno para a quase politicamente neófita Micarla de Sousa.
Meu querido não se trata de esnobar ninguém vejo que na eleição passada o eleitor deixou claro o que pensa das oligarquias mandou alves e maia e seus satélites pra casa.
A Governadora tem um discurso claro e objetivo: esse povo ao longo de décadas se revezando. no poder destruindo ano após ano nosso estado. Literalmente quebraram o Estado. Veja nossos vizinhos. Enquanto aqui mau temos recursos pro básico: pessoal, Saúde, educação e segurança. A Paraíba anunciou mais de 400 milhões pra obras com recursos do tesouro pra restauração e implantação de algumas estradas, o Ceará do mesmo jeito. Enquanto que aqui catando moedas pra tapar buraco. E pior eles se juntam para nos boicotando até pra conseguir empréstimo. O OGU/emendas que deveriam vir pro estado estão sendo conveniado com municípios. Só pra citar um exemplo: o MDR pegou a RN 313 dividiu em.duas, uma parte pra Parnamirim e outra pra Nísia Floresta. Maria pisa na cabeça da serpente. Criar cobra pra nos morder ou dar asas pra cobra voar.