Quem entender que tem político imbatível nas urnas deve colocar “suas barbas de molho” e verificar o resultado da eleição de l982, quando o imbatível Aluízio Alves sofreu uma derrota para o quase estreante José Agripino Maia, por uma diferença de mais de 100 mil votos no meio de um eleitorado menor que 700 mil eleitores.
Assim é feita a política, cheia de surpresas.
Quem imaginar que tem eleição fácil, se engana mais ainda e para constatar é só relembrar a campanha de 1986, quando o campeão de votos João Faustino Ferreira Neto, que empolgava e acordava multidões nas primeiras horas da madrugada, fortalecido ainda mais com a chapa “João, Lavô e Jajá” e que largara na campanha com uma vantagem estratosférica sobre o seu adversário Geraldo Melo que tinha menos de 5% de aceitação junto ao eleitorado, perdera a eleição para o “tamborete” que alcançara 50,11% do eleitorado ao final da apuração.
Esses fatos, certamente, podem voltar a acontecer em qualquer campanha eleitoral da atualidade. E não será surpresa para ninguém, pois a vontade soberana do povo sempre surpreende a todos.
Na campanha eleitoral de Natal, numa disputa em que já se apresentam quatro nomes de peso eleitoral por conta dos históricos partidários e até mesmo pelo desempenho pessoal de cada candidato, tudo pode acontecer. Até mesmo o imponderável.
Segundo pesquisas realizadas e publicadas no ano passado e outras já realizadas neste ano de 2024, mesmo para consumo interno, refletem o favoritismo do ex-prefeito Carlos Eduardo Nunes Alves, do PSD. Mesmo assim, há de se respeitar o potencial eleitoral do Partido dos Trabalhadores, com a candidatura de Natália Bonavides; reconhecer a possibilidade de crescimento do recém lançado candidato Rafael Motta (PSB) e muito mais respeitar e valorizar a candidatura do atual deputado federal Paulinho Freire, apoiada pelo ex-senador José Agripino (União Brasil) e pelos senadores Rogério Marinho (PL) e Styvenson Valentim (Podemos), além do engajamento do deputado federal João Maia (PP).
DECISÃO
Tudo isso já posto de público, do conhecimento de grande parte do eleitorado, mas ainda falta um componente que poderá, sem dúvida alguma, representar uma definição para o pleito: o engajamento do prefeito Álvaro Dias, com sua gestão bem avaliada pelos natalenses.
Enquanto o candidato Paulinho Freire (UB, PL, Podemos, PSDB e PP) busca ampliar a sua base de apoio com envolvimento de lideranças comunitárias e candidatos a Vereador, a candidata Natália Bonavides (PT/PV/PC do B) tentar ligar sua pretensão à força eleitoral do presidente Lula, também busca alternativa para encontrar companheiro (a) de chapa para um maior fortalecimento, e o ex-deputado Rafael Motta (PSB) tenta consolidar sua recém lançada candidatura a Prefeito de Natal envolvendo o vice-presidente da República Geraldo Alkmin como referência do governo federal, o líder das pesquisas em Natal, o ex-prefeito Carlos Eduardo (PSD) consegue esnobar um apoio desejado por aqueles que buscam somar esforços nessa pré-campanha: o apoio do prefeito Álvaro Dias.
Depois de fracassar a sua tentativa de arregimentar apoio do União Brasil à sua candidatura, o ex-prefeito de Natal despachou emissários para uma reaproximação com o prefeito de Natal, o que foi bem sucedido. Na prática, no tête-à-tête, olho no olho, o espírito pouco diplomático de Carlos Eduardo talvez tenha inviabilizado o possível apoio do atual prefeito de Natal à sua candidatura. Inabilidoso, em determinado momento da conversa, Carlos Eduardo teria dito a Álvaro Dias – e isso foi confirmado – “Ganho essa eleição de qualquer jeito, mas com o seu apoio ganho mais fácil, já no primeiro turno”. A esnobação do ex-prefeito acendeu a luz amarela para o atual prefeito que ultimamente tem sinalizado com conversas amenas e espírito desprendido para uma aliança com a candidatura de Paulinho Freire.
PARCERIA COM A GESTÃO
Vale lembrar que bem antes de esboçar os primeiros entendimentos acerca de candidaturas a prefeito de Natal, Álvaro Dias também acenou com a possibilidade de se tornar parceiro do PT, já que naquele momento a sua prioridade como gestor era a de liberar recursos financeiros do governo federal para fazer as transformações que vem promovendo na cidade, mas o seu projeto não foi acatado pelos petistas.
Ao se deter a buscar sempre melhorias para a população natalense através de obras representativas de sua gestão, o prefeito Álvaro Dias não preparou uma candidatura dentro do seu próprio bloco político, embora já na véspera da largada para as pré-candidaturas tentou emplacar o nome de Irapuã Nóbrega e posteriormente Joanna Guerra, ambos técnicos, neófitos na política e sem envergadura política para se transformar numa candidatura popular.
A sua primeira gestão o credenciou a sua reeleição e atualmente, mesmo com uma campanha publicitária ainda tímida, a população praticamente se divide na avaliação da gestão, ao mesmo tempo em que os gráficos das pesquisas anteriormente realizadas sinalizaram com percentuais acima de dois dígitos para “Candidato do Prefeito” o que representa que o peso eleitoral de Álvaro Dias é de significado importante para qualquer uma das candidaturas a que ele optar para emprestar o seu apoio.